capítulo 3

19 5 1
                                    

N tenho ideia pra título agr kkkk

Penelope sentiu o calor acolhedor da presença de sua mãe ao seu lado. Era um conforto que ela não sabia que precisava até aquele momento. As paredes da casa antiga, que antes pareciam sufocantes, agora ofereciam uma sensação de segurança, uma espécie de porto seguro em meio à tempestade de emoções que a assolava.

— É, mãe, você está certa. — Penelope respondeu, com um sorriso cansado. — Hoje foi um daqueles dias que fazem a gente revisitar tudo o que achava que tinha deixado para trás.

Sua mãe a observou por um momento, seus olhos claros refletindo preocupação e compreensão. Ela não era do tipo que forçava uma conversa, mas Penelope sabia que, se quisesse falar, sua mãe estaria ali, pronta para ouvir.

— Quer falar sobre isso? — perguntou sua mãe, de forma tranquila, como quem oferece um ombro sem pressão.

Penelope olhou para as mãos entrelaçadas em seu colo, respirando fundo antes de começar a falar. Não era fácil colocar em palavras o turbilhão de pensamentos que a conversa com Kian havia despertado, mas sabia que precisava tentar. Mesmo que não encontrasse todas as respostas naquele momento, o simples ato de compartilhar poderia ajudar a clarear sua mente.

— Eu encontrei o Kian hoje. — começou ela, notando o ligeiro arquear de sobrancelhas de sua mãe. — Nós conversamos sobre... sobre muita coisa que nunca foi dita antes. Coisas que estavam lá, escondidas, mas que eu nunca quis realmente enfrentar.

Sua mãe manteve-se em silêncio, esperando que ela continuasse. Penelope apreciava essa paciência, essa disposição para deixar que as palavras fluíssem no seu próprio tempo.

— Ele me contou que, na verdade, ele sempre me provocava porque não sabia lidar comigo, não sabia como chamar minha atenção de outra forma. — Penelope sorriu sem humor. — Eu nunca pensei nisso desse jeito, sabe? Sempre achei que ele só queria me irritar, me afastar. Mas, agora, vejo que tinha algo mais por trás disso.

— Às vezes, as pessoas se comportam de maneiras que não entendemos. — disse sua mãe, com sabedoria. — Especialmente quando somos jovens e não sabemos como lidar com nossos próprios sentimentos. Parece que o Kian tinha seus próprios demônios, assim como você.

Penelope assentiu lentamente, processando as palavras da mãe. Era exatamente isso. Ela e Kian estavam lutando contra suas próprias inseguranças, mas em vez de se apoiarem, acabaram se afastando ainda mais. Agora, porém, as coisas estavam mudando. O tempo e a distância, ao invés de resolverem tudo, tinham apenas acumulado camadas de mal-entendidos e ressentimentos.

— Eu não sei o que fazer com tudo isso, mãe. — Penelope confessou, sua voz mais baixa. — Ele me disse que sempre quis ser notado por mim, mas que não sabia como fazer isso. E eu, bem, eu estava tão ocupada fugindo daqui, da cidade, de tudo, que nunca percebi. Agora ele está aqui, e eu não sei como responder a isso.

Sua mãe segurou sua mão, apertando-a suavemente. O toque era uma âncora, algo que a mantinha firme enquanto navegava pelo mar de incertezas.

— Ninguém disse que lidar com o passado seria fácil. — sua mãe falou com uma serenidade que apenas a experiência poderia proporcionar. — Mas você já deu o primeiro passo, que é reconhecer esses sentimentos. Agora, precisa decidir se quer enfrentar esses fantasmas ou deixá-los para trás de vez. E isso só você pode decidir.

Penelope sabia que sua mãe tinha razão. A conversa com Kian tinha aberto uma porta que ela não sabia que ainda estava fechada. Mas atravessar essa porta, encarar o que estava do outro lado, era uma escolha que ela precisava fazer por si mesma.

Eᥒtrᥱ ᥆ ᥆́dι᥆ ᥱ ᥆ ᥲ꧑᥆rOnde histórias criam vida. Descubra agora