Capítulo 19

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Eu estava morrendo de medo, liguei para Cami, mas só chamou e ninguém atendeu, ela era minha primeira opção, a segunda era Giovanna, não porque não considerava ela, mas sim porque não queria colocar uma pressão enorme nos ombros dela. Por volta das duas da manhã o medo falou mais alto, então decidi ligar para Giovanna. Chamou diversas vezes e nada dela atender, tentei ligar novamente e na terceira tentativa eu estava quase desistindo, quando ela atendeu.

- Allooouu!  - Uma música muito alta tocava no fundo. Giovanna com certeza não estava em casa, deveria ter saído com os amigos.

- Oi Giovanna.

- Oi May! Ta muito barulho... mas eu te amo ta?

- Tudo bem.

- Desliga essa bosta gatinha, vem dançar! - Ouvi a voz de um homem. - Não, gatinho, espera... to falando com minha amiga... está tudo bem?

- Está sim, eu liguei errado.

- Maya...

- Aproveita sua noite Giovanna, amanhã nós falamos. - Desliguei.

Eu não sabia mais o que fazer ou a quem recorrer. Eu teria que esperar até de manhã para que Cami pudesse ver minhas chamadas e me retornasse. As horas passaram bem devagar, mas eu tomei uma decisão importante aquela noite, uma que eu deveria ter tomado a muito tempo. Quando o relógio marcou cinco horas, eu já tinha tudo que eu precisava numa mala. Fui até o quarto de Helena primeiro.

- Filha. - Me sentei ao lado dela na cama e passei a mão no rosto dela. Minha filha era linda, era muito parecida com o pai, mas com certeza com um caráter melhor.

- Mãe, o que houve?

- Você precisa fazer suas coisas, nós vamos embora.

- Por quê? O quê houve?

- Faça suas malas e eu explico depois. Pegue o mais importante, depois voltamos para pegar o resto.

- Foi o papai? - Concordei. - Para onde vamos?

- Eu ainda vou decidir isso.

- Vamos ficar com Giovanna?

- De início não.

- Vocês brigaram?

- Não, mas no momento ela não vai poder me ajudar. - Ela concordou. - Eu vou acordar o Henrique e pedir para ele arrumar as coisas dele.

- Mãe, quando você diz coisas importantes, são tipo, coisas que eu não posso viver sem?

- O essencial por um tempo.

Acordei Henrique, ele nem questionou, começou a arrumar tudo que iria precisar, às vezes ia e vinha do quarto da irmã. Me sentei na sala, guardei as coisas importantes, principalmente as roupas que precisaria entregar, desci com elas e deixei na portaria, pedi para o porteiro guardar e me prometer que não diria nada a Cristopher, dei a ele cinquenta reais por isso, deixei algumas malas lá também, ficando só ο básico no apartamento.

- Mãe a tia Cami tá no telefone. - Henrique me entregou o telefone e eu fui para o quarto, não queria que eles ouvissem que Cristopher me ameaçou e a eles também.

- Mana, Henrique me contou que você disse para eles arrumarem tudo. O que houve?

- Carlos quer voltar, ele está furioso, ele nos ameaçou e eu estou com medo. Eu queria te pedir ajuda, Cami, eu não posso viver com meus filhos sobre o mesmo teto que ele.

- Você tem mais ou menos ideia para onde ir?

- Não, não tenho. - Eu sabia que era uma pergunta indireta para saber se eu ficaria no apartamento de Giovanna ou não.

A Amante do Meu Marido ( Magi )Onde histórias criam vida. Descubra agora