Renato:
Saio de uma das barracas pressionando os olhos contra a claridade enquanto sinto o cheiro desagradável de fumaça. O odor ainda é insuportável e minha visão fica levemente embaçada por conta da leve fumaça que paira no ar indicando que o fogo começou.
Ainda não amanheceu. O céu se encontra cinza.
Diversos bombeiros, bombeiras e brigadistas passam pelo acampamento vestindo seus EPI'S e arrumando equipamentos. Passo as mãos pelo rosto, afastando qualquer resquício de sono que possa estar em mim pra me preparar para o meu dia.
Caminho até uma mesa onde haviam garrafas e café e umas embalagens com pãezinhos e pego meu lanche.
Essa é basicamente a mesma rotina que tenho feito há cinco dias, desde que cheguei. Me levanto respirando lentamente enquanto observo o caos se instalar ao meu redor. Eu já vi coisas difíceis na minha vida, mas não como aqui. Já perdi a conta de quantos animais carbonizados eu já vi pelas matas; de quantos civis nós já tivemos que pedir para deixar as suas casas e dos animais que salvamos, mesmo machucados.
Com tantas influências, aprendi que sempre ao acordar deveria fazer uma oração, e hoje não seria diferente. Em pensamento digo:
Deus, que hoje seja mais um dia cuidado por Você. Eu peço sabedoria e capacidade pra trabalhar. Não só pra mim, mas pra toda a equipe. Obrigado, amém.
Um pequeno sorriso aparece em meu rosto ao me lembrar das vezes que Deus fez algo por mim. E da dádiva que apareceu na minha vida, chamada Giovanna. Gosto de lembrar daquele rosto lindo ao acordar. Me motiva.
Parei de querer entender o que Ele faz e estou tentando confiar. Lucas me fala tanto disso que é impossível esquecer.
- Bom dia, Tenente. O que faremos hoje? - Breno aparece ao meu lado, com seu sorriso típico no rosto, comendo pão.
- Pode me chamar de Renato, Breno. Não estamos trabalhando ainda. - termino meu café. Preciso que alguém aqui me lembre que sou uma pessoa normal, antes de ser um bombeiro. - Faremos a mesma coisa de sempre. Iremos ao leste e veremos a situação por lá.
- Nada especial pra mim? - ele pergunta com um pouco de empolgação.
Ergo os olhos pra ele e passo a mão por meus cabelos.
- Escuta, Breno... Eu sei que você quer muito fazer algo sozinho, como qualquer outro aqui. Mas você precisa entender que sua situação é diferente dos demais.
Desde que chegamos aqui, Breno tem estado ansioso pra fazer algo por si só. Preciso lembrá-lo com frequência de que, aqui, ele é apenas um aprendiz e não um bombeiro formado. Ou seja, eu não posso colocá-lo em risco pela falta de experiência.
- Não tem outra coisa que eu possa fazer além de usar a enxada, carregar coisas e te dar ferramentas? - ele me dá um sorriso amarelo.
- Você deveria aproveitar sua oportunidade. Sabe quantos recrutas já vieram trabalhar numa missão dessa? - digo com mais rispidez e ele faz que não. - Aproveite a sua chance, Breno. Você está aqui pra aprender, isso basta.
Não falei muito de que o real motivo era trazê-lo para evitar Fernando.
Ele assente um pouco entristecido, mas acredito que compreendeu.
Tive que ser mais rígido pra que assim ele entende a oportunidade que ele está tendo aqui.Com tudo definido e preparado, saímos para o combate.
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- O vento mudou de rota... Que coisa! - Vitor diz ao largar a enxada.
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O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristão
Spiritualité#1 - Melhores livros Minha primeira história publicada, já peço perdão pelos erros 🥲 Sinopse Giovanna: -Será que você não percebe? - Acho graça da cara confusa que ele fez. - Renato, não é você que dá uma chance pra Deus e sim Deus, que está te d...