CAPÍTULO 02

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Henrique logo percebeu que a atenção de Hélio não estava no passeio

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Henrique logo percebeu que a atenção de Hélio não estava no passeio.

Ele falou sobre todas as coisas surpreendentes que o acampamento oferecia — arco e flecha mágico, equitação de pégaso, a parede de lava, luta com monstros — mas ele não demonstrou nenhuma animação, como se sua mente estivesse em outro lugar. Ele apontou para o pavilhão de jantar ao ar livre que contemplava do alto o Estreito de Long Island. (Sim, Long Island, Nova York; eles haviam viajado aquela distância na biga.) Hélio explicou que o Acampamento Meio-Sangue era na maior parte um acampamento de verão, mas alguns garotos ficaram aqui quase um ano, e eles tinham adicionado tantos campistas que sempre estava cheio agora, até no inverno. 

Henrique queria saber quem dirigia o acampamento, e como eles sabiam que Henrique e seus amigos eram membros dali. Ele queria saber se teria que ficar em tempo integral, ou se ele teria alguma vantagem nas atividades. Milhões de perguntas borbulhavam na sua cabeça, mas dado o ânimo de Hélio, ele decidiu ficar quieto. 

Enquanto eles subiam uma colina na beira do acampamento, Henrique virou e teve uma incrível visão do vale — uma grande extensão de florestas ao noroeste, uma linda praia, o riacho, o lago de canoagem, magníficos campos verdes, e a amostra completa dos chalés — um bizarro agrupamento de construções, arranjados como um ômega grego, Ω, com um laço de chalés ao redor de um campo central, e duas asas ressaltando a base em cada lado. Henrique contou vinte chalés ao total. Um brilhava a ouro, outro a prata. 

Um tinha grama no telhado. Outro era vermelho vivo com trincheiras de arame farpado. 

Um chalé era preto com ardentes tochas verdes na frente. 

Tudo parecia tão conhecido e desconhecido ao mesmo tempo, como se Henrique já tivesse estado em um lugar parecido antes.

— O vale é protegido dos olhos mortais — Hélio disse. — Como você pode ver, o clima é controlado, também. Cada chalé representa um deus grego, um lugar para o filho daquele deus viver.

Ele olhou para Henrique como se estivesse tentando julgar como Henrique estava tratando as notícias.

— Você está dizendo que minha mãe ou meu pai é um deus.

Hélio assentiu. 

— Você está tomando isso com uma tremenda calma.

Henrique deu de ombros, como ele poderia explicar que sentia como se estivesse certo de alguma forma? Como se já tivesse estado em um lugar parecido antes, em situações semelhantes e diferentes ao mesmo tempo? Toda aquela conversa de deuses e seres mágicos, nada lhe surpreendeu porque já teve aquela conversa antes com pessoas como eles, mas não se lembrava? 

Henrique tomou um fôlego vacilante.

— Acho que depois dessa manhã, será um pouco mais fácil de acreditar. Então, quem é meu parente divino?

𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎 𝐃𝐄 𝐀𝐏𝐎𝐋𝐎❟  𝖯𝖾𝗋𝖼𝗒 𝖩𝖺𝖼𝗄𝗌𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora