17°🦋

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Isabella Barbosa 

- Pode deixar as sacolas ali no canto, por favor.-  indiquei o lugar e assim eles fizeram.

- Vou aproveitar pra levar minhas coisas lá pra cima.- minha sogra falou enquanto ajeitava as sacolas no braço. 

- Não quer ajuda, mãe?- Gabriel perguntou e ela negou dando de ombros.

Fui em direção as sacolas e peguei uma em específico, voltei para onde estava perto do Gabriel e estendi a mesma pra ele.

- Quando eu vi, só consegui lembrar de você.- sorri. 

- De mim?- sorriu também e pegou-a da minha mão.

- Abre e veja, você vai entender.- assim ele fez. Primeiro tirou uma caixa da sacola e assim que abriu, levantou o olhar e percebi seus olhos brilharem.

- Mentira, Bella!- olhou novamente para a caixa e tirou o tênis de lá - Como você conseguiu achar?

- É peça única, sei que você queria ele faz um tempo e detesta ter coisas repetidas.- peguei a sacola da mão dele o deixando ter mais espaço para segurar o presente - Assim que eu vi que tinha, eu pedi pra separar e comprei. 

O Gabriel é louco pelo Travis Scott e recentemente o mesmo fez uma colab com a Nike e lançou uma peça única, o Gabriel ficou por meses atrás desse tênis mas como não achava passou a pensar que já tinham vendido.

- Caramba amor, eu adorei.- deixou o tênis de lado, segurou meu rosto com as duas mãos e distribuiu beijos por ele todo me fazendo rir.

Ele me chamou de amor? Isso rondou pela minha cabeça enquanto suas demonstrações de afeto se distribuíam em beijos pelo meu rosto e pelo meu pescoço.

- Vamos jantar hoje no seu restaurante preferido, você sabe que eu detesto ficar pra trás na disputa de presente.- falou ainda com as mãos no mesmo lugar - Sobe, escolhe algo vermelho, tá bom?

- Tá bom.- sorri empolgada e percebi o olhar dele descer pra minha boca. 

Segurei a gola da camisa social que ele estava usando e o puxei pra mais perto de mim, ele sorriu de canto e se inclinou um pouco juntando nossos lábios em um selinho. Uma das minhas mãos permaneceu na gola da sua camisa e a outra eu coloquei em sua nuca.

O que antes era pra ser só um selinho se transformou em um beijo intenso, fazia tempo que não tínhamos uma troca como essa. Eu sentia falta do beijo dele, isso é um fato inegável.

- Ai meu Deus!- ouvi uma voz conhecida. Nos afastamos e quando virei o rosto a Pamela estava segurando uma bandeja com água e vi as caixinhas dos meus remédios junto com ela.

O Gabriel se afastou sorrindo, me deu um beijo na cabeça e pegou o presente saindo da sala. Coloquei meu cabelo pra trás da orelha e limpei a garanta antes de falar qualquer coisa.

- O que foi que eu vi?- se aproximou estendendo o copo de água e o remédio, tomei e quando tornei a entregar, ela pegou a água e virou por completo na boca.

- Beijei o meu marido, não posso?- me recompus.

- Você chamou ele de marido?- olhou ao redor - Não tem nenhuma câmera e ninguém desconhecido aqui. - tornou a olhar pra mim - O que foi que eu perdi nesses dias?

- Muita coisa Pam, muita coisa.- passei por ela - Aliás, pede pra alguém por essas sacolas lá no meu quarto, por favor?- iria dar de ombros mas tornei a virar pra ela - Eu e o Gabriel vamos sair hoje a noite, pede pro Pedro te ajudar a levar as minhas coisas e as do Gabriel para o nosso quarto, por favor.

-  O que?- se antes ela estava incrédula, agora está desacreditada, sem expressão alguma e completamente chocada.

- Faz outro favor, Pam!- falei ao me recordar - Pede pra diarista dar uma limpada lá antes, tá um pouco empoeirado e o Gabriel tem alergia a poeira.- sorri pra ela e tornei a subir as escadas pros quartos.

{...}

- Pedi aquele vinho horrível que só você bebe.- ele falou ao puxar a cadeira pra mim.

- Não fala assim do meu vinho.- me sentei, ele deu a volta e se sentou do outro lado da mesa. 

Estávamos em um dos restaurantes mais lindo da região e além disso, também foi o primeiro lugar que ele me trouxe assim que começamos a namorar. A vista daqui é perfeita, pelo restaurante ser no último andar do prédio, daqui do alto conseguimos ver toda a cidade. 

- Eu comprei isso pra você quando estávamos lá no shopping, por isso sumi por alguns minutos.- virei o olhar pra ele e vi uma caixinha em cima da mesa.

- Você não fica pra trás mesmo.- rir. Ele pegou a caixinha, abriu e virou pra mim me mostrando o anel.

Na verdade era um colar e um anel. O colar lindo e cheio de pedras que reluziam e brilhavam mais do que se podia ver, mas o anel...é magnifico. Não consigo prescrever. 

- Quero que isso signifique o nosso recomeço.- tirou o anel da caixa, segurou minha mão e estendeu meu dedo anelar pondo o anel nele. 

- Obrigada amor, é lindo.- admirei o anel solitário e quando tornei a levantar meu olhar, percebi ele sorrir com um sorriso largo de orelha a orelha - O que foi?

- Nada, não é nada.- fechou a caixinha - O colar você vai usar em uma ocasião mais especial.- eu assenti.

Ficamos a noite toda assim, não parecia ser real tudo que estávamos vivendo, era como se a gente tivesse voltado para nossa adolescência onde riamos de tudo e tudo pra nós parecia divertido. Eu tinha me esquecido o quanto era bom viver ao lado dele.

Olhar pra ele e conseguir prescrever os sentimento que transborda em mim é muito, muito complicado. É como se nenhuma palavra conseguisse mensurar como é o amar de tão perto.

Nós ficamos por tanto tempo acostumados com a ausência um do outro em coisas básicas do dia-a-dia que tínhamos até mesmo esquecido do quão é importante vivermos isso juntos. Até porque, desde o dia que nos casamos, decidimos que a partir dali nunca mais ficaríamos só.

O fato é que, lembrar e sentir tudo novamente é tão bom, tão gostoso que me dá a sensação de estar viva.

Bella 🦋• Gabriel Barbosa •Onde histórias criam vida. Descubra agora