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Acordei com o som insistente do despertador, o sol ainda nem tinha aparecido direito, e meu corpo parecia pesado demais para sair da cama. Me virei de lado, vendo o celular na mesinha de cabeceira e lembrando da noite anterior. Billie... A voz dela ainda ecoava na minha mente, suave, cantando para me fazer dormir. Sorri de leve, o peito aquecido por aquela lembrança.

Levantei devagar, sentindo o silêncio na casa. Meu pai já tinha saído, provavelmente muito cedo, como sempre fazia quando queria evitar uma conversa. Melhor assim, não tinha paciência para mais dramas.

Desci para a cozinha e preparei um café rápido. Não estava com muita fome, mas sabia que precisava comer algo. Enquanto mastigava o pão sem muito gosto, meus pensamentos vagavam de novo para Billie. Ela realmente se importava comigo... e esse pensamento me confortava, mesmo com toda a confusão que era estar envolvida com ela.

Assim que terminei o café, fui para a frente de casa esperar Amber. Ela costumava ser pontual, mas hoje estava demorando. Peguei o celular e pensei em mandar uma mensagem, mas, antes que pudesse fazer isso, vi um carro se aproximando.

Era Dylan.

Ele abaixou o vidro do carro, com aquele sorriso galanteador de sempre, os olhos fixos em mim de uma maneira que me incomodava.

- Ei, Celine! Quer uma carona? - perguntou, inclinando-se levemente para fora da janela.

Pensei em recusar, mas Amber ainda não tinha dado sinal de vida. Não queria me atrasar.

- Ah... pode ser - respondi, hesitante, enquanto abria a porta e entrava no carro. Fechei a porta, tentando esconder meu desconforto.

No caminho, ele não perdeu tempo.

- Então, o que acha de sairmos qualquer dia desses? - disse, com aquele tom de quem já achava que a resposta seria positiva.

Tentei disfarçar o incômodo, mas minha mente estava a mil. Eu só conseguia pensar na reação de Billie se soubesse disso. A imagem dela, ciumenta, possessiva, surgiu na minha mente, e um frio percorreu minha espinha.

- Ah, não sei... tô meio ocupada ultimamente - respondi, tentando mudar de assunto.

- Que pena. Acho que seria divertido - ele insistiu, lançando um olhar rápido para mim, claramente não desistindo.

Forcei um sorriso e olhei para a janela, tentando encerrar a conversa. Felizmente, chegamos na escola logo em seguida. Assim que Dylan estacionou, eu praticamente saltei do carro, aliviada por não ter que prolongar aquele papo.

Mas, assim que meus pés tocaram o chão do estacionamento, meus olhos encontraram os de Billie. Ela estava ali, parada, com uma expressão confusa. Seu olhar parecia perguntar por que diabos eu estava com Dylan.

O desconforto no meu estômago aumentou. Eu sabia que ela odiava Dylan, e vê-la me olhando daquele jeito só piorava tudo. Evitei o olhar dela, engoli em seco e caminhei apressada para a sala de aula.

Durante a aula, não conseguia me concentrar. A sensação de Billie me observando ainda pairava sobre mim, como se ela estivesse ali, me julgando. Quando o sinal tocou e a aula acabou, eu estava aliviada por finalmente poder ir embora. Mas, enquanto andava pelo corredor, ouvi uma voz que me fez parar.

- Celine.

Meu coração disparou. Era Billie.

Ela estava parada em frente à porta da sala onde dava aula, esperando os últimos alunos saírem. Seus olhos estavam fixos em mim, e o tom em sua voz era frio.

Esperei os alunos saírem e caminhei até ela, meio hesitante. Quando me aproximei, ela fez um gesto para que eu entrasse na sala. Entrei devagar, sentindo a tensão no ar.

- Senta - ela disse, apontando para uma cadeira. Sentei sem questionar, o coração martelando no peito.

Ela fechou a porta, e o silêncio na sala ficou ainda mais pesado. Billie se aproximou devagar, cruzando os braços e me encarando com um olhar que misturava raiva e ciúmes.

- Então, você não disse que queria tentar comigo? - A voz dela estava baixa, mas carregada de emoção.

Engoli em seco.

- Disse, Billie. Eu quero...

- Então por que diabos você tá andando com o Dylan? - Ela interrompeu, a voz subindo um pouco. - Um garoto que praticamente te come com os olhos cada vez que te vê.

Eu me mexi desconfortável na cadeira.

- Não é nada disso, Billie...

- Não é nada disso? - Ela deu um passo à frente, as mãos agora apertadas em punhos ao lado do corpo. - Eu te vejo saindo do carro dele, e você quer que eu acredite que não é nada?

- Ele só me deu uma carona! - respondi, tentando me explicar. - Amber não veio hoje, e eu não queria me atrasar.

- Você podia ter me ligado. Eu teria te levado - a voz dela estava mais baixa agora, mas o tom possessivo ainda era evidente.

Eu senti o calor subindo ao meu rosto, o coração acelerado. A maneira como ela falava, o ciúme evidente, tudo me deixava nervosa e, ao mesmo tempo, me fazia querer acalmá-la.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Billie deu mais um passo à frente, tão perto que eu podia sentir sua respiração. Seus olhos azuis me encaravam intensamente, e eu sabia que ela não iria parar até que sentisse que tinha me "possuído" completamente.

E então, sem pensar muito, eu tomei a iniciativa. Me levantei de repente e, antes que ela pudesse continuar com suas acusações, eu a puxei para perto e a beijei.

Billie pareceu surpresa por um segundo, mas logo retribuiu o beijo com a mesma intensidade, segurando minha cintura com firmeza, como se quisesse me manter ali para sempre.

Quando finalmente nos separamos, estávamos ofegantes. Ela ainda me segurava, e seus olhos tinham perdido um pouco da raiva, substituídos por algo mais suave.

- Agora você acredita em mim? - perguntei, com a voz baixa.

Ela suspirou, um meio sorriso surgindo em seus lábios.

- Acho que sim.

Soltei um riso leve e me afastei um pouco, tentando recobrar o fôlego. - E aqui tem câmeras? - perguntei, ainda com o coração acelerado.

Billie balançou a cabeça.

- Não. Estamos seguras.

A tensão diminuiu um pouco, e o clima na sala parecia menos pesado.

Quando saímos da sala, ela olhou para mim e disse:

- Eu vou te levar para casa hoje. Não quero que você ande mais com aquele idiota.

Sorri de leve.

- Tá bom, Bill.

Depois de alguns minutos, lá estava ela, parada no estacionamento, esperando por mim. Entrei no carro e me ajeitei no banco, enquanto ela dirigia em silêncio por alguns minutos. A tensão de mais cedo parecia ter se dissipado um pouco, mas eu sabia que ela ainda estava me observando.

Quando chegamos em frente à minha casa, Billie desligou o carro e me olhou, os olhos dela mais suaves agora.

- Obrigada pela carona - murmurei, pronta para sair, mas antes que eu pudesse abrir a porta, Billie se inclinou e me puxou para um beijo rápido, mas cheio de sentimento.

- Até amanhã, anjo - ela disse, com um sorriso suave nos lábios.

Sorri de volta, sentindo meu coração aquecido.

- Até amanhã, Bill.

E com isso, saí do carro, com a certeza de que, apesar de tudo, algo entre nós estava crescendo cada vez mais.

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Consegui recuperar, mdssssss

Billie possessiva 🫦

Não vou demorar tanto pra atualizar essa novamente.

MY TEACHER - B.E.Onde histórias criam vida. Descubra agora