-O que você acha desse vestido? – Lily perguntou para Sinead. – É meio cheio de frescura, mas a minha madrinha só dá festão, e vai que a Lily_Renascida me vê? Não posso fazer feio para os meus fãs malucos.
Sinead, deitada na cama de Lily, não podia estar com a cabeça mais longe dali. Lily ainda estava de recesso no trabalho, mas Sinead estava simplesmente matando o tempo ocioso, que no seu caso equivalia a cem por cento da sua vida. Sua mãe havia morrido e seu pai, que havia se casado recentemente e não queria ser incomodado, parecia disposto a pagar a sua faculdade até os cinquenta anos desde que ela não lhe desse dor de cabeça. E isso Sinead não fazia. Aliás, os dois mal se falavam, e somente em aniversários e no Natal.
-Quem vai a essa festa?
-Ué, todo mundo de sempre – Lily olhou para ela. – E provavelmente mais uma multidão. Ou seja, umas quinhentas pessoas. Por quê? Ainda pensando no gatinho misterioso?
-Will.
-Misterioso. Não faço ideia de quem seja o Will.
Sinead sentou-se na cama, as pernas cruzadas.
-Mas é a coisa mais fácil do mundo de descobrir. Ele disse que era persona non grata do avô das aniversariantes. Existem dois avôs, certo? O seu pai e aquele cara engraçado.
-O Tio Mick, e o fato de um coroa ter cabelo comprido, sempre usar chapéu e ser todo tatuado não faz dele um cara engraçado – Lily rebateu, um pouco ofendida. Sinead não fez caso:
-Pois então. Você só precisa perguntar para o seu pai se ele conhece um Will. Se conhecer, bingo. Se não conhecer, partimos para o tio Mick.
Lily devolveu o vestido para o armário, percebendo que a amiga estava presa demais em uma viagem interna para ajudá-la a escolher o que vestir.
-Mas por que ter esse trabalho todo? Ele não te deu o telefone dele?
-Para ajudá-lo a procurar um emprego.
-Pode ter sido uma desculpa.
-Também pode não ser. E depois, seria legal saber um pouco mais sobre ele.
-Ok, eu pergunto para o papai quando estiver com ele – Lily se deu por vencida.
-E então tinha um carinha... – Sophia dizia para Allison no apartamento da última. Ao contrário de Sinead, ela havia ido direto da faculdade e, como era segunda-feira, estava de folga no restaurante em que trabalhava. Já Allison continuava apostando todas as suas fichas no buffet, principalmente depois de ter recebido um telefonema de uma das mães que estavam na festa. – Aliás, tem um carinha.
-Um carinha que não é o Luca?! – Allison cochichou, apesar da empolgação na voz, pois Liz, namorada do Luca em questão, estava dormindo depois de um plantão. – Glória a Deus! Quem é ele? Quem é?
-Não é ninguém.
-Espera. Tinha um carinha, aliás tem um carinha que não é ninguém. Estou confusa.
-Eu não sei quem ele é – Sophia disse, sem querer admitir que estava confusa também. – Eu o vi duas vezes, e foi a maior coincidência, porque foi totalmente ao acaso. Uma naquela vez que você quis me empurrar o nerd que lia, a outra no aniversário das gêmeas.
-Epa! Se ele estava no aniversário das gêmeas, então já fica mais fácil – Allison esfregou as mãos. – Como ele é?
-Bem gato. Moreno, olhos azuis, não muito alto... O único defeito, aliás, único grande defeito, é que ele fuma. Mas fumante consciente, do tipo que se isola para não incomodar.
-Ai, amiga – Allison fez uma careta. – O único gato, moreno, olhos azuis, não muito alto e fumante que eu conheço é o Tommy, mas ele é casado e gay.
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Quando A Vida Acontece - Volume 6
Любовные романыNovas histórias e, dessa vez, um mistério. Enquanto Sophia tenta encontrar o próprio caminho e provar que pode mandar em seu destino, Will, um rapaz com rosto de poeta, chega a Londres em busca de uma nova vida. George retoma seu caminho em uma famí...