Por que você tá revirando isso?

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Carolina on

Eu que sempre amei viajar de avião, agora grávida estou odiando. Eu me sinto enjoada desde a hora que decolamos até a hora que pousamos, não é brincadeira.

Assim que o dia amanheceu na Colômbia peguei minha mala, chamei um Uber e deixei só um bilhete avisando a Sandra sobre o por que estar indo pro Brasil, e espero que ela não fiquei chateada comigo.

Richard não dormiu comigo, ou melhor, nem em casa dormiu. Não me mandou mensagem, não ligou ou deu qualquer sinal de vida.
Morto não está, afinal, já dizia minha mãe que notícia ruim é a primeira que chega.

No mínimo dormiu com a Nicole, ou sei lá qual outra amiga ele tem aqui na Colômbia que está morrendo de saudade.

Esse pensamento me deu náuseas e revirei os olhos só de pensar.

Se fosse em outro momento eu com certeza estaria lá ainda ao lado dele aceitando tudo e concordando com o modo que ele me trata. Mas agora não, acabou a Carolina que ele conheceu, e se for pra voltarmos a ficar juntos ele terá que me aceitar assim agora.

Quando por fim o avião pousou em solo brasileiro eu agradeci mentalmente. Não aguentava mais ficar enjoada por tudo.

O calor brasileiro me acertou em cheio. O sol brilhava forte no céu e a correria do aeroporto é sempre a mesma.
Fiz meu checkout depois de pegar minhas malas e pedi um Uber.

Preciso ir num lugar antes de ir pra casa e talvez eu esteja fazendo o maior erro da minha vida, mas eu prefiro me arrepender do que fiz do que me arrepender do que não fiz.

Coloquei o endereço no aplicativo e ele informou que o motorista chegava em menos de 10 minutos, tempo suficiente para que eu comprasse um suco de laranja natural pois estava morrendo de sede.

No caminho meu celular começou a tocar sem parar e o nome "Montoya 🤍" apareceu na tela de bloqueio. Seguidos depois pelo número do meu irmão, meu pai, Sandra e Camila.

Eu não quero atender ninguém, não quero falar com ninguém. Não agora.
As chamadas de Richard ficaram constantes, uma atrás da outra, desesperadas.

Suspirei fundo tentando não pensar nele, no que ele está pensando ou fazendo e foquei só em mim e no que estou indo fazer.

Assim que o motorista estacionou o carro, agradeci e peguei minhas malas. Caminhei até a portaria e cumprimentei o porteiro que já me conhecia, agradeci  e caminhei até o elevador.

Quando por fim cheguei no seu andar, fiquei parada por alguns longos segundos em frente a sua porta criando coragem para tocar a campainha.

Eu estou com a mesma sensação de ter matado alguém e estar indo esconder o corpo. Não que eu já tenha feito isso, mas deve ser essa sensação, pois ela é ruim demais.

Toquei a campainha depois de respirar fundo e a porta se abriu instantes depois.

— oi - seu sorriso preencheu seu rosto ao me ver.

— oi - sorri fraco.

— entra, você deve estar cansada - me deu passagem empurrando minha mala que estava ao meu lado.

P R O M E T I D O S - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora