Cap 27

1.6K 135 53
                                    

POV Betina

Acordo ouvindo o despertador, completamente contra a minha vontade. Já havia se passado uma semana desde a última consulta, e estava na hora de voltar a ver a Marcela. Essa semana tinha sido um inferno—enjoo constante, chorando por qualquer coisa, estava difícil.

Enquanto me arrumo para a consulta, recebo uma mensagem de Beto:

[Mensagem - Nascimento]

— Amor? Já acordou? Não esquece a consulta.

Não respondo de imediato, continuo a me arrumar, distraída, e acabo esquecendo de responder.

Pouco depois, o celular toca. Era Beto:

— Meu amor, por que você não responde a porra desse telefone? Já tava preocupado aqui, cara.

— Eu me esqueci de responder...

A forma como ele fala me causa uma tristeza inexplicável. Que merda é essa? Porra de hormônios.

— Você quer que eu passe aí pra te buscar pra consulta?

— Ah, você vai?!

— Vou, meu amor, lógico. Ou prefere passar aqui?

— Passo aí, é caminho...

— Tá, meu amor. Vou trocar de roupa e te espero aqui no estacionamento.

Nos despedimos, mas eu fiquei sentida com o tom que ele usou na ligação. Chego para buscá-lo, e ele já me aguardava no estacionamento, como tinha prometido.

Paro o carro e desço, cruzando com ele na frente do carro. Ele me puxa, me dá um selinho e me abraça, antes de abrir a porta do carro pra mim.

Quando entro no carro, ele para e me encara.

— O que foi que tá com essa cara? — Ele me olha, mas eu não digo nada. — Ai ai ai...

Ele dirige até o consultório, falando um monte de coisas aleatórias, tentando me distrair. Desço do carro e saio andando até o elevador, ainda chateada. Ele apressa o passo, puxa minha mão e me obriga a parar.

— Dá pra me dizer o que foi? — Ele me abraça e me faz olhar pra ele. — Olha pra mim e fala, bora.

Meus olhos começam a marejar, e faço um beiço, lembrando da forma que ele falou comigo. Ele me olha e ri.

— Para de rir... — Bato no peito dele, meio irritada.

— Oh, meu amor... Fala pro seu homem o que aconteceu, vai...

— A forma que você... — Lágrimas involuntárias caem dos meus olhos, e eu rio, confusa com o que estou sentindo.

— Eu o que? — Ele ria enquanto enxugava as lágrimas dos meus olhos.

— Que você falou comigo no telefone.

Ele gargalha e me beija.

— Oh, meu Deus, foi isso? Meu amor... Eu falei normal — Ele ria e continuava a me beijar.

— Eu sei...

— Desculpa, tá bom? Vem cá... — Ele me abraça ainda mais forte e entrelaça sua mão na minha, me puxando em direção ao elevador.

Eu sabia que estava sendo boba, mas o jeito que ele cuidava de mim, mesmo quando eu não sabia exatamente o que estava sentindo, me fazia sentir que tudo ficaria bem.

Entro no consultório de Marcela com um misto de ansiedade e esperança. Beto está ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, mas posso sentir a tensão em seus dedos. Deito na maca e Marcela começa o exame.

Oceano | Capitão Nascimento - Por Agnes B.Onde histórias criam vida. Descubra agora