capítulo 12

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A noite escura de Moscou passava como um borrão através das janelas dos veículos, a adrenalina ainda pulsando nas veias de Penelope. O calor da explosão ainda parecia irradiar em sua mente, e enquanto o comboio avançava pelas ruas desertas, ela não conseguia afastar o pressentimento de que aquilo era só o começo.

Dentro do SUV, o silêncio era tenso. Todos estavam concentrados, tentando assimilar o que havia acontecido. Penelope não parava de repassar os eventos em sua cabeça. Nada naquela operação havia saído conforme o planejado; a explosão, os guardas adicionais, a precisão assustadora com que seus movimentos foram interrompidos... Era como se alguém estivesse antecipando cada passo deles.

💭:"Quem poderia ter essa informação?" ela pensou, cerrando os punhos com força. A resposta parecia estar à espreita, oculta nas sombras que cercavam seu mundo.

- Penelope - a voz de Dahlia quebrou o silêncio no carro, chamando sua atenção. - Tem algo que você precisa ver.

Penelope se virou para olhar o laptop aberto no colo de Dahlia, a luz da tela iluminando os olhos atentos da mulher. Na tela, um vídeo de segurança granulado mostrava a explosão da fábrica, capturada de uma câmera distante. Mas foi o que veio depois que fez o coração de Penelope disparar. Um segundo depois da explosão, um grupo de homens apareceu na filmagem, vestidos de preto e mascarados, retirando caixas que haviam sido deixadas para trás, levando-as para um veículo desconhecido que rapidamente desapareceu na escuridão.

- Não fomos os únicos nessa operação - Dahlia comentou, seus olhos encontrando os de Penelope.

Penelope cerrou os dentes, uma nova onda de raiva misturada com preocupação passando por ela. Ela sabia que o submundo do crime era traiçoeiro, mas isso... isso era uma afronta direta, um golpe calculado. Alguém havia se infiltrado em sua operação com a intenção clara de roubá-la e, possivelmente, desestabilizá-la.

- Quem são esses homens? - Penelope perguntou, a frieza em sua voz apenas uma máscara para o fogo que ardia dentro dela.

Dahlia balançou a cabeça. - Ainda não sei. Estou cruzando as imagens com nossas bases de dados, mas até agora, nada.

Kimberly, que estava no banco da frente, virou-se, sua expressão imperturbável, mas seus olhos brilhando com o mesmo misto de curiosidade e raiva. - Parece que alguém quer brincar de gato e rato. A questão é: quem?

Penelope olhou para o retrovisor e viu a mesma determinação nos olhos de Dmitri, que estava no veículo logo atrás. Ele não precisava dizer nada para que ela soubesse que estava preparado para qualquer confronto que surgisse.

- Vamos descobrir - Penelope disse finalmente, sua voz decidida. - Dahlia, continue procurando. Quero saber quem são esses homens, de onde vieram e para onde estão indo. Kimberly, prepare-se para uma retaliação. Eles nos provocaram, e agora vão pagar por isso.

- Com prazer - Kimberly respondeu com um meio sorriso. O som de sua arma sendo carregada ecoou no carro.

O comboio finalmente chegou ao seu destino, um armazém discreto no subúrbio de Moscou, onde seus homens já estavam esperando. Penelope saiu do carro com passos rápidos e decididos, seus pensamentos ainda martelando. Algo em tudo isso parecia pessoal demais, como se alguém estivesse tentando enviar uma mensagem.

Dentro do armazém, a luz era fraca, mas suficiente para que ela visse as caixas empilhadas nas laterais. Penelope se aproximou de uma delas, observando a marca gravada na madeira. Esse carregamento era vital, e qualquer interferência poderia desestabilizar não apenas seus negócios, mas também sua posição no submundo.

Dmitri se aproximou, carregando uma expressão sombria. - Conferimos tudo. Estamos com quase 90% da carga. Perderam alguns caixotes na explosão, mas o essencial está aqui.

- Isso não é o bastante - Penelope murmurou, os olhos fixos na caixa à sua frente. - Quem fez isso sabia exatamente o que estava fazendo. Isso não foi um roubo qualquer. Foi uma operação planejada, e provavelmente estão tentando enviar uma mensagem.

Dmitri assentiu lentamente. - Concordo. Vamos reforçar a segurança nos próximos dias. Se eles forem espertos, vão tentar algo de novo.

Penelope fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Cada movimento seu, cada decisão, havia sido para consolidar seu poder e proteger o que era dela. Mas agora, alguém ousava desafiá-la, e ela não permitiria que isso ficasse impune.

- Dahlia, descubra tudo o que puder sobre aquele veículo - Penelope ordenou, abrindo os olhos com determinação renovada. - Preciso saber quem está por trás disso antes que façam mais algum movimento.

Enquanto Dahlia e Dmitri seguiam com suas instruções, Penelope se retirou para uma sala separada, precisando de um momento para pensar. O silêncio envolveu-a, trazendo à tona a lembrança amarga de Kian. Ele sempre foi uma sombra persistente em sua vida, um rival desde a infância, alguém que ela sabia que não podia confiar, mas também não conseguia ignorar.

E então, uma ideia começou a tomar forma em sua mente, crescendo como uma erva daninha, tecendo conexões que ela ainda não havia percebido. **"E se isso tudo for obra dele?"** Penelope se perguntou, seu coração batendo mais rápido. Era algo que ele faria, algo que estava bem dentro das capacidades cruéis de Kian.

Sem perder tempo, Penelope pegou o telefone e discou um número que conhecia bem, o número de Kian. O som dos toques ecoou no silêncio da sala, até que finalmente, a voz dele soou do outro lado da linha, suave e perigosa como sempre.

- Penelope. A que devo o prazer? - Kian perguntou, com aquele tom irritantemente calmo que fazia seu sangue ferver.

- Não faça joguinhos comigo, Kian - ela respondeu com firmeza, tentando controlar a raiva que ameaçava transbordar. - Onde está minha carga?

Ele riu baixo, um som que parecia roçar em seus nervos como um fio de lâmina. - Sua carga? Penelope, acho que você se confundiu. Não tenho nada seu. Mas estou curioso... O que você perdeu?

Penelope fechou os olhos, sentindo a familiar sensação de estar sendo manipulada. Kian sempre soube como mexer com ela, como empurrar seus botões até que ela perdesse a calma. Mas dessa vez, ela não ia dar a ele o prazer de vê-la abalada.

- Se você está tentando alguma coisa, Kian, saiba que não vou hesitar em retalhar. Você pode pensar que tem o controle, mas está jogando com fogo - Penelope ameaçou, sua voz baixa e fria.

Kian ficou em silêncio por um momento, e quando ele falou novamente, sua voz estava mais séria, carregada com um subtexto que Penelope não podia ignorar.

- Penelope, se eu quisesse algo seu, eu teria vindo pessoalmente. Mas como você está tão preocupada... talvez devêssemos nos encontrar para discutir isso. Digamos... amanhã à noite? No lugar de sempre.

Penelope hesitou. Ela sabia que se encontraria com ele eventualmente, mas a ideia de entrar na toca do lobo tão cedo não lhe agradava. No entanto, ela também sabia que precisava de respostas, e Kian era sua melhor aposta para obtê-las.

- Estarei lá - ela respondeu finalmente, antes de desligar sem esperar por uma resposta. O telefone ainda vibrava em sua mão, como se a conversa não tivesse terminado.

Enquanto ela saía da sala, Penelope sentiu uma onda de determinação passar por ela. Kian poderia ser uma ameaça, um inimigo disfarçado de aliado, mas ela estava pronta para enfrentá-lo. Se ele estava envolvido nisso, ela descobriria. E se não... Bem, então ela teria uma nova oportunidade de mostrar a ele que, quando se trata de jogos de poder, Penelope nunca fica em segundo lugar.

A noite em Moscou estava apenas começando, e Penelope sabia que o próximo movimento poderia decidir muito mais do que uma simples disputa de poder. Este era um jogo de vida ou morte, e ela estava pronta para jogar até o fim.

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