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Continuação...

Após aquele tempo especial no parque, o silêncio reconfortante entre nós começou a se transformar em uma despedida inevitável. O sol já estava começando a se pôr, tingindo o céu de um laranja suave, e isso me fez perceber o quanto o dia tinha passado rápido. Eu não queria que acabasse. Estava tão confortável com Billie que, por mim, ficaríamos ali o resto do dia, talvez até da noite, só conversando.

Quando finalmente voltamos para o carro, a sensação de proximidade só crescia. O caminho de volta para a minha casa foi tranquilo, mas algo parecia diferente agora. O jeito que Billie olhava de vez em quando para mim, seus olhos mais profundos, como se estivesse buscando as palavras certas para dizer, ou talvez tentando tomar uma decisão interna.

Paramos em frente à minha casa. Eu sentia uma certa tensão no ar, mas não era algo desconfortável. Era como se o momento estivesse se preparando para algo que ambas sabíamos, mas não admitíamos em voz alta.

Ela desligou o carro e virou-se para mim, aquele sorriso contido nos lábios. Eu sorri de volta, sentindo uma leveza no meu peito, mas ao mesmo tempo, uma expectativa ansiosa.

— Foi um dia incrível — disse, soltando o cinto de segurança e virando meu corpo para ela. — Obrigada por me trazer aqui, de verdade.

— Eu também adorei o dia — Billie respondeu, sua voz um pouco mais suave do que de costume. — Foi especial... muito mais do que eu imaginei.

Houve um momento de silêncio, onde nossos olhares se encontraram, e eu senti algo diferente no ar. Não era apenas o fim de um dia entre duas pessoas que estavam começando a se conhecer. Havia algo mais, algo que pairava no espaço entre nós, como se cada respiração fosse carregada com mais significado do que as palavras poderiam expressar.

Então, num movimento quase hesitante, Billie se inclinou ligeiramente em minha direção. Por um segundo, achei que talvez ela estivesse apenas pensando em me dar um abraço de despedida, mas logo percebi o que estava para acontecer. Meus olhos fixaram nos dela, meu coração disparou.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, senti os lábios de Billie tocarem os meus, num selinho rápido, suave, mas o suficiente para fazer meu mundo girar por alguns segundos. Eu não sabia como reagir no momento, mas também não queria que aquele instante acabasse tão rápido.

Ela se afastou, o rosto dela levemente corado, e pude perceber que aquilo também tinha sido uma surpresa para ela mesma.

— Eu... — começou ela, com um pequeno sorriso nervoso. — Eu só queria...

Eu interrompi com um sorriso largo, sentindo meu rosto esquentar, mas não me importando com nada além do que acabara de acontecer.

— Tá tudo bem, Billie. Eu gostei.

Billie soltou um suspiro aliviado, e pela primeira vez, vi seu rosto relaxar completamente. Ela riu baixinho, como se finalmente tivesse tirado um peso das costas.

— Eu também gostei — respondeu, ainda me olhando como se estivesse tentando entender o que exatamente aquilo significava para nós.

Saí do carro com um sorriso que eu não conseguia controlar, e antes de fechar a porta, me inclinei um pouco mais para perto dela.

— A gente se vê amanhã?

— Com certeza — ela respondeu, ainda com aquele brilho no olhar que me deixava sem ar.

Fechei a porta e caminhei até a entrada da minha casa, sentindo meu coração batendo mais rápido do que nunca. Quando entrei, a casa estava silenciosa, o que me deu um alívio. Meu pai não estava por ali, o que significava que ele provavelmente não tinha voltado a beber — pelo menos por hoje.

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora