Metamorfose

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O lobo agora, baixava sua guarda. Ele é quem estava indefeso, com sua caça em seus braços. Porém, não a via desta forma. Não queria devora-la, não queria machucá-la,queria pegar seus pedaços e montar um por um. Outros monstros dessa floresta escura, a despedaçaram. E só eu podia fazer isso. Ninguém mais.

A muito tempo não me sentia desse jeito. Eu passava pelo caos todos os dias. Ruminava a culpa,a dor,mas isso que estava sentindo, não chegava nem perto de nenhum sentimento parecido. Era avassalador. Imperdoável. Implacável. De maneira mais cruel eu iria pendurar a pele daquele desgraçado na parede da minha casa, só para quando ela passar pelos corredores,ver que ele sofreu tanto quanto ela naquele momento.
Não consigo parar para imaginar o que o imundo tinha feito com a minha maldita raposa. Porra, eu estava irritado. Muito irritado. Minha ira estava a ponto de querer ver fogo em todas aquelas paredes. Quero estampar que eu estive lá e que ninguém pode arruinar aquela garota como eu.
Meus capangas estavam já terminando de retirar os corpos que havia baleado sem pudor quando adentrei na boate. Eu senti que algo não estava de acordo. Eu senti que ela precisava de mim. Erick a protegeu até o final, porém,ela ainda estava fragilizada,foi tocada por aquelas mãos nojentas. Ela estava imunda daqueles dedos encardidos de maldade e impureza. E eu queria matar mais meio mundo só de pensar nisso.
Ele iria sofrer.
Muito.
Ele vai implorar pela morte. Vai implorar para eu ceifar sua alma, e eu negarei todas as vezes, até eu me cansar,e acredito que não iria tão cedo.
Não me importava por qual razão meu peito gritava por querer vingança por ela, por querer me sujar por ela. Mas, eu queria e vou. Não importa, eu estava pronto pra tirar cada fragmento daquele verme antes de eu levar sua alma para o lugar que ele merecia ir. Acho que nem o Diabo ia querer desfrutar daquele capacho.
Sempre mantive a "Sede" em sigilo, porém hoje eu queria que o mundo visse. Quero que todos vejam o quão rápido vou caçar todos, e vou queimar o mundo se for preciso.
Um de meus homens bateu no final do furgão onde se encontravam os corpos mortos. O carro dispara e o mesmo homem vem até mim. Eles vestiam uniformes parecidos com de Erick, no entanto os desenhos das máscaras sempre mudavam. Sempre o logo da S.W.A.T estava estampado em tudo para melhor resolução de qualquer plano que eu fosse concluir. De alguma forma trabalhar nessa empresa de merda tinha que me dar algum fruto. A porcaria do presidente nem se importava do quanto eu usasse o nome inútil para fazer qualquer merda. Ele nem procurava saber o que era. Ridículo. Se eu não desmarcasse ou interrompesse o seu jogo de golf, ele não movia um dedo para nada. Maldito... as horas dele estavam contadas.

-Sr. O lugar está limpo. Mas temos uma má notícia.
-Sem rodeios.- Minha voz sai ríspida e séria sem nenhum remorso do tom. Aconchego Charlotte nos meus braços,havia colocado meu blazer sobre ela para que não pegasse frio. Olho ao redor e estávamos nos fundos da boate.
-Nós só achamos um dos Sollarres. O outro nem deu as caras hoje. Nosso Siber disse que ele não veio para cá.- Presto muita atenção no que ele diz até raciocinar que Siber é o codinome de Yumeko.
-Já esperava por isso. Temos um deles, o que já é o bastante. Vou fazer ele falar até como a mãe dele se comportava na cama. Mas, obrigada pelas informações.- Observo o homem assentir e sair depois de meu comando. Vou até o carro ainda com Charlotte nos meus braços-Não irei soltá-la tão cedo- Arrumo seu corpo para que eu consiga usar meu outro braço,sua cabeça fica no meu ombro e sustento seu corpo segurando sua bunda e coxas. Abro meu porta malas que sempre está cheio de objetos e itens que talvez eu precise em alguma missão de campo. Pego um galão de cinco litros de gasolina e uma caixa de fósforo. Entro na boate pela última vez.

-Águia um, você está aí?- Minha voz automaticamente ativa o nano chip, direcionando para Erick.
-Positivo. O que precisa?
-Preciso que saia do local.
-Já estou no carro, ia interfonar para você agora mesmo Sr. O que você vai fazer?
-Queimar tudo por ela.- A chamada fica em silêncio, e eu ignoro isso completamente. Continuo derramando o líquido cor de âmbar pelo chão, móveis, paredes, contornando o caminho até a rua.

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