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Continuação....

Descemos juntas para a cozinha, onde eu comecei a preparar algo para nós. Celine se sentou à mesa, observando-me com um olhar tranquilo, mas atento. Eu sabia que havia muito para conversarmos, muitas questões a resolver, mas por enquanto, estar ali, cuidando dela, era o suficiente. O resto, nós resolveríamos com o tempo.

Eu sabia que a qualquer momento precisaríamos falar sobre o que estava acontecendo. Não podíamos continuar fingindo que nada tinha mudado, que os sentimentos que surgiam entre nós não existiam. Quando terminei de preparar a comida, levei os pratos até a mesa e me sentei em frente a Celine. Ela me olhava, seus olhos refletindo uma mistura de incerteza e curiosidade.

- Billie... - Celine começou, mas sua voz estava hesitante, como se ela não soubesse exatamente o que dizer.

- Sim? - Incentivei, tentando manter o tom suave, mesmo sabendo o quão delicada aquela conversa seria.

Ela suspirou, desviando o olhar por um segundo antes de me encarar novamente.

- A noite passada... eu nem sei como te agradecer por estar lá por mim. Mas acho que a gente precisa falar sobre... nós. O que está acontecendo entre a gente.

O peso de suas palavras pairou no ar por um momento, e eu sabia que ela estava certa. Precisávamos colocar tudo em pratos limpos, por mais assustador que fosse.

- Eu também tenho pensado nisso - confessei, tentando encontrar as palavras certas. - Desde o começo... você mexeu comigo de uma forma que eu não esperava. E eu não sei ao certo o que isso significa, mas... eu sei que não é algo que eu posso simplesmente ignorar.

Celine pareceu relaxar um pouco ao ouvir isso, como se uma parte da ansiedade que estava segurando fosse aliviada.

- Eu sinto o mesmo, Billie - ela admitiu, com um pequeno sorriso tímido. - Só que... a situação é tão complicada. Você é minha professora, e eu... - Ela hesitou, os olhos vacilando por um momento antes de continuar. - Eu gosto de você, mas isso é errado, né?

Meu coração deu um salto quando ela disse que gostava de mim, mas ao mesmo tempo, ela estava certa. As implicações do que estava acontecendo eram sérias.

- Não é simples, Celine - falei, minha voz saindo mais suave do que eu esperava. - Nós duas sabemos que não podemos simplesmente... assumir isso. Não agora, pelo menos. Talvez a gente precise de tempo, de espaço para entender o que realmente está acontecendo aqui. Mas isso significa que, se quisermos seguir com isso, tem que ser em segredo. Por enquanto.

Celine me olhou, um brilho de compreensão nos olhos.

- Acho que podemos fazer isso. Talvez seja melhor mesmo... nos conhecermos melhor antes de qualquer coisa. Mas você tem razão, ninguém pode saber. Pelo menos até a gente entender tudo.

Houve uma pausa enquanto digeríamos o que havíamos acabado de dizer. Era como se estivéssemos firmando um acordo silencioso, sabendo que, mesmo com os riscos, estávamos dispostas a seguir adiante.

- Combinado então? - perguntei, estendendo minha mão para ela, num gesto leve, mas cheio de significado.

Ela sorriu, apertando minha mão de volta.

- Combinado.

O clima ficou um pouco mais leve depois da conversa. Nós comemos em silêncio, mas dessa vez, o silêncio era confortável, como se tivéssemos tirado um peso dos ombros.

Quando terminamos, levantei-me para levar os pratos até a pia, e Celine logo se levantou para me ajudar. Não era necessário, mas eu apreciava o gesto. Terminamos de arrumar tudo juntas, e quando o relógio marcava o fim da manhã, sabíamos que era hora de levá-la para casa.

- Acho melhor te levar antes que o seu pai comece a fazer perguntas, né? - comentei, pegando as chaves do carro e olhando para ela com um sorriso discreto.

Celine fez uma careta, mas assentiu. - É, é melhor... Ele vai acabar perguntando onde eu passei a noite.

A viagem até a casa de Celine foi tranquila, e a maior parte do caminho foi marcada por uma conversa leve, como se aquela tensão que tínhamos sentido antes tivesse finalmente se dissipado. Quando estacionei o carro na frente da casa dela, o clima ficou um pouco mais sério novamente.

- Te vejo amanhã na escola, então? - perguntei, tentando manter a casualidade.

- Sim, te vejo amanhã - ela respondeu com um sorriso, mas antes de sair do carro, hesitou por um segundo.

Eu estava prestes a perguntar se ela estava bem, quando, de repente, Celine se inclinou para frente e me deu um beijo suave na bochecha. Foi rápido, mas suficiente para fazer meu coração acelerar. Fiquei paralisada por um segundo, surpresa com o gesto inesperado.

Ela recuou, o rosto ligeiramente corado, e abriu a porta do carro, saindo rapidamente.

- Até amanhã, Billie - disse, com um pequeno sorriso antes de fechar a porta.

Fiquei ali por um momento, observando-a entrar em casa, com um sorriso involuntário se formando nos meus lábios. Meu coração ainda estava acelerado, e a sensação daquele beijo na bochecha parecia queimar na minha pele.

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O que vocês estão achando da fic? Kkk

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora