🛟 Capítulo 39 🛟 Despertar

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Três dias depois...

Renato:

Tudo estava escuro e eu só ouvia o som da minha própria consciência. Fiz força para tentar me levantar, mas algo parecia me puxar para baixo, me afundando no mais profundo breu.

Meu corpo estava imóvel e não respondia aos meus comandos. Sinto algumas coisas presas em mim, mas não consigo saber o que é.

Você só precisa abrir os olhos, Renato!

O som que eu ouvia estava abafado, como se eu estivesse imerso na água. Uma voz suave e familiar soava nesse mundo submerso, enquanto um zumbido forte me impedia de ouvir perfeitamente. Mesmo com dificuldade, reconheci aquela voz e queria olhar para ela.

Então, de uma vez só, abro os olhos dando de cara com uma luz forte o suficiente para que eles se fechem. Devagar e com calma, vou levantando as pálpebras permitindo que minha visão turva e embaçada se ajuste.

Me desespero um pouco ao perceber uma máscara de oxigênio sobre o rosto. Não consegui respirar como deveria, e isso me deixou assustado.

O zumbido no meu ouvido some, dando lugar ao som de uma máquina e uma exclamação de alegria de uma mulher. Minha mãe.

- Renato, você acordou! - Ela fala suavemente, mas com alegria. Suas mãos vão para o meu rosto, tocando-o com carinho.

- Mãe? - tento falar mais coisas, mas minha voz não sai.

Ergo a cabeça para me levantar, mas sinto tanta dor no corpo que não consigo. E ainda tem esses aparelhos presos em mim. O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Sinto meu coração acelerar com a angústia por não entender o que está acontecendo.

- Calma, filho. - minha mãe tenta me conter. - Vou chamar o médico. - ela sai apresada.

Observo o movimento dela, enquanto volto a encostar a cabeça no travesseiro. Fui recobrando os sentidos, olhei para os lados e tive noção de que estou num hospital. Minha cabeça dói quando tento lembrar dos acontecimentos passados. Eu estava em Nova Esperança conversando com a Giovanna e de repente tudo sumiu. Virou poeira na minha memória.

- Veja só quem está acordado. - vejo o homem de jaleco se aproximar de mim. Um senhor baixo, de cabelos pretos se aproxima da cama onde eu estava. Minha mãe também chega perto, totalmente emocionada.

- O que... Aconteceu? - perguntei no fiapo de voz que tinha, enquanto assistia o médico olhar os aparelhos barulhentos que estavam ao meu lado.

- Vamos te explicar tudo, mas primeiro, tenho que te examinar.

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- Está melhor agora? - o doutor Otávio pergunta após tirar a máscara de oxigênio e fazer algumas exames rápidos.

Inspirei com força tentando absorver o oxigênio puro, me sentindo mais livre. Porém, uma ardência me incomodou quando o ar passou pelos meus pulmões.

- Mais ou menos. Minha cabeça dói e eu estou com fome. - o som da minha voz estava ganhando força à medida que o médico me enchia de perguntas.

- Consegue sentar?

Avalio a situação. Meu corpo ainda dói e parece ter preguiça de obedecer minhas ordens. Um simples movimento como pegar um copo de água ou mexer os braços tem que ser feito com sacrifício. Flexiono os músculos das mãos para apoia-la na cama. A lentidão em simplesmente abrir e fechar me incomoda.

O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora