CAPÍTULO 11

210 39 14
                                    

Montando Arion, Hazel se sentia poderosa, incontrolável, absolutamente no controle — uma perfeita combinação de cavalo e humano

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Montando Arion, Hazel se sentia poderosa, incontrolável, absolutamente no controle — uma perfeita combinação de cavalo e humano. Ela se perguntou se era assim que os centauros se sentiam. 

Os capitães do barco em Seward tinham avisado-a que eram 300 milhas náuticas até a Geleira Hubbard, uma viagem dura e perigosa, mas Arion não teve problemas. Ele corria fora da água na velocidade do som, aquecendo tanto o ar em torno deles que Hazel nem sequer sentia o frio. A pé ela nunca teria se sentido tão corajosa. 

À cavalo ela mal podia esperar para uma batalha. 

Frank e Percy não pareciam tão felizes. Quando Hazel olhou para trás eles estavam de dentes cerrados e de olhos saltados. As bochechas de Frank sacudiam com a força da gravidade. Percy estava sentado na traseira, segurando firme, desesperadamente tentando não escorregar do cavalo. Hazel esperava que isso não acontecesse. Pela maneira como Arion corria, ela não perceberia que ele caíra até terem se passado uns cinquenta ou sessenta quilômetros. 

Eles correram através de estreitos de gelo, passando por fiordes azuis e penhascos com cachoeiras derramados no mar. Arion saltou sobre uma baleia jubarte e manteve o galope, um grupo de focas surpreendidas se desintegrou de um iceberg. Poucos minutos depois eles corriam por uma baía estreita. A água voltou a uma consistência de gelo raspado, num azul consistente e pegajoso. Arion parou sobre uma placa turquesa congelada. 

A quase um quilômetro de distância estava a Geleira Hubbard. 

Mesmo Hazel que já tinha visto geleiras antes, não conseguia processar o que via. Montanhas roxas cobertas de neve cobriam todo o horizonte, com nuvens flutuando em torno de seus vãos, como correias macias. Em um enorme vale entre dois picos, um muro irregular de gelo se erguia do mar, enchendo toda a garganta. A geleira era azul e branca com listras em preto, de modo que parecia uma cobertura de neve suja deixada para trás numa calçada, após um removedor de neve passar, só quatro milhões de vezes maior. 

Assim que Arion parou, Hazel sentiu a queda de temperatura. 

Todo aquele gelo enviava ondas de frio, transformando assim a baía no maior frigorífico do mundo. A coisa mais deslumbrante era o som de um trovão que rolava através da água. 

— O que é isso? — Frank olhou para as nuvens acima da geleira. — Uma tempestade? 

— Não, — Hazel disse. — Gelo rachando e se deslocando. 

Milhões de toneladas de gelo. 

— Você quer dizer que a coisa está quebrando? — Frank perguntou. 

Como se fosse por causa de sua sugestão, uma camada de gelo silenciosa desgrudou da geleira e caiu no mar, pulverizando a água congelada e estilhaçando várias camadas. Um milésimo de segundo depois o som da batida chegou até eles – um BOOM quase tão chocante quanto Arion atingindo a barreira do som. 

𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎 𝐃𝐄 𝐀𝐏𝐎𝐋𝐎❟  𝖯𝖾𝗋𝖼𝗒 𝖩𝖺𝖼𝗄𝗌𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora