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O final da aula de não poderia ter chegado mais rápido para Celine. Seus pensamentos estavam um caos absoluto. Ela podia sentir o olhar de Billie sobre ela enquanto tentava fingir que estava concentrada nas anotações. Mas a atenção estava dividida entre o que Dylan fazia ao seu lado e a reação de Billie ao fundo.

Dylan insistia em fazer comentários, tentando chamar sua atenção. Ele ria de algo, mas Celine apenas acenava com a cabeça, sem prestar muita atenção no que ele dizia. Seus olhos estavam, na verdade, focados em Billie, que agora recolhia os papéis da mesa com um movimento que parecia muito mais brusco do que o normal.

Quando a aula finalmente terminou, Celine respirou aliviada, mas, ao mesmo tempo, sentiu um aperto no peito. Enquanto os outros alunos saíam, ela lentamente arrumou suas coisas, esperando ter um momento a sós com Billie, para tentar entender o que estava acontecendo entre elas.

Billie estava à frente, fingindo estar ocupada com algo no computador, mas era evidente que ela estava ciente da presença de Celine. A sala foi esvaziando, e, finalmente, elas ficaram sozinhas.

Celine se aproximou devagar, seu coração batendo forte, tentando encontrar as palavras certas.

- Professora O'Connell... - ela começou, hesitante. - Eu queria... perguntar se está tudo bem. Parece que você ficou... irritada com alguma coisa durante a aula.

Billie levantou o olhar, seus olhos encontrando os de Celine com uma intensidade que fez a jovem estremecer.

- E por que isso te interessa, Celine? - respondeu Billie, a voz fria como gelo.

Celine se sentiu pega de surpresa. Não esperava uma resposta tão direta e cortante. Tentou pensar em algo para dizer, mas cada palavra que formava em sua mente parecia errada.

- Eu só... me preocupo, sabe? - respondeu finalmente, tentando manter a calma. - E... bem, você pareceu incomodada quando o Dylan começou a falar comigo.

- E desde quando a vida pessoal dos alunos se tornou meu problema? - Billie respondeu, cruzando os braços. - Talvez você devesse focar mais nas aulas e menos em tentar decifrar o que eu penso.

Celine sentiu um misto de raiva e confusão. Aquilo doía, mas, ao mesmo tempo, ela sabia que havia algo mais por trás das palavras de Billie. Algo que a professora estava tentando esconder.

- Eu... vou me focar, sim. Desculpe incomodar, professora. - Celine disse, virando-se para sair.

Mas, antes que ela pudesse dar o primeiro passo, Billie falou novamente, dessa vez com um tom diferente, quase suave:

- Só... não se envolva com pessoas como Dylan. Você merece mais do que isso.

Celine parou, seu coração batendo ainda mais forte. Ela olhou para Billie, que agora tinha uma expressão indecifrável no rosto.

- Eu... não estou interessada no Dylan. - respondeu Celine, tentando manter a voz firme.

Billie assentiu lentamente, mas não disse mais nada. Celine sabia que algo estava mudando entre elas, mas não conseguia entender o que exatamente.

Com um último olhar para Billie, Celine saiu da sala, seu coração em conflito. Cada palavra, cada gesto de Billie, parecia um enigma que ela estava desesperada para resolver. E, ao mesmo tempo, ela sentia que estava entrando em um território perigoso, muito perigoso.

Mas, mesmo com toda a confusão, havia uma coisa da qual Celine tinha certeza: seus sentimentos por Billie estavam ficando mais fortes a cada dia, e isso a assustava tanto quanto a atraía.

Celine abriu a porta de casa com cuidado, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ela não queria que o pai soubesse que tinha chegado. Depois do dia agitado na escola, tudo o que ela queria era um pouco de paz. Mas, para seu azar, assim que colocou o pé na sala, ouviu a voz grave do pai vindo da cozinha.

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora