quem mostra a língua...

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As luzes da garagem iluminavam o rosto de Carolina que dormia profundamente com a cabeça encostada na janela.

Tentei por duas vezes acorda-lá, mas sem sucesso. Então desci e fui até seu lado abrindo a porta e a encostando com cuidado no banco enquanto tirava seu cinto de segurança.

Seus cabelos úmidos de suor de tanto dançar estavam caídos em seu rosto e antes de pega-lá no colo, eu os coloquei atrás das orelhas.

Fechei o carro e chamei o elevador, apertando nosso andar assim que ele chegou. Ela dormia feito criança e lembrar dela bebada me fez soltar um riso leve enquanto a olhava.

Assim que entramos em casa fui logo até seu quarto e a deitei devagar na cama. Não ia deixá-la dormir com esse vestido super desconfortável, então fui até seu closet e peguei um de seus pijamas.

Levantei levemente seu corpo, o suficiente para conseguir tirar seu vestido e não pude deixar de reparar na calcinha de renda preta que ela vestia assim que consegui erguê-lo.

Os pensamentos maliciosos começaram a invadir minha cabeça, momentos juntos onde nos amamos e nós entregamos a paixão sem saber de nada, cenas de nós dois juntos em vários lugares proibidos de Medellín - adolescentes.

Essas cenas me fizeram rir fraco, e com uma tentativa falha de tentar parar de pensar isso balancei minha cabeça e continuei tentando tirar seu vestido, mas soltei um gemido quando vi que ela estava sem sutiã e seus seios ficaram expostos quando passei o vestido por eles.

- ¡Maldita sea, Carolina! - eu confesso que fiquei sem reação. Não sabia se continuava tirando seu vestido, se parava ali e a deixava como estava, se tentava acorda-lá... Porra, porra, porra!

Por um instante a deixei ali, deitada somente de calcinha. Não conseguia olhar pra ela sem pensar em coisas que eu não deveria e nem poderia.
Olhei pela janela do seu quarto e as luz da lua iluminava todo o ambiente que estávamos, refletindo exatamente em seu corpo todo desenhado.

Ela é realmente linda, não posso negar.

Depois de me recompor e me concentrar, voltei para a missão de vestir seu pijama.
Seu pijama de tecido leve me ajudaram a ser rápido no que estava tentando fazer. E quando por fim consegui terminar e arruma-lá na cama, comemorei em voz alta.

- bien, Richard!

Peguei sua bolsa e coloquei seu celular para carregar ao seu lado. Deitei seu vestido esticado em cima de sua poltrona e enfim havia cumprido a missão de cuidar da Carolina bebada.

Por fim posso tomar meu banho quente em paz e sentir o conforto da minha cama depois dessa noite tão movimentada e maluca.
Mas esse pensamento foi por água abaixo quando escutei uma voz fina me chamar. Ela acordou!

- Mon... Montoya? Você tá aí?

- Oi Carolina, estou! - fiquei parado próximo ao batente da porta e a olhei novamente

- pelo amor de Deus pega um remédio pra dor de cabeça pra mim. Está tudo girando - ela fez uma careta

- é sério?! - ri debochado

- por favor Richard, eu não tô aguentando minha cabeça. - disse enquanto colocava as mãos sobre a cabeça

- estava achando que as cachaças do mundo iam acabar todas hoje? - ri alto

- cala boca, é sério. - ela tentou jogar o travesseiro que estava ao seu lado em mim, mas ri assim que ela falhou.

- e isso tudo é por que diz que não gosta de beber. Imagina se gostasse, já ia te chamar de opala - ela revirou os olhos enquanto gargalhei e me mostrou a língua.

- quem mostra a língua... - eu queria aproveitar para irritá-la depois de toda raiva que me fez passar essa noite.

- pede um soco no meio da cara - ela semicerrou os olhos - Richard Ríos Montoya, quando eu me levantar dessa cama e não estiver tudo girando eu juro que te mato

- vem Carolina - falei provocativo e a mesma se sentou na cama devagar enquanto eu ri da cara que ela fez. Voltei para dentro do seu quarto e parei próximo a sua cama, movimento suficiente o bastante para ela conseguir me dar um soco fraco na barriga assim que conseguiu levantar, mas em questão de segundos a vi amolecer e por um impulso que não consegui controlar, segurei em sua cintura evitando que caísse no chão.

Ficamos ali abraçados por alguns logos segundos. Seus olhos cruzaram os meus e por um momento vi que os mesmos se iluminaram e um leve sorriso brotou em meus lábios.

Num movimento surpresa Carolina segurou em meus cabelos e seu toque me fez arrepiar por inteiro. Suas mãos geladas ao tocar minha pele quente, me fez sentir uma corrente de eletricidade correr por todo meu corpo.

Por um momento eu quis beija-lá, sem me lembrar de contrato, casamento, raiva ou qualquer coisa que eu sentisse antes daquele exato momento. Mas em um momento de lucidez a afastei devagar e foi o suficiente para ela me lançar um olhar confuso e triste ao mesmo tempo.

- não posso!

- por que Richard? - ela ainda estava bebada.

- você está bebada Carol, amanhã nem irá se lembrar de tudo que estamos falando aqui. Eu jamais seria capaz de fazer isso com você sem você estar consciente de qualquer ato

Ela suspirou fundo, seguido de mim. Confesso que estava sendo difícil toda essa situação, não imaginei que essa noite terminaria assim.

- vai então Richard, por favor! Antes que possamos fazer algo para nos arrepender depois - ela voltou a se deitar na cama enquanto eu fui em direção a porta de seu quarto.

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oooi meninas boa noite!
Capitulo fresquinho e com algumas cenas do nosso casal juntinhos.
o que acharam? comentem por favor ❤️

P R O M E T I D O S - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora