Capítulo 1

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Nenhum mulher deveria passar por isso. Eu não deveria passar por isso. Durante dias e dias fiquei me perguntando o que fiz de errado, chorei sozinha no banheiro e me culpei por ter deixado meu casamento chegar aquele ponto. Me lamentei, liguei para um programa de rádio, onde uma sensitiva ajuda as pessoas, mesmo não acreditando nisso, eu liguei. Gastei ligação interurbana, mas consegui a resposta saiu de imediato da sua boca.

"Você precisa enfrentar seus problemas de frente e parar de fugir, porque toda sua vida você viveu em uma constante fuga e isso te levou onde você está hoje."

Após isso eu decidi entender o porquê do meu marido fazer isso. Saber se não era suficiente na cama, se estava velha ou se ele não suportava mais estar comigo. A resposta para todas as perguntas pareciam ser sim e por isso eu o segui até aqui. Descobri que ela morava num condomínio na Tijuca, que parecia ser recém construído. Descobri o bloco e o número do apartamento. Juntei uma coragem que nunca achei que teria e toquei aquela campainha. Esperei, esperei e toquei de novo. Nada, ninguém abriu. Aquele era um sinal, deveria dar meia volta e esquecer isso, seria só um mais um caso de um homem de meia idade, homens fazem isso para se sentir mais jovem, então eu deveria apenas fingir que nada estava acontecendo.

[...]

Ao chegar em casa, preparei algo simples para comer, durante o dia eu não tinha nada para fazer, não tinha ninguém em casa e eu sempre terminava as tarefas de casa antes das nove. As cinco meu filho mais novo, Henrique, foi o primeiro a chegar, me deu um forte abraço e foi para o quarto tomar banho. Pouco tempo depois Helena chegou, eles estudavam na mesma escola, mas Helena sempre chegava mais tarde que o irmão.

- O jantar já vai estar pronto. - Avisei, já que ela se jogou no sofá e começou a mexer no celular.

- Já vou mãe. - Respondeu com o mau humor matinal, na verdade minha filha só parecia mal humorada dentro de casa.

Como sempre, jantamos só os três e minha filha mais velha correu para o quarto, passaria o resto da noite no celular. Henrique permaneceu comigo e assistiu todas as novelas da noite, mesmo brincando em seu vídeo game. As nove, meu marido chegou, cansado, suado e reclamando do trânsito, às vezes parecia que ele achava que a culpa do trânsito era minha. Reclamou da comida, mesmo eu tendo esquentado para ele, disse que tinha gosto de comida vencida. Eu queria confrontá-lo, perguntar sobre a tal mulher, se minha comida era ruim porque não iria viver com ela de uma vez? Mas me faltou coragem. Fui me deitar, quando ele deitou- se ao meu lado, apenas me virei de costas. Quando ele tocou minha cintura, eu sabia o que ele queria.

- Querida, estava tão cansado e estressado, me desculpe. - Falou manso. - Você sabe, muitos casos, provas para corrigir. - Carlos era advogado e professor universitário. Beijou meu pescoço, apertou mais forte minha cintura. Eu não queria nada, sentia-me mal.

- Eu estou com dor de cabeça. - Nem se quer me virei.

- Puta que pariu! - Esbravejou. - Você está sempre com dor de cabeça.

- Assim como você está sempre estressado e me insultando. - Soltei. Eu não queria iniciar uma discussão, elas nunca acabavam bem.

- Você merece até coisa pior. - Ele levantou-se da cama, foi até o guarda roupa.

- Onde você vai?

- Vou sair para beber algo. - Eu sabia que era mentira.

- A essa hora?

A Amante do Meu Marido ( Magi )Onde histórias criam vida. Descubra agora