🛟Capítulo 13 🛟 Sob as estrelas/Parte 1

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Renato:

No escritório, sob a luz de uma pequena luminária e uma luz de LED branca no teto, termino o relatório dos recrutas durante a noite. Meu expediente já terminou a quase uma hora, mas sinto que preciso ficar mais um tempo. Talvez pela falta de vontade de encarar meu apartamento vazio e quieto e ser confrontado pelos meus próprios pensamentos, ou pelo auxílio que esse meu pequeno esforço vai dar ao Fernando, que assumirá tudo nesse feriado que estarei fora. Ele folgou no ano novo e sendo o carnaval o segundo feriado, é minha vez de ter folga.

Ouço três batidas na porta e em seguida vejo a cabeça do meu capitão aparecer na porta.

- Ainda por aqui, Renato? - ele pergunta enquanto se aproxima da mesa. - Já está tarde, pode ir pra casa.

- Quis deixar tudo ajeitado para o Fernando, senhor. Já estou terminando.

- Isso me cheira a duas coisas - levanto a sobrancelha tentando entender o que ele queria dizer. - Problemas com mulher, o que eu acredito que não seja o seu caso. Ou é?

Rio da pergunta dele e nego com a cabeça. Antes fosse só a Giovanna em meus pensamentos. Incrivelmente ela só consegue me trazer paz, diferente de pensar no que está acontecendo com meu pai.

- Algum problemas com seu pai? Depois do que aconteceu na casa dele?

- Meu pai está bem - Desvio o olhar  juntando os papéis na mesa, e em seguida guardando-os na gaveta. - Só um pouco abalado, mas nada fora do normal. - minto.

- Renato, sei que você sabe que somos uma família aqui. E você sendo um profissional dedicado como é, acaba ganhando mais da nossa atenção. Se precisar conversar...

- Eu agradeço, capitão. - aperto a mão dele. - A corporação é praticamente minha casa. Fico feliz com a consideração, mas realmente não há nada com que se preocupar. E como o senhor pode ver, já terminei.

Depois de mais alguns comentários sobre trabalho, me despeço do meu superior e vou em direção ao meu carro. Espero que o Fernando se saia bem com os recrutas, o trabalho está andando tão bem.

🛟

No dia seguinte...

Seguindo a direção do GPS, chego em frente a um grande portão de madeira, que tenho que abrir para passar. Pelo que posso ver o caminho à frente é de barro, como esperado. Volto pra caminhonete, passo com ela e torno a fechar o portão.
Várias árvores estão de ambos os lados da estrada e mais a frente tem um campo de futebol. A casa é avistada logo em seguida. Grande, branca com janelas azuis. Diversas pessoas estão do lado de fora, crianças brincam com suas bolas enquanto alguns rapazes jogam futebol no campo. A imagem do lazer.

–Sinta-se em casa, Renato. - Lucas ergue os braços para casa quando eu saio.

Passamos pelas pessoas e várias delas, que eu conheço só o rosto, me cumprimentam com sorrisos e até me chamam pelo nome.
Adentramos a casa para guardar minha mochila. Um lugar bem grande por dentro, o chão é de madeira e tudo é bem rústico. Lucas me leva no andar de cima que é onde os homens vão ficar. Reparei que tinham vários travesseiros, edredons e roupas de cama e eu não trouxe nenhuma dessas coisas.

- Puts. Era pra ter trago isso? - pergunto ao deixar a mochila no canto do segundo quarto.

- Relaxa que sua mãe já deixou suas coisas. - ele ri. - aliás, ela já foi. Sua prima está lá embaixo com as outras meninas.

- Você levou ela?

- Seu pai que veio busca-la.

– Antes eu tivesse chegado mais cedo para encontrar com ele.

O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora