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「 𝗥𝗶𝘁𝘂𝗮𝗹 」

"Para se comunicar com o espírito que o persegue, primeiro você deve reconhecer sua presença e mostrar respeito. Acenda uma vela branca e mantenha um objeto de prata perto para proteção. Concentre-se no espírito, chamando-o pelo nome, se souber, ou simplesmente convidando-o a se manifestar."

Era isso o que estava escrito naquele fórum de atividades sobrenaturais que eu havia encontrado escondido nos recantos obscuros da internet. As palavras ecoavam na minha mente enquanto eu tentava reunir coragem para seguir adiante.

Eu não sabia se aquilo funcionaria, ou se era mesmo seguro. Sentia que estava prestes a dar um tiro no escuro, mas, depois de tudo que tinha vivido, talvez fosse minha única chance de obter respostas.

Fechei o notebook e o coloquei de lado.

Meu olhar se voltou para as três velas brancas que coloquei em um círculo no chão. Segundo o fórum, quanto mais velas, melhor.

Peguei o isqueiro no bolso do meu casaco e o acendi, a pequena chama tremulando no escuro, refletindo nas paredes do quarto e no meu rosto.

A única iluminação do quarto vinha do abajur ao lado da cama e da janela, onde a luz da lua mal atravessava as cortinas. O quarto estava mergulhado em sombras, e o brilho da chama parecia acentuar ainda mais o tom sinistro da situação.

Aproximei o isqueiro das velas, e a chama se dividiu em três, iluminando o ambiente com um tom amarelado.

O calor das chamas contrastava com o frio que sentia no corpo, um arrepio que subia pela minha espinha e fazia meu coração bater mais rápido. Quando olhei para as velas acesas, não pude evitar a sensação de estar dentro de um filme de terror.

Talvez eu estivesse mesmo.

Sentei-me de frente para o círculo de velas, segurando o colar de prata da minha mãe com força. Enrolei a corrente ao redor do meu punho, sentindo o metal frio contra a pele.

As instruções pediam um objeto de prata para proteção, e não havia nada mais apropriado do que o colar que minha mãe sempre usava. Era como se, de alguma forma, ela pudesse me proteger do que estava por vir.

Respirei fundo, tentando acalmar a mente.
Eu estou pronta.

Fechei os olhos, concentrando-me na sensação do colar em minha mão e no calor das velas ao meu redor.

Precisava de respostas, precisava entender o que estava brincando comigo, o que estava atormentando minhas noites e transformando meus dias em uma espiral de medo e incerteza.

Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim desejava que nada acontecesse, que o ritual fosse apenas um engano, uma farsa. Porque, no fundo, eu sabia que não estava preparada para lidar com algo maior do que os demônios que eu já enfrentava diariamente.

Abri os olhos e olhei para as chamas das velas, tremeluzindo suavemente. O quarto estava em silêncio absoluto, como se o próprio ar estivesse esperando pelo que estava prestes a acontecer.

Engoli em seco, erguendo o colar de prata e segurando-o acima das velas, como se pudesse canalizar alguma forma de energia através dele.

Comecei a recitar as palavras que havia memorizado do fórum, minha voz baixa, quase sussurrada, mas firme:

"Alaric. Espírito que habita estas sombras, eu reconheço sua presença. Peço que se revele a mim, que me mostre suas intenções. Venha a mim com respeito, e com respeito eu o receberei. Quem ou o que quer que seja, eu te invoco agora."

PARALISIA DO SONO - Monster romance Onde histórias criam vida. Descubra agora