Cap 30

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POV Betina

O sol da manhã invadia o quarto através das frestas da cortina, preenchendo o ambiente com uma luz suave. Eu estava deitada ao lado de Beto, sentindo suas mãos acariciarem minha barriga com ternura.

— Caralho, não aguento mais esperar pra ver minha princesinha — ele disse, sua voz carregada de carinho enquanto seus dedos traçavam círculos delicados sobre minha pele.

Eu sorri, sentindo a conexão profunda entre nós e nossa filha.

— Será que ela vai se parecer mais comigo ou com você?

— Espero que seja uma misturinha perfeita — ele respondeu, os olhos brilhando de expectativa. — Mas se ela puxar inteiramente pra você, caralho, vou estar completamente fodido. — Ele soltou uma gargalhada que reverberou pelo quarto, e eu não pude evitar rir junto com ele.

Ele se inclinou e me beijou, afundando a cabeça no meu pescoço, o calor de seu corpo contra o meu, confortando-me. A sensação de segurança que ele trazia era quase palpável.

— Combinei com a mamãe pra irmos lá hoje na hora do almoço — comentei, acariciando seus cabelos enquanto ele permanecia junto a mim. — Vamos passar na Sodiê e levar alguma sobremesa.

— Sim, senhora. — Ele sorriu, seu tom galante me fazendo revirar os olhos de forma brincalhona.

Eu me levantei da cama, sentindo o olhar de Beto me acompanhar enquanto eu andava pelo quarto. Seus olhos estavam cheios de admiração, e um sorriso travesso surgiu em seus lábios.

— Já percebeu que tua bunda aumentou mais ainda? — ele comentou, o tom de voz provocador.

Automaticamente, passei a mão pela minha bunda e me olhei no espelho, arqueando uma sobrancelha.

— Tá me chamando de gorda? — perguntei, fingindo incredulidade.

— Tô te chamando é de gostosa! — ele respondeu, levantando-se rapidamente para me abraçar por trás. Seus braços envolviam minha cintura enquanto ele me olhava pelo espelho, um brilho malicioso nos olhos. — Achei que era impossível, mas você está ainda mais bonita e muito gostosa.

Senti o calor subir ao meu rosto enquanto olhava minha silhueta no espelho. — Achei que minha barriga estaria maior, mas quase não dá pra ver... só com algumas roupas específicas. Parece que eu só engordei um pouco. — Comentei, acariciando minha barriga suavemente. — Minha mãe sempre disse que as mulheres da nossa família não criam muita barriga quando grávidas...

Quando nossos olhares se encontraram pelo espelho, vi o amor evidente no olhar de Beto, o sorriso suave em seus lábios era a prova de seu afeto.

— Só digo uma coisa: você está perfeita, meu amor. — Ele murmurou, beijando meu pescoço de forma possessiva. — Quintana me ligou no quartel parabenizando pelo nosso bebê...

— Ele me perguntou se já sabíamos o que era quando você foi me buscar pra almoçar — contei, lembrando-me da conversa.

— Os teus amigos no quartel já sabem, amor? — ele perguntou, a curiosidade evidente em sua voz.

— Não, somente o Coronel, porque ele tem que ser comunicado... Prefiro manter assim pelo menos até ser praticamente obrigada a usar o uniforme horrendo de gestante. — Revirei os olhos, já antecipando o desconforto de vestir aquele uniforme.

— Ah, amor, para com isso, aposto que vai ficar uma gata. — Ele riu, tentando aliviar meu incômodo.

— Ai, não tem como a mulher ficar bonita com uniforme de gestante... coisa feia. — Fiz uma careta ao lembrar do tecido grosso e do corte pouco lisonjeiro.

Oceano | Capitão Nascimento - Por Agnes B.Onde histórias criam vida. Descubra agora