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O som do despertador ecoou pelo quarto, arrancando-me do sono. Olhei para o relógio: 6:30 da manhã. Suspirei, sentindo o peso do mundo nos ombros enquanto me forçava a sair da cama. O ritual matinal era o mesmo de sempre. Banho, café, e uma tentativa de me convencer de que hoje seria diferente. Mas, honestamente, eu sabia que não seria.

A água quente do chuveiro ajudou a clarear minha mente. Enquanto a água caía sobre mim, tentei afastar os pensamentos sobre Celine. Não era fácil. Sua imagem insistia em aparecer, especialmente depois de nossa última conversa. Ela estava se aproximando de mim, e, por mais que eu tentasse negar, eu estava gostando dessa proximidade. Mas isso tinha que parar. Eu era a professora dela, e esse tipo de coisa era simplesmente... errado.

Depois de me vestir, desci para tomar café. Hoje, não ter aula com Celine seria um alívio. Eu precisava de um tempo para processar tudo o que estava acontecendo.

Assim que cheguei à escola, tentei focar no trabalho. Era um dia típico, mas a ausência de Celine na minha sala foi um pequeno respiro. No intervalo, porém, vi Celine se aproximando de mim no corredor. Seu olhar dizia que queria falar sobre algo, mas antes que pudesse me chamar, dei meia-volta e fui embora. Eu precisava de distância, precisava entender o que estava sentindo e, mais importante, precisava parar de sentir qualquer coisa por ela.

O resto do dia passou devagar. Assim que o relógio marcou 18:00, fui para casa, exausta tanto mental quanto fisicamente. Só queria deitar na cama e esquecer tudo. Mas então, o telefone tocou.

Era Zoe. Ela sempre sabia quando eu precisava de um escape.

Ligação on

— Ei, Billie! O que acha de sairmos hoje? Vai ser divertido, prometo! — disse ela, com aquela energia contagiante.

Eu hesitei. A ideia de sair parecia tentadora, mas ao mesmo tempo, eu só queria ficar sozinha.

— Não sei, Zoe... — comecei, mas ela me interrompeu.

— Vamos lá, Billie! Amanhã é fim de semana, você merece se divertir um pouco. Deixa essa tensão de lado e vem se distrair. Eu passo aí às 20h. Pode ser?

Eu sorri, apesar de mim mesma. Zoe sempre sabia como me convencer.

— Tá, tudo bem. Vou me arrumar — respondi, e pude ouvir o sorriso na voz dela do outro lado da linha.

Ligação off

Depois de desligar, escolhi minhas roupas mais confortáveis, aquelas que me faziam sentir bem. Nada muito chamativo, apenas o que eu sempre usava: roupas largas, uma blusa escura, e meu velho tênis. Olhei no espelho uma última vez antes de sair. Não parecia exatamente animada, mas talvez isso mudasse ao longo da noite.

Zoe chegou pontualmente às 20h, como prometido. Ela estava radiante, como sempre, e me cumprimentou com um abraço apertado.

— Vamos nessa! — disse ela, me puxando para o carro.

O bar para onde fomos era um dos nossos favoritos. Fica na parte mais movimentada da cidade, no centro, e era um lugar conhecido por sua atmosfera descontraída e música ao vivo. As luzes neon davam um toque vibrante ao ambiente, e o som de risadas e conversas preenchia o ar. Entramos e escolhemos uma mesa perto do palco, onde uma banda local estava começando a tocar.

Zoe pediu nossas bebidas e logo estávamos rindo e conversando sobre tudo e nada. Era bom estar ali, longe dos problemas, pelo menos por um tempo. Mas, mesmo naquele ambiente, eu ainda me pegava pensando em Celine. O jeito que ela sorria, como seus olhos brilhavam quando estava animada. Aquilo estava me corroendo por dentro, e eu sabia que precisava parar com isso.

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora