Between Hell & Heaven - Sahyo

Entregues ao Desejo

  Após todas as emoções que foram despertadas ali, decidiram ir para o jardim tomar um pouco de ar. Sentaram juntas no balanço, e ficaram apenas curtindo a companhia uma da outra. Sana mais pensativa do que nunca, e a morena percebeu isso.

  — No que você tanto pensa? – resolveu questionar.

  — Nada demais. – deu de ombros. Jihyo apertou levemente os olhos.

  — Eu te conheço. Fala logo.

  Sana sorriu de canto. Sua expressão denunciava que planejava algo em sua cabeça.

  — Não posso falar agora. – falou e viu os lábios de Jihyo se juntarem em um bico. Sana não resistiu e o beijou, fazendo a Park corar e ficar sem jeito. – Topa ir comigo pro meu castelo?

  — Assim de repente?

  — Já fiquei bastante tempo aqui, não é? Nada mais justo. – justificou sem dar muito espaço para discussões.

  — Você que manda, linda. – Jihyo desceu do balanço. – Vou arrumar minhas coisas.

  Sana segurou sua mão e a puxou de volta.

  — Não precisa. Tudo o que você precisar, pode pegar lá.

  Jihyo ficou surpresa com a atitude da loira. Quanto mais íntimas ficavam, mais a personalidade tímida de Sana ficava de lado, dando espaço para um jeito mandão. Aquilo deixava Jihyo derretida. Voltou a sentar com Sana, apoiando a cabeça em seu ombro. Ficaram ali até o sol se pôr, e subiram pro quarto da Park.

  — Tem algum motivo especial pra você querer que eu vá com você? – a morena retomou o assunto.

  — Quero que você conheça onde eu vivo também. – Sana falou firme e sentou na cama com Jihyo.

  Jihyo a olhou de cima a baixo. O efeito que a mulher causava nela não acabava nunca. Pelo contrário, ficava cada vez mais intenso. Ela se sentia hipnotizada pela garota. Quando estava perto de Sana, suas guardas baixavam. Seu lado vulnerável vinha à tona de uma forma que ela não conseguia controlar. Era como se Sana tivesse uma chave que abria todas as suas defesas, e Jihyo se entregava a isso sem resistência.

  Sana percebeu o jeito que a Park a olhava, e resolveu tomar uma atitude. Se aproximou lentamente, seus olhos fixos nos de Jihyo, que respirava fundo tentando manter a compostura. O quarto parecia desaparecer ao redor delas, como se só existissem as duas naquele momento. 

  — Você me quer, não é? – sussurrou, sua voz suave e levemente rouca, fazendo Jihyo estremecer. 

  Ela arregalou os olhos, surpresa pela forma como Sana se transformava quando queria. Jihyo não costumava ficar tímida facilmente, mas ouvir a garota falar daquele jeito fazia seu coração bater mais rápido. Antes que pudesse responder, Minatozaki já estava mais perto, o calor de seu corpo invadindo seu espaço pessoal.

  — Sana… – tentou dizer algo, mas a proximidade da outra mulher fez com que sua voz falhasse.

  — Shh… – Sana colocou um dedo sobre os lábios de Jihyo, silenciando qualquer tentativa de protesto.

  Com um movimento suave, Sana retirou o dedo e, em seu lugar, aproximou seus lábios dos de Jihyo, hesitando por um breve momento como se estivesse esperando um sinal. A morena, incapaz de resistir, fechou os olhos e cedeu, acabando com a distância entre elas. O beijo foi suave no início, mas logo se tornou mais profundo, carregado de todas as emoções que ambas tentavam esconder por tanto tempo. Sentiam o estômago se revirar em borboletas. Carregado de desejo e sentimentos reprimidos, o momento parecia durar uma eternidade, mas, ao mesmo tempo, era como se o tempo tivesse parado. As mãos de Sana se moviam lentamente, explorando o contorno do rosto de Jihyo.