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Foi aí que...

Meu celular vibrou no bolso, me tirando bruscamente daquele momento calmo com Celine em meus braços. Ela me olhou com uma expressão curiosa, e eu suspirei, já antecipando o incômodo. Peguei o telefone, vendo o nome de Finneas na tela.

— É meu irmão — murmurei, mais para mim mesma do que para Celine, que estava aninhada contra mim, sorrindo divertida.

— Melhor atender — disse ela, a provocação dançando em seu tom.

— Ugh, eu odeio quando ele me liga do nada — resmunguei, mas sabia que ela estava certa. Então atendi.

Ligação on

— Oi, Finneas — falei, tentando manter minha voz o mais tranquila possível.

— Ei, Billie! — A voz de Finneas estava casual, despreocupada. — Só queria saber como você tá, não nos falamos hoje. Tá tudo bem?

Revirei os olhos e soltei um suspiro. Por mais que eu adorasse Finneas, às vezes ele era como uma sombra que me seguia, sempre querendo saber como eu estava. Com a cabeça inclinada, Celine me observava com um sorriso malicioso, claramente se divertindo com a situação.

— Tô bem, Finneas — respondi, tentando soar casual. — Só tirei o dia para relaxar um pouco.

— Que bom! — Ele respondeu, em tom leve. — Só queria dar um alô. Você sabe, do jeito que você some às vezes, nunca sei o que tá rolando.

Dei uma risadinha curta, olhando para Celine, que agora estava deitando contra mim de novo, completamente relaxada.

— Nada demais, Finneas. Tô bem.

— Ótimo. Ah, e só pra te avisar, mamãe tá preparando algo especial pro jantar hoje. Não esquece de aparecer, tá?

Fechei os olhos por um segundo, sabendo que ele só queria manter as coisas leves, mas a última coisa que eu queria era pensar em voltar para casa naquele momento. Tudo o que eu queria era ficar ali, com Celine.

— Pode deixar, vou aparecer mais tarde — respondi, sabendo que não ia conseguir evitar o jantar.

— Beleza! Nos vemos mais tarde, então. Se cuida, Billie.

— Você também, Finneas. Tchau.

Ligação off

Assim que desliguei o telefone, joguei o celular ao lado e suspirei, relaxando de volta ao sofá. Celine estava me encarando, aquele sorriso provocador ainda nos lábios.

— "Tô relaxando", hein? — Ela riu, claramente se divertindo com a minha escolha de palavras.

— O que mais eu ia dizer? — perguntei, balançando a cabeça. — Ele nunca iria entender.

— Talvez um dia ele entenda — ela disse, me olhando nos olhos, o tom de voz suave, mas cheio de significados.

Senti um aperto no peito ao ouvir isso. Eu sabia que ela tinha razão, mas também sabia que contar para Finneas — ou para qualquer outra pessoa — seria uma das coisas mais complicadas que eu já tive que fazer. Tudo ainda parecia tão incerto, e o peso dessa incerteza estava me sufocando.

Celine pareceu notar minha preocupação, porque ela deslizou a mão até a minha, entrelaçando nossos dedos. Aquele simples gesto, tão pequeno e silencioso, me trouxe um conforto que eu nem sabia que precisava.

— Você vai ? Precisa ir agora? — ela perguntou baixinho, como se o som mais alto pudesse quebrar o momento.

Eu balancei a cabeça, olhando para o relógio. Ainda era cedo, mas a culpa de fazer minha mãe esperar começava a pesar.

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora