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capítulo 8

O Passado que Nunca Dorme

Penelope se preparava para a próxima corrida, sentindo a adrenalina já começando a subir. Seu carro estava afinado ao máximo, os ajustes feitos meticulosamente, e ela estava pronta para se afirmar mais uma vez como a verdadeira "Devil". Nada a pararia hoje. Nada, exceto o toque insistente de seu celular.

Ela franziu a testa ao ouvir o som, um tom especial reservado para emergências. Pegou o telefone e viu o nome de Dahlia piscando na tela. O coração de Penelope acelerou por um motivo diferente agora. Dahlia não ligava a não ser que algo muito sério estivesse acontecendo.

- Dahlia, o que houve? - Penelope perguntou, mantendo a voz calma, mas sentindo o estômago se revirar.

- Precisamos conversar, agora. - A voz de Dahlia era grave, sem um traço do tom brincalhão que costumava usar.

Penelope se afastou do burburinho da pista, encontrando um canto isolado onde pudesse falar sem ser ouvida. - Fala logo.

- Roubaram nossa carga. - Dahlia foi direta. - E não foi um roubo qualquer. Foi feito por alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.

Penelope sentiu o sangue gelar. Essa carga era vital, não apenas pelo valor financeiro, mas pelas implicações que a perda traria para as operações das cinco máfias que ela comandava com um punho de ferro. Ninguém, além de suas amigas, sabia que Penelope era a dona de cinco das maiores máfias do mundo, espalhadas pelos Estados Unidos, Brasil, Itália, Japão e Rússia. Ela e suas amigas tinham uma estrutura tão secreta e bem organizada que o mundo nunca associaria a talentosa piloto "Devil" a uma líder mafiosa.

- Como isso aconteceu? - Penelope perguntou, tentando manter a calma.

- A carga foi desviada durante o transporte para o Japão. Nossos contatos locais confirmaram que o comboio foi interceptado em uma área que deveria ser segura. Não deixaram rastros, Penny. Só temos os vídeos das câmeras de segurança mostrando sombras, mas nada que identifique os responsáveis.

Penelope respirou fundo, tentando processar a informação. Se alguém havia conseguido interceptar uma carga tão importante e de maneira tão precisa, isso significava que tinham informações internas. Alguém havia traído seu grupo ou, pior, haviam encontrado uma maneira de hackear o sistema de segurança desenvolvido por Dahlia, o que parecia impossível.

- Você conseguiu rastrear algo? - Perguntou Penelope, a tensão evidente em sua voz.

- Não ainda. Mas estou trabalhando nisso. - Respondeu Dahlia, com um tom de frustração evidente. - Não posso descartar a hipótese de que estejam usando tecnologia que ainda não conhecemos. Isso não é comum.

Penelope fechou os olhos por um momento, tentando reunir seus pensamentos. A corrida, por mais importante que fosse, parecia agora um problema pequeno em comparação com o que acabara de ouvir. Se essa carga fosse parar nas mãos erradas, poderia iniciar uma guerra entre as máfias que ela tanto se esforçara para manter em paz.

- Onde está Wanda? - Perguntou Penelope, referindo-se à sua amiga que cuidava das máfias em sua ausência.

- Ela está em Roma, tentando manter as coisas sob controle. Kimberly também está lá, revisando nosso arsenal. Estamos tomando todas as precauções possíveis, mas precisamos de você aqui. Wanda acha que isso pode ser apenas o começo. - A voz de Dahlia ficou mais baixa. - E se eles souberem quem você é de verdade?

Penelope sabia que essa possibilidade era aterrorizante. Se alguém descobrisse que a famosa piloto era, na verdade, a dona de cinco das maiores máfias do mundo, isso poderia desmoronar todo o império que ela havia construído. Pior ainda, poderia colocar todas as suas amigas em risco.