entre o Céu seu e o inferno

8

À medida que nos aproximávamos da entrada do laboratório de Merlim, a atmosfera ficava cada vez mais pesada. Podíamos sentir a presença dos feitiços de proteção, como uma parede invisível que pulsava com magia antiga e poderosa. Maléfica parou, segurando o livro de feitiços firmemente nas mãos, seus olhos escuros avaliando as barreiras à nossa frente.

Maléfica: Precisamos de ser precisos. Qualquer erro aqui, e Merlim saberá que estamos invadindo o seu território.

Ela olhou para mim, a seriedade estampada em seu rosto, mas também havia uma tensão entre nós que não podíamos ignorar. O momento era crítico, mas aquela faísca entre nós tornava difícil manter o foco exclusivamente na missão.

- Não te preocupes. Confio nas tuas habilidades.

Ela soltou um suspiro, mas havia uma leveza em seus olhos, como se minha confiança tivesse tocado algo nela. Em seguida, ela começou a recitar o feitiço, as palavras fluindo com uma elegância natural, criando uma aura ao nosso redor que nos tornava praticamente invisíveis às proteções mágicas de Merlim.

Senti a magia se enrolando em nós, como um manto de sombras que nos escondia de qualquer olhar ou feitiço indesejado. O poder de Maléfica era impressionante, e ver isso de tão perto, sentir isso ao nosso redor, só aumentava minha admiração por ela.

Quando ela terminou, olhou para mim, esperando minha aprovação.

- Perfeito. Vamos.

Nos movemos em sincronia, como se fossemos um só, nossos passos silenciosos enquanto avançávamos para a porta do laboratório. A magia ao nosso redor era tão densa que quase podíamos sentir a resistência das barreiras sendo quebradas. Quando finalmente chegamos à entrada, uma sensação de alívio misturada com triunfo percorreu meu corpo. Estávamos dentro.

- Agora é só encontrar a esfera.

Maléfica assentiu, e começamos a explorar o local, cuidadosamente, tentando não tocar em nada que pudesse ativar outros feitiços ou armadilhas. O laboratório de Merlim era um verdadeiro tesouro de artefatos mágicos, cada um mais fascinante que o outro. Mas nós tínhamos um objetivo, e não podíamos nos distrair com as outras maravilhas ao nosso redor.

Finalmente, vimos um brilho suave vindo de uma prateleira alta, onde uma pequena esfera repousava em um suporte de ouro. A esfera parecia ordinária, mas sabíamos que era a chave para atravessar as barreiras mágicas que protegiam o objeto real que precisávamos.

Maléfica: Lá está!

Eu me aproximei, preparado para pegar a esfera, mas antes que eu pudesse alcançá-la, senti uma mão segurando meu braço. Maléfica estava ao meu lado, seus olhos fixos nos meus.

Maléfica: Cuidado, Hades. Pode haver outra armadilha aqui!

A proximidade entre nós, a preocupação em sua voz, fez meu coração bater mais rápido. Era um lembrete de que, apesar de toda a confiança e habilidade, ainda havia perigos.

- Vamos fazer isso juntos, então.

Ela assentiu, e juntos estendemos nossas mãos, canalizando nossa magia para envolver a esfera antes de tocá-la. A energia que fluía entre nós era intensa, quase como se estivéssemos sincronizados de uma maneira que ia além da simples magia. Quando finalmente envolvemos a esfera com nossas mãos, senti a conexão entre nós, forte e inquebrável.

Assim que a esfera estava em nossas mãos, um brilho dourado envolveu o objeto, confirmando que havíamos desarmado a armadilha. Eu soltei um suspiro de alívio, mas ao mesmo tempo, a intensidade do momento fez com que eu não resistisse.

- Conseguimos!

Meus olhos se fixaram nos dela, e sem pensar duas vezes, inclinei-me e a beijei. Não foi um beijo suave ou tímido como antes, mas sim cheio da adrenalina do sucesso, da magia que ainda circulava entre nós. Por um segundo, ela pareceu hesitar, mas logo se entregou ao momento, seus braços envolvendo meu pescoço, puxando-me para mais perto.

O beijo era quente, carregado de desejo e algo mais profundo, algo que nem eu, nem ela, estávamos prontos para admitir em voz alta. Quando nos afastamos, respirando pesadamente, havia um brilho nos olhos dela, algo entre surpresa e aceitação.

Maléfica: - Hades, tu realmente gosta de brincar com fogo, não é?

- E tu estas a deixar-mr viciado nesse calor.

Ela balançou a cabeça, um sorriso pequeno e enigmático nos lábios, mas não disse mais nada. Com a esfera em mãos, sabíamos que era hora de sair antes que Merlim percebesse nossa a presença.

Enquanto deixávamos o laboratório, um pensamento passou pela minha mente. A missão estava longe de terminar, mas algo me dizia que o que quer que estivesse crescendo entre mim e Maléfica poderia ser muito mais perigoso - e excitante - do que qualquer esfera mágica.