Simone TebetAcordei nos braços dela logo antes de o nascer do sol, com fome, com sede e precisando ir ao banheiro. Saí da cama e da casa e andei até a mata, parando para juntar coco e fruta-pão no caminho de volta. O céu foi preenchido com a luz da manhã enquanto eu escovava os dentes e penteava o cabelo, e depois fui preparar o desjejum.
Enquanto eu esperava que ela acordasse, repassei os eventos da noite anterior na cabeça. Seu desejo havia sido palpável, irradiando dela como fogo. Sua respiração havia mudado, ficado mais alta,
e seu coração saltava no peito sob meu rosto. Ela havia demonstrado um controle notável, e imaginei por quanto tempo ela se satisfaria em apenas me envolver nos seus braços.Imaginei por quanto tempo eu me satisfaria. Ela saiu da casa alguns minutos depois, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo.
— Oi. — Ela se sentou do meu lado e apertou meus ombros. — Como você está se sentindo hoje? — Seu joelho encostou no meu.
— Muito melhor.
— Dormiu bem?
— Dormi. E você?
Ela confirmou, sorrindo.
— Dormi muito bem, Sisa!
Sentamos na beira da água depois do desjejum.
— Então, eu estava pensando — disse ela, coçando uma das picadas de mosquito. — E se eu levasse o bote salva-vidas até a laguna para pescar?
A sugestão dela me apavorou.
— De jeito nenhum — falei, balançando a cabeça para os lados. — E se o tubarão morder o bote? Ou virá-lo?
— Isso aqui não é o filme Tubarão, Sisa. Além disso, você disse que não queria que eu ficasse de pé dentro da água.
— Acho que deixei isso bem claro — admiti.
— Se eu pescar do bote, não vamos ficar com fome.
Meu estômago roncou como se eu fosse um dos cães de Pavlov quando ela mencionou o peixe.
— Não sei, Sory. Parece uma má ideia
— Não vou me afastar muito. Apenas fundo o suficiente para pegar alguns peixes.
— Tudo bem. Mas eu vou com você.
— Não precisa.
— Claro que precisa.
Tivemos que esvaziar o bote para passá-lo pela porta da casa. Nós o reinflamos com o tubo de dióxido de carbono e o carregamos para a praia.
— Mudei de ideia — falei. — Isso é uma loucura. Devíamos ficar na praia, onde é seguro.
Ela sorriu.
— E qual seria a graça?
Remamos até que o bote estivesse no meio da laguna. Soraya colocou a isca no anzol e puxou os peixes um por um, jogando-os em um recipiente plástico cheio de água do mar. Eu não conseguia
ficar sentada quieta nem parar de olhar ao redor. Ela me puxou para baixo, ao lado dela— Você está me deixando nervosa — disse ela, colocando os braços ao meu redor. — Vou pegar só mais alguns peixes, e voltamos.
O bote não tinha mais a cobertura presa, e o sol nos castigava. Eu estava apenas com um biquíni, mas ainda assim estava derretendo de calor. Soraya usava seu boné, e tirou da sua cabeça pra colocar na minha.
— Seu nariz está ficando vermelho — disse ela
— Está queimando. Está muito quente aqui.
Soraya pegou um pouco de água do mar e jogou no meu peito, olhando enquanto ela gotejava lentamente, escorrendo até o meu umbigo. Meu corpo formigou, e minha temperatura interna aumentou alguns graus. Ela começou a mergulhar a mão de novo, e então parou bruscamente.
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Simoraya - Na Ilha
Fiksi PenggemarSimone Tebet é uma professora de inglês de 35 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicago e de seu relacionamento que não evolui, ela agarra a oportunidade de passar o verão em uma ilha tropical dando aulas particulares par...