Giovanna:
O dia ruim vem para todos, e hoje é a minha vez. Sinto como se minha cabeça fosse tombar para cada lado quando eu ando. Não tenho força nenhuma pra ir trabalhar hoje. Felizmente, minha situação com os alunos está totalmente resolvida quanto às notas. Já fizemos as provas do 1° bimestre e hoje seria um dia de preparação para o próximo.
Estou com uma enxaqueca terrível. Mal dormi de noite por causa dela.
Agora são sete da manhã, e aqui estou eu, acordada. Porque não consigo dormir e nem trabalhar. Socorro, Deus...
Aquecida pelos cobertores em minha cama, olho para o caderninho azul na cabeceira e resolvo pegá-lo para passar o tempo, já que mexer no celular só vai piorar a situação.
Eu comprei um diário a algumas semanas atrás. Quando eu o vi na vitrine, não resisti e trouxe. Ele é lindo, de capa e fitas azuis, todo trabalhado a mão. É nele que tenho registrado os acontecimentos desse mês que passou.
Começo pela primeira folha, que começou a melhor notícia de todas: o nascimento da Ester. A filha do Lucas e da Mari é muito linda e a titia aqui foi uma das primeiras a vê-la. Meu coração se enche de amor ao ver a foto dela que imprimi e coloquei na página. A pequena definitivamente puxou a beleza da mãe.
Três páginas à frente, algo acontece com essa família novamente. Lucas resolveu cortar o cabelão e agora está da forma que eu o conheci. Posso dizer que quando ele estava com o cabelo grande, ele parecia uma versão brasileira do Jason Mamoa (Aquaman), só que sem a beleza dele, obviamente. (Desculpa, Lucas) Agora, ele está normal. O corte de cabelo dele está com um pequeno topetinho. Nada de extravagante.
Paro de folhear o diário pra tomar um comprimido. Apertar as têmporas não tem adiantado muito coisa, por isso partirei para o remédio.
Depois de sentir aquela sensação estranha de uma pequena coisinha descer pela sua garganta, volto a ler o diário.
Outra coisa boa que aconteceu, nas páginas seguintes, foi a ida de Beatriz na igreja. Minha amiga está finalmente disposta a tentar se aproximar de Deus e de uma congregação novamente. Ela tem estado bem envolvida nos trabalhos da ação social com o Cléber.
Se você me perguntar como essa chavinha virou, nem meu livrinho aqui tem a resposta.
Foi como da última vez. Ela chegou na minha casa, disse que iria à igreja e quando percebi ela já estava frequentando os máximos de cultos possíveis. E é sincero. Dá pra perceber.
Mas convenhamos que em breve vai sair alguma coisa entre ela e o João. Pode anotar.
Duas pessoas se machucaram nesse período: Heitor e dona Célia.
Meu irmão torceu o tornozelo e ficou duas semanas sem jogar futebol. Imagina a tortura pro garoto? Se não fosse pela Carol, que também está frequentando nossa igreja, o menino teria surtado.
A dona Célia escorregou em casa. Ela está mancando um pouco e por isso ela tem feito menos coisas na igreja. Porém, isso não significa que ela parou. Dona Célia só para de fazer a obra se o Próprio Jesus descer e falar com ela pessoalmente. Eu acho.
Falando em dona Célia, se você acha que o filho dela ficou de fora das minhas anotações, você está enganado. Renato ganhou um pedaço especial de todas as páginas, ao longo desse mês. Tivemos conversas profundas sobre Deus e o evangelho, falamos de filmes e séries e outras vezes eu só o observava cochilar com a cabeça num tronco de árvore. Ele sempre aparenta estar cansado, mas sempre se esforça para podermos conversar.
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O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristão
Spiritual#1 - Melhores livros Minha primeira história publicada, já peço perdão pelos erros 🥲 Sinopse Giovanna: -Será que você não percebe? - Acho graça da cara confusa que ele fez. - Renato, não é você que dá uma chance pra Deus e sim Deus, que está te d...