Depois de sair da casa de Brian, ele me levou até o meu apartamento onde eu fiz minhas malas, deixei a chave do ap debaixo do tapete para que a diarista pudesse entrar e limpar aquele lugar e fui até o meu carro.
Passei quase duas horas dirigindo até a porta da minha casa em Pasadena, eu não avisei nenhum dos dois que eu estaria chegando.
Já era tarde da noite e provavelmente estavam dormindo, mas quando eu toquei a campainha e papai abriu a porta eu finalmente me senti livre.
- Papai. - Disse com a voz emotiva abraçando o pescoço dele - Eu te amo tanto, obrigada por me amar.
- Meu tesourinho, eu te amo tanto que chega a doer.
Quando percebi estava no colo dele no sofá de casa como uma criança, papai havia me carregado até o sofá como se eu tivesse cinco anos de idade.
Quando mamãe apareceu na sala ela não questionou, apenas sentou ao nosso lado e me abraçou junto do papai.
- Eu sou uma péssima filha. - Eu disse entre lágrimas escondendo meu rosto de vergonha na curva do pescoço do meu pai.
- Não importa o que faça, você nunca vai ser uma péssima filha. - Mamãe disse beijando minha cabeça - Isso é assunto para amanhã.
- Vamos deitar, amanhã cedo depois que suas irmãs estiverem na escola nós conversamos. - Papai concordou acariciando minhas costas - Quer dormir conosco? Compramos uma cama maior ainda, cabe nós três tranquilamente.
- Isso, você está precisando do carinho da mamãe e do papai. - Ela riu acariciando meus cabelos.
Então nos braços da mamãe e do papai eu dormi, como se eu fosse novamente uma criança com medo do escuro. Mas agora os meus medos eram piores.
Eu acordei no dia seguinte com a Nancy e com a Audrey falando alto, brigando por causa de um acessório de cabelo vermelha. Eu realmente estava em casa.
- Meninas, falem baixo, a Harper ainda está dormindo. - Escutei papai falando antes de virar o seu jornal como fazia toda manhã.
- A Baba está aqui? - A voz de Audrey se aproximou do quarto onde eu estava - Mas ela não está no quarto dela.
- Ela deve estar no quarto da mamãe e do papai, sua cabeçuda. - Nancy respondeu, sua voz ainda era distante e parecia estar com a boca cheia. Deveria estar comendo sua torrada com manteiga igual todas as manhãs.
Antes que eu pudesse cobrir meu rosto, Audrey abriu com força a porta do quarto dos nossos pais e pulou encima de mim com aquele uniforme de colégio que eu usei até os meus doze anos de idade.
Nancy e Audrey estudavam em um colégio católico em Pasadena, o melhor colégio da cidade. O uniforme era uma blusa social branca, uma gravata azul marinho e uma saia na altura do joelho da mesma cor. Mas Audrey levantava a saia só um pouquinho, sempre foi o jeito dela. Naquele colégio os Mosby's também estudavam, iam juntos de ônibus que a escola enviava para lá.
Aos 13 anos comecei a frequentar a escola pública porque não parava em casa, eles eram mais flexíveis com a minha carreira de atriz lá em Los Angeles.
- Bom dia Baba! - Ela gritou beijando meu rosto, estava com cheiro de pasta de dente misturada com perfume - Fico tão feliz que esteja em casa.
- Bom dia Bibi. - Disse ainda sonolenta abraçando a minha irmã de treze anos de idade - Como está minha caçulinha?
- Bem, a Cici pegou meu acessório de cabelo mas tirando isso estou ótima. - Levantou-se ao escutar mamãe gritar para não amarrotar a blusa - Vai voltar pra Los Angeles quando?
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A Misteriosa Vida de Harper Young
RomansSinopse: O ano é 2024, depois de anos fora das telas por conta de uma tragédia, Harper Young volta de uma forma diferente. Ao invés de interpretar personagens, Harper conta sua própria história em um livro em celebração a sua vida. Ela revelará seg...