Stupid in Love

15. All good girls go to heaven, but bad girls bring heaven to you

Engfa Waraha

Para o último dia do evento eu havia planejado usar tenho novamente e Charlotte apenas me pediu para escolher primeiro toda a roupa que eu usaria no evento, ela iria me mostrar o vestido que usaria penas no dia. Como eu já havia escolhido as duas primeiras roupas baseado no que ela usaria, ela queria fazer o contrário no último dia do evento. Claro que quando ela surgiu com essa ideia semanas atrás eu não tive como recusar e por mais que eu tivesse insistido durante nossas chamadas de vídeo, ela se recusou a me mostrar sua última roupa para o evento.
Terminei de me arrumar e praticamente corri para fora do quarto na intenção de encontrar minha namorada rapidamente já que eu não estava me aguentando mais de tanta curiosidade. Para minha surpresa, ela estava saindo do quarto ao mesmo momento em que eu e sem sombra de dúvidas meu queixo caiu no segundo em que a vi.
Charlotte usava um vestido preto de mangas longas e cauda feito todo em tule bordado, ele tinha um decote cavado que parava um pouco acima do umbigo. Ela usava o cabelo preso em um coque despojado e alguns fios propositalmente soltos caiam por seu rosto, seu batom era um tom de vermelho vibrante igual ao meu e no pescoço ela usava um cordão com um pingente de pedra vermelha.
- Gostou? – Charlotte perguntou.
Eu não conseguia dizer se ela estava se movendo lentamente em minha direção apenas em minha cabeça ou se ela estava andando nessa velocidade propositalmente para fazer um charme.
- Se esse evento não fosse tão importante eu não deixaria você sair dessa suíte tão cedo. – Segurei sua mão.
- Não se esqueçam que ainda estamos aqui. – Nuay falou atrás da Charlotte. – Se arrumem, quero bater uma foto antes de sairmos.
Colei meu corpo no da minha namorada e encostei o nariz em seu pescoço me deliciando no cheiro do seu perfume, ela ainda iria me matar assim. Precisei me recompor antes que Nuay me tacasse o celular e fomos até a varanda do meu quarto, então paramos lado a lado posando para as fotos e eu não pude deixar de admirar a nossa combinação. Eu usava um terno listrado preto e verde musgo, de abotoamento duplo e minha gravata novamente era estampada seguindo as cores do terno e do sobretudo vermelho que eu usava. Os anéis, a pulseira e os brincos que eu usava eram da cor das abotoaduras do meu terno. No pé eu usava uma bota preta de cano curto.
Depois de batermos uma foto lado a lado comigo segurando sua cintura, eu me apoiei no parapeito ficando de frente para a câmera e colocando meus cotovelos um pouco para trás apoiando nele, então Charlotte se virou de frente para mim e se apoiou em meu ombro, ficamos nos encarando com um sorriso imenso no rosto enquanto Nuay batia mais fotos.
- Acho que está bom. – Nuay chamou nossa atenção. – Querem bater mais alguma foto?
- Não precisa. – Charlotte se direcionou a amiga. – Obrigada, Nuay.
- Podemos ir então? – Sun falava sem tirar os olhos de seu celular.
- Claro. – Falei e sinalizei para Charlotte andar na minha frente.
Fomos até o local do evento e dessa vez as pessoas que estavam ali entrevistando queriam mais entrevistas conosco juntas, não só com a Charlotte como das primeiras vezes. Eles parecem ter entendido que eu queria dar mais espaço para ela já que era o momento dela e agora que estávamos no último dia de participação eles queriam um pouco mais de nós duas juntas.
- Eu estou curiosa com algo. – A mulher que havia nos entrevistado em nosso primeiro dia de evento estava conosco de novo. – Como vocês se sentem sendo o casal mais comentado do evento?
- Eu não estava sabendo disso. – Charlotte respondeu de olhos arregalados. – Estivemos longe das redes sociais nos dias em que estivemos aqui.
- Sugiro que deem uma olhada quando tiverem um tempo. Englot é o nome do momento em termos de casais, estávamos na esperança de vê-las juntas no evento, mas com a agenda lotada das duas imaginávamos que Engfa não conseguiria vir como sua acompanhante. – O sorrido da mulher era imenso enquanto falava.
- Realmente quando Charlotte me convidou, nós pensávamos que eu não conseguiria vir. Por sorte consegui fazer com que minha agenda trabalhasse a meu favor.
- Antes de encerrar, eu gostaria de dizer que eu sou muito fã de vocês e espero como todos que vocês um dia nos surpreendam com um anúncio de casamento. – Nós três rimos ao mesmo tempo.
Passamos por mais alguns entrevistadores depois dela e só então pudemos entrar no evento, era sempre legal encontrar uma fã que gostasse dos nossos trabalhos juntas e não fosse inconveniente com as perguntas. Quando ela se referiu a nós duas como casal foi pelo simples fato de eu ser a acompanhante de Charlotte.
- Pronta para fechar com chave de ouro? – Perguntei ao nos aproximarmos dos outros convidados.
- Prontíssima. – Charlotte respondeu confiante.
O evento transcorreu como imaginávamos, nos mantivemos bem ocupadas com tudo a nossa volta e foram poucos os momentos em que precisamos nos separar, mas logo íamos de encontro uma a outra. Charlotte estava feliz, eu estava feliz, esse estava sendo o tipo de trabalho que mais parecia um lazer. No primeiro dia eu estava um pouco nervosa em pensar como lidaria com isso, mas acabou sendo uma experiência maravilhosa e eu estava aproveitando cada segundo.
Eu estava distraída conversando com um grupo de pessoas quando meu celular começou a vibrar e meu coração começou a acelerar quando vi o nome de Meena na tela. Ela não estaria me ligando agora sabendo que eu estava em um evento importante se não fosse por um bom motivo.
- Me deem licença por favor. – Pedi antes de me afastar. Charlotte ficou me olhando, mas apenas mostrei o celular.
Me afastei um pouco da parte principal do evento e assim q encontrei um corredor vazio atendi à chamada.
- Meen, tudo bem? – Perguntei, mas Meena não respondeu. – Meen, aconteceu algo? - Comecei a me preocupar ao perceber que ela não falava nada e foi então que eu ouvi seu choro baixo do outro lado da linha. – Meen! O que aconteceu? Diga alguma coisa.
- Fafa... – Meena falava entre o choro e meu coração começou a se apertar. – Me ajuda. – Ela começou a soluçar.
- Meen, se acalma por favor. – Respirei fundo, Charlotte que apareceu no final do corredor veio apressada em minha direção. – Eu preciso que você me diga o que aconteceu para que eu possa te ajudar. – Charlotte segurou minha mão.
- Eu me... cortei. – Seu choro estava ficando mais baixo, mas ela ainda parecia nervosa. – Eu estava cozinhando e...
- Você se distraiu?
- Sim. – Minha irmã sussurrou. – Eu já pressionei igual você me ensinou, mas não para de sangrar.
- Por que você não ligou para Nudee ou Aoom? Elas estão mais perto de você. – Comecei a me acalmar ao perceber que não era algo tão grave.
- Meena se machucou? – Charlotte perguntou e eu acenei com a cabeça confirmando.
- Nudee não está em Bangkok, ela estava indo viajar hoje.
- E Aoom? – Perguntei novamente por ela.
- Não quero falar com ela.
- Por que não? – Eu precisava entender a situação para entrar em contato com alguém para ajudar minha irmã.
- Eu estava cozinhando algo para ela e não quero que... – Meena parou de falar.
- Não quer o que Meen? – Minha irmã ficou em silêncio. – Meen... Por acaso você não quer que Aoom pense que você é incapaz?
- Isso. – Minha irmã voltou a chorar mais alto. – Era... era uma... surpresa.
- Onde você está? Na cozinha ainda? – Parecia que tinha uma mão dentro do meu peito apertando meu coração com tanta força que chegava a doer. – Consegue ir até a sua vizinha da frente?
- Eu estou na cozinha, mas não consigo me mexer. – Meena parecia estar respirando fundo. – Não consigo me mexer Fafa.
- Fica calma. – Mutei a chamada e me virei para Charlotte. – Liga para Aoom, por favor.
Obedecendo ao meu pedido, Charlotte ligou para amiga que atendeu no primeiro toque e me apressei em explicar a situação sem deixar ela falar qualquer coisa.
- Eu preciso que você vá até o apartamento da Meena agora, a senha é quinze doze. Ela se machucou e preciso que você leve até o hospital para ver se está tudo bem.
- Estou indo agora. – Aoom se apressou em dizer e pude ouvir o barulho de algumas coisas caindo ao fundo, ela parecia ter derrubado algo.
- Meena está sentada na cozinha, ela está entrando em estado de shutdown por causa do susto e está se desligando de tudo, você vai ter que ajuda-la a se mover. – Respirei fundo. – Por favor, me mantenha informada assim que você chegar até ela.
- Com certeza te manterei informada, preciso desligar porque vou dirigir.
Finalmente consegui respirar aliviada e devolvi o celular à Charlotte antes de voltar para a chamada com Meena.
- Meen, preciso que me escute agora. Acabei de falar com Aoom e ela está indo até seu apartamento, logo...
- Não.
- Meen! – Chamei sua atenção por ela me interromper. – Eu imagino o que você está sentindo agora, mas você está machucada e ela é a única pessoa perto para te ajudar.
Charlotte tomou o celular da minha mão e colocou a chamada no viva-voz.
- Meen, vamos ficar em chamada com você até ela chegar. – Charlotte mantinha a voz calma. – Como você está se sentindo?
- Dor.
- Está com dificuldade para falar? -
- Sim.
- Não se preocupe, logo vai passar. – Acho que nesse momento Charlotte estava falando tanto com Meena quanto comigo.
Ficamos contando para Meena tudo o que havíamos feito e visto em nossa viagem tentando distraí-la até Aoom e para minha surpresa, logo sua voz se fez presente na chamada.
- Cheguei. – Ela falava ao fundo. – Alô? Engfa?
- Sim, como Meena está? – Perguntei ansiosa.
- Ela está encolhida no chão, mas parece bem. Eu vou desligar agora para leva-la até o hospital. – Aoom falava com calma.
- Quando chegar lá, avisa da condição dela e que ela estava em shutdown quando você a encontrou. Eles vão entender. – Parecia que um peso estava sendo tirado do meu peito, Aoom cuidaria da minha irmã. – Eu te amo Meen, vai ficar tudo bem.
Sem obter uma resposta da minha irmã, a chamada foi encerrada e eu tentei normalizar minha respiração. Charlotte que estrava até agora comigo começou a acariciar minha mão enquanto me olhava preocupada e eu não sabia como agradecer nesse momento por ter ela ali comigo, só de tê-la perto de mim eu me sentia aliviada.
- Quer ir embora? Podemos pegar o primeiro voo de volta para a Tailândia. – Ouvir minha namorada dizer aquilo mexeu comigo. – Não chore, Fa. – Charlotte secou uma lagrima que escorria pelo meu rosto.
- Estou bem agora, Aoom está com ela. Você ainda tem trabalho a fazer e agora que Meena não está mais sozinha eu estou mais calma.
- Tem certeza?
- Sim, conforme Aoom for me deixando informada eu verei se precisarei voltar antes para ficar com Meena. – Respirei fundo. – Vamos terminar logo com isso.
Apontei a cabeça em direção a onde estavam todos e seguimos até lá. Agora que pude parar para pensar com calma, acho que Aoom ultrapassou todos os sinais vermelhos para chegar até minha irmã tão rápido quanto ela chegou. Algumas vezes no passado eu já abandonei compromissos importantes por causa de situações como essa, Meena foi morar comigo em Bangkok assim que completou seus dezoito anos e só tinha a mim para ajuda-la em momentos de crise já que nossa mãe mora em outra província.
Conforme os anos foram passando eu aprendi a escutá-la mais e agora eu a incentivava a resolver seus problemas de maneira independente, era ótimo ver a alegria em seu rosto ao perceber que eu estava dando mais autonomia para ela. O que aconteceu hoje foi um caso atípico nos últimos tempos, Meena mantinha suas crises sob controle na maior parte do tempo, mas acidentes podem acontecer com qualquer um e tenho certeza que ela lidou com ele da melhor maneira que conseguiu no momento e quando percebeu que não seria o suficiente procurou por minha ajuda.
Tentei me manter calma enquanto conversava com as outras pessoas, mas toda vez que aparecia uma notificação em meu celular meu coração começava a bater mais rápido. Aoom cumpriu o que eu havia pedido e assim que chegaram ao hospital ela me avisou. Agora com todas nós mais calmas, percebemos que não foi algo tão grave o que aconteceu com Meena. O corte havia sido um pouco profundo e por isso ela não conseguiu parar o sangramento com tanta facilidade o que fez ela ter uma crise, mas cuidaram dela no hospital e não foi preciso levar ponto.
Conseguimos terminar o evento sem maiores incidentes e voltamos para o hotel com nossos assistentes. Assim que entrei em meu quarto liguei para minha irmã e nem me incomodei em tirar a roupa antes, eu precisava conversar com ela. Pude respirar aliviada quando meena atendeu a chamada de vídeo e a encontrei brincando com Phalo e Keiyw.
- Como você está se sentindo? – Foi a primeira coisa que falei.
- Estou bem. – Meena levantou a mão para que eu pudesse ver o curativo.
Nesse momento Charlotte entrou no quarto e sentou ao meu lado de forma que aparecesse para Meena também.
- Doeu muito quando deram os pontos? – Charlotte perguntou.
- Não, eles aplicaram anestesia antes. – Meena voltou a brincar com suas hóspedes.
- Eu posso pegar um voo hoje de volta para a Tailândia se você precisar. – Estava pronta para fazer as malas a qualquer momento.
- Não precisa, já estou bem e posso cuidar de tudo. Phalo e Keiyw estão me distraindo. – Ela realmente parecia bem.
- Elas estão dando muito trabalho? – Charlotte sorria vendo as três brincando.
- Um pouco, mas eu gosto.
- Você tem certeza de que não quer que eu vá? – Perguntei novamente, eu queria ter certeza.
- Tenho Fafa. Eu estou bem, foi só o susto no momento e agora estou mais calma. - Meena não olhava para bom, ela estava de cabeça baixa brincando com Phalo e Keiyw que estavam em seu colo. – Aproveitem o tempo livre até o final da viagem.
- Aoom não está com você? – Percebi que não havia visto ela ainda.
- Pedi que ela fosse embora, eu queria ficar sozinha. - Meena ainda não olhava para mim.
- Entendo. Quer ficar em vídeo chamada comigo até pegar no sono? - Eu não queria deixar minha irmã sozinha.
- Não, eu separei uns filmes para assistir. Vou desligar agora.
Sem sequer ter tempo para me despedir, Meena encerrou a chamada de vídeo e eu fiquei olhando para a tela do celular. Minha irmã estava realmente bem depois do susto que tivemos e agora era ter paciência e esperar até estar de volta a Bangkok para vê-la pessoalmente.
- Ela está bem, você já pode se acalmar um pouco. – Minha namorada tirou o celular de minhas mãos.
- Ainda não tirou a roupa do evento? – Puxei-a até que sentasse em meu colo.
- Queria ver como Meena estava antes de fazer qualquer coisa, estava pronta para pegar um voo de volta para casa. – Charlotte acariciou meu rosto.
- Você não precisaria voltar comigo, ainda tem muita coisa para você aproveitar em Paris. – Beijei sua bochecha.
- Meena é como uma irmã mais nova para mim, não conseguiria ficar em paz aqui sabendo que ela não estava bem em casa. Vocês são minha família... – Charlote segurou meu rosto com as duas mãos e ficou me encarando. – Sempre foram.
- Eu te amo.
- Acho bom mesmo. – Ambas rimos.
Conhecendo minha irmã do jeito que conhecia, ela só iria dar qualquer sinal de vida no dia seguinte, ela iria tomar o tempo dela. Com isso em mente, fomos tomar um banho juntas e relaxar um pouco antes de pensar em fazer qualquer coisa. Agora minha namorada usava um short e uma camisa minha enquanto comíamos algo que Sun trouxe para todos comermos juntos, estávamos na sala da suíte que dividia os dois quartos.
- O que acham de irmos para uma boate depois do evento? - Perguntei. - Vamos comemorar o encerramento deste trabalho em grande estilo.
- Eu estou dentro. - Sun foi o primeiro.
- Então eu também estou. - Wor falou encarando meu amigo que parece ter ficado tímido.
- Por mim está ótimo. - Nuay estava animada.
- Então vamos. - Folk falou em seguida.
Charlotte que estava ao meu lado se inclinou em minha direção e sussurrou em meu ouvido.
- Você tem certeza de que está bem para sair?
- Tenho sim, vou ficar de olho no celular caso ela me ligue. Aoom estando em Bangkok me deixa mais tranquila também, sei que ela vai cuidar da Meena se for preciso. – Expliquei para minha namorada.
Terminamos de comer e fomos descansar um pouco antes de sairmos, já que estava muito cedo para sairmos. Sun havia comentado que veria com Nuay uma boate para irmos e colocaria nosso nome na lista antes de sair da suíte. Segui minha namorada até seu quarto onde colocamos o despertador para não perdermos a hora e fomos deitar um pouco, toda essa confusão drenou minhas energias e agora eu só precisava de um carinho enquanto relaxava. Assim que deitei na cama Charlotte se posicionou atrás de mim, me abraçando e fazendo carícias despretensiosamente.
- Vamos dormir um pouco. – Sugeri.
- Vamos. – Charlotte beijou meu ombro e se aninhou mais contra meu corpo.
Não sei ao certo em que momento dormi de fato, mas quando o celular começou a tocar avisando que já estava na hora, levantamos da cama e fomos nos arrumar. Assim que terminamos fomos encontrar nossos amigos para podermos sair e já estavam todos a nossa espera, pelo visto havíamos sido as últimas a ficarem prontas. Eu usava uma calça jeans larga que deixava o cós da minha calcinha à mostra, uma blusa preta oversized preta com uma estampa nas gostas e um tênis branco no pé. Já Charlotte usava um vestido preto colado ao corpo e uma sandália rasteirinha no pé.
Acho que o fato de sairmos todos juntos acabou chamando mais atenção e acabamos não passando despercebidos como pensávamos que aconteceria. Nos dividimos em dois carros para sair do hotel e assim que chegamos na boato fomos surpreendidos por uma chuva de flashes, pelo fato de ser uma das mais famosas de Paris era de se esperar que haveriam paparazzis por aqui, mas não imaginávamos que chamaríamos tanto a atenção deles.
Entramos no local e fomos até a área vip e eu informei aos meus amigos que as despesas dessa noite ficariam por minha conta, então nos acomodamos e começamos a pedir as bebidas. A intenção era não ficar bêbada essa noite já que estávamos muito longe de casa e eu queria estar bem para cuidar da minha namorada, mas estava tudo tão bom, o clima, a companhia, a música… que acabei passando um pouco do ponto na bebida conforme o tempo passava.
Mesmo tendo passado por algumas câmeras enquanto entrávamos aqui, percebi que não havia nenhum celular virado em nossa direção durante o tempo que passamos aqui dentro, então eu acreditava que não faria mal nenhum nos soltar um pouco. Agora eu estava sentada em um dos imensos sofás de couro preto enquanto observava Charlotte conversar com Nuay, elas estavam rindo e eu não sabia dizer se era por causa da bebida em excesso ou do assunto.
Charlotte então parou de olhar para a amiga enquanto conversavam e começou a olhar para mim. Eu dei um gole em meu whisky sem tirar os olhos da minha namorada e isso parece ter chamado a sua atenção. Ela veio em minha direção e sentou no meu colo sem se importar se alguém nos veria. Nuay logo desceu para pista e imagino que tenha ido se juntar a Folk, Sun e Wor.
- Mon amour. - Charlotte sussurrou em meu ouvido. - Vamos descer, quero dançar com você.
- Seu francês está ótimo. - Sorri para ela. - Será que ele vai continuar presente pelo resto da noite?
- Depende do quanto você vai me agradar. - Ela levantou e me puxou consigo. - Vamos descer, agora!
Claro que eu obedeci às ordens da minha diabinha e desci com ela até a pista de dança onde nossos amigos se divertiam. Nos juntamos a eles e apenas aproveitamos o ambiente enquanto dançávamos, mas a minha paz não durou muito tempo e eu já sabia que isso aconteceria. Charlotte começou a dançar cada vez mais perto de mim até que nossos corpos estivessem colados e conhecendo minha namorada, ela iria me provocar pelo resto da noite.
Segurei minha namorada virando-a de frente para mim e continuamos dançando, se ela queria me provocar então eu aproveitaria cada segundo. Dançamos cada música sem nos importar com nada, ela havia passado um pouco do no ponto na bebida e eu já havia bebido um pouco também, mas nada que fosse nos causar problemas.
- Amo quando se veste assim, nesse estilo. – Charlotte que tinha os braços envoltos em meu pescoço começou a falar em meu ouvido.
- Sério? - Perguntei na mesma altura, a música quase não nos deixava ouvir.
- Fico molhada toda vez. – Ela colocou a mão por baixo da minha blusa e me arranhou.
- Desde quando? – Fiquei curiosa.
- Sempre, desde sempre. – Ela piscou para mim e então se afastou.
Charlotte começou a dançar com Nuay e toda hora olhava para mim, claro que eu não desviava o olhar. Ela estava conseguindo o que queria, havia conseguido prender minha atenção a ponto de eu não conseguir fazer mais nada. Ficamos assim por um tempo, até ela sussurrar algo no ouvido da amiga e então vir até mim.
- Preciso ir ao banheiro. - Ela praticamente gritou por causa da música alta.
- Te acompanho. - Segurei sua mão.
Fomos até o segundo andar onde ficava a área vip e fomos no banheiro de lá já que estaria mais vazio, assim que entramos demos de cara com algumas mulheres retomando a maquiagem na frente do espelho e tentei soltar a mão de Charlotte para esperá-la perto da imensa bancada onde as mulheres estavam, mas a minha namorada apenas me arrastou com ela até entrarmos na última cabine fazendo com que eu ficasse preocupada.
- Você está bem? Quer vomitar? - Perguntei ao vê-la trancar a porta.
- Eu só precisava de um tempo a sós com você, Teerak. - Charlotte me empurrou até meu corpo bater contra a parede.
- E não poderia esperar até chegarmos ao hotel? - Perguntei mordendo o lábio inferior.
- Não. - Ela levantou minha blusa o suficiente para conseguir colocar a mão dentro da minha calça. - Não o suficiente.
Antes que minha diabinha conseguisse fazer qualquer coisa, tirei sua mão de dentro da minha calça e a empurrei até seu corpo se chocar contra a parede oposta da cabine.
- Você vai se comportar aqui, Nuu. - Aproximei minha boca da sua e sussurrei. - Se você fizer isso por mim, eu farei algo por você quando chegarmos em nosso quarto.
- Vai ser difícil, você vestida assim me faz querer sentar no seu rosto a noite inteira. - Charlotte avançou em minha direção e mordeu meu lábio, então. - No need to imagine 'Cause I know it's true. – Charlotte começou a cantar a música que estava tocando. - They say, "All good girls go to heaven" But bad girls bring heaven to you. – Ela trocou “boys” por “girls” enquanto cantava.
Provavelmente se eu estivesse sóbria nesse momento, eu teria acalmado a situação, mas ao invés disso eu tomei sua boca na minha e a beijei como ela queria ser beijada. Minha diabinha tentava tomar o controle do beijo e da situação, mas eu não estava disposta a deixar isso acontecer e se ela havia começado, eu iria terminar. Me afastei o suficiente apenas para virar seu corpo fazendo-a ficar de costas para mim e a pressionei novamente contra a parede, então usei minha mão esquerda para segurar seu maxilar e a direita apertei sua bunda.
- Não me provoque aqui Char. – Mordi sua orelha.
- Por favor, Fa. – Charlotte gemeu. – Só um pouco e eu prometo me comportar pelo resto da noite.
Precisei respirar fundo, era impossível resistir à Charlotte quando ela está manhosa. Soltei minha namorada e me ajoelhei atrás dela, então coloquei minhas mãos em suas coxas e comecei a subi-las por baixo de seu vestido até alcançar sua calcinha. Minha intenção era fazer tudo lentamente para torturá-la um pouco, mas eu não me aguentei e puxei sua calcinha de uma vez até Charlotte levantar os pés para me ajudar, então guardei a peça íntima da minha namorada no bolso da minha calça.
E foi assim que eu comi a minha namorada no banheiro de uma das mais famosas boates de Paris enquanto ela se segurava par não gemer tão alto a ponto de sermos pegas. A princípio eu ia apenas provoca-la um pouco, mas quando o assunto era Charlotte Austin eu sempre perdia a razão e cometia loucuras. Fui pega de surpresa quando ela se virou de repente, então abriu minha calça às pressas e colocou a mão dentro da minha calcinha me masturbando enquanto eu a comia.
Quando finalmente saímos do banheiro nossos amigos estavam sentados em nossos lugares bebendo e logo abriram espaço para sentarmos também. Nós sabíamos que eles sabiam o que estávamos fazendo esse tempo todo, mas nós não abriríamos a boca para comentar e eles muito menos, então apenas seguimos a noite.
- O que acham de irmos embora? Estou morrendo de fome. – Folk foi o primeiro a sugerir, já passavam das três da manhã.
- Eu apoio. – Sun começou a recolher nossas coisas. – Vamos, preciso comer algo.
Sem qualquer oposição, todos levantamos para ir embora, além de cansados, estávamos com fome. Arquei com a despesa de todos antes de sairmos da boate e nossos motoristas estavam a nossa espera, com certeza Sun ou Nuay haviam cuidado de tudo.
Paramos em uma lanchonete vinte e quatro horas para comer algo e jogar conversa fora, alguém de nós havia apenas mais uma mesa ocupada com um casal e eles pareciam estar no próprio mundo. Não demorou para nosso pedido chegar já que não haviam outros pedidos na frente e comemos enquanto tentávamos não ser barulhentos em nossas conversas, mas falhamos miseravelmente.
- Vou me encostar um pouco em você. – Charlotte avisou e então deitou a cabeça em meu ombro, continuando a comer.
- Vocês pretender vir a público como relacionamento de vocês? – Folk perguntou entre uma mordida e outra em seu hamburguer.
- Por enquanto não. – Charlotte respondeu. – Precisamos na nossa privacidade, pelo menos agora.
- Entendo. – Folk voltou a falar. – Estava pensando no tamanho do surto que vai ser quando essa notícia aparecer em todas as redes sociais e veículos de imprensa.
- Pode se preparando meu amigo, sai ser impossível essas duas saírem de casa sem um tumulto. – Nuay falava rindo.
- Vamos fazer uma aposta, como vocês acham que elas vão contar que estão namorando? – Wor incentivou. – Eu acho que vai ser em uma entrevista, com direito a declaração e tudo.
- Eu acho que elas vão ser flagradas ainda. Não se desgrudam. – Sun deu de ombros.
- Vai ser com um anúncio de noivado daqui a um tempo. – Folke se abanou.
- Duvido, vai ser numa postagem nas redes sociais em uma data importante para elas com direito a declaração e tudo. – Nuay estava confiante.
- Fico feliz em saber que minha vida é tão divertida assim ara vocês. – Revirei os olhos. – Tomara que todos vocês percam a aposta e se nenhum de vocês acertarem o dinheiro vem para nós duas.
Charlotte começou a rir com a minha fala.
- Então quero que apostem um valor bem alto, amo dinheiro. – Charlotte pegou uma batata frita e colocou na boca.
- Vamos mudar de assunto, não estou pronta para ficar pobre agora. – Nuay falou. – Quais os planos para amanhã? Vamos sair juntos ou cada um vai se debandar para um lugar diferente?
- Engfa e eu fizemos um cronograma do que queremos fazer amanhã, se quiserem nos acompanhar em algum momento do dia... – Charlotte respondeu.
- Amanha de manhã então nós vemos isso melhor, não sei se estou pronto para tomar alguma decisão agora. – Sun nos arrancou uma longa risada.
Continuamos comendo sem nos preocupar em ter que acordar cedo no dia seguinte e voltamos para o hotel um pouco antes das cinco da manhã. Cada um foi para seu quarto sem energia para continuar acordados e assim que coloquei os pés em meu quarto corri para o banheiro, eu precisava tirar todo o suor da noite para poder descansar bem e acabei demorando um pouco mais do que imaginava. Quando voltei para o quarto congelei ao encontrar minha namorada deitada nua em minha cama.
- Finalmente. – Charlotte falou meio sonolenta ao me ver parada perto da cama. – Tira a roupa.
- Oi? – Me aproximei da cama.
- Não quero dormir de roupa hoje, quero sentir você. – Minha namorada agarrou minha blusa e a puxou, então ela se ajoelhou na cama ficando de frente para mim e me abraçou levando suas mãos até minha bunda por dentro da minha calça de moletom. – Você vai tirar ou precisa de ajuda?
Era difícil saber se os olhos quase fechados eram por causa do sono ou da bebida, mas eu não em importava com isso agora. Tirei a camisa e a joguei no chão, Charlotte mordeu o lábio inferior enquanto me observava ainda sem me soltar e apenas erguei uma sobrancelha me esperando tirar a calça. Óbvio que eu a tirei com minha namorada ainda agarrada em mim e a segurei pela cintura indo em sua direção juntando nossos corpos.
- Não vá se animando, eu quero apenas dormir. – Charlotte me beijou.
- Não se preocupe, ainda sobrará bastante energia para os nossos passeis mais tarde. – A empurrei até deitá-la na cama e fiquei por cima dela. – Só quero ficar um pouco com a minha namorada.
Iniciei um beijo lento que logo foi correspondido enquanto acariciava seu corpo e como minha intenção não era esquentar as coisas, tomei cuidado para não passar pelas zonas perigosas da minha namorada, senão era capaz dela me atacar e não parar até estar completamente satisfeita. Minhas mãos passaram a maior parte do tempo acariciando seu rosto e brincando com seu cabelo até eu colocar uma delas em sua cintura, então passei meu braço direito entre o pescoço da Charlotte e a cama para abraça-la e nos virei deitando um pouco de lado. Assim ela ficou com a maior parte do corpo em cima do meu enquanto continuávamos os beijos.
- Eu sou viciada em você. – Falei ao afastarmos nossos lábios um pouco. – Te beijar é como estar em casa, me traz paz.
- Não precisa ficar falando essas coisas, você já me conquistou. Esqueceu? – Charlotte brincou.
- Preciso sim, parece que se eu não falar o que estou sentindo meu peito vai explodir. Acho que foi por ter ficado todo esse tempo desde que nos conhecemos sem poder falar tudo o que eu estava sentindo.
- Eu te amo. – Charlotte me beijou. – Meu único arrependimento foi não ter aceitado meus sentimentos antes. – Ela suspirou. – E pensar que você sempre me deixava molhada quando ficava bêbada e era mais incisiva, ou quando usava alguma roupa que eu gostava muito.
- Então quer dizer que minha diabinha escondeu todo esse tempo que eu a deixava molhada? – Segurei seu rosto. – Isso sim que eu chamo de maldade.
- Maldade era ver você dando confiança para alguma mulher sem poder fazer nada.
- Isso não conta, você sempre interveio quando alguma mulher se aproximava de mim. – Mordi seu lábio.
- Não tanto quanto eu gostaria e você parecia se divertir, as vezes eu queria te bater quando você dava ainda mais atenção para elas. – Ela fechou a cara.
- Eu tinha que fazer algo, é aquele ditado: Ou fode ou sai de cima. – Ri com o tapa que levei no ombro. – A culpa não é minha se você demonstrava mais seus sentimentos quando estava com ciúmes e eu gostava de vê-los.
- Ainda bem que não precisa mais disso. Não gosto de como fico quando estou com ciúmes.
- Não deixou nenhuma mulher se aproximar de mim da forma como só você poderia, não quero nenhum toque a não ser o da minha namorada.
- Se safou bem. – Charlotte voltou a me beijar.
Nossa noite terminou dessa forma, trocando carícias e beijos até estarmos cansadas demais para continuarmos acordadas e com nossos corpos enroscados um no outro.

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Olá pessoal, então... Ficamos duas semanas sem atualização de Stupid in Love porque fiquei sem tempo para escrever por causa do trabalho e da faculdade. Mas na próxima semana teremos dois capítulos para compensar.

Obs.: Me perguntaram se o Wor era um personagem criado apenas para a fic ou se era baseado em alguém e percebi que mais pessoas poderiam ter essa dúvida. Wor é realmente o maquiador da Engfa, o @ dele no insta é Topfee e o nome dele é Worramet.