Capítulo 7

8 4 0
                                    

Havia sido mesmo infantil e, ao mesmo tempo, havia sido incrivelmente divertido. George não se lembrava de ter dado boas gargalhadas com algo tão simples há muito tempo, desde os Estados Unidos, quando ia a algum parque temático com a Bella e os dois iam em algum brinquedo rápido e inofensivo. Foi o tipo de programa que fez naquele sábado, apesar de ter de aguentar a companhia da Megan. Não sabia por que não gostava tanto dela, mas o sentimento era recíproco e o que os unia era exclusivamente o amor pelo Les Paul.

Mas todo o resto havia sido perfeito. A exibição, o lanche, e no fim ele disse que deixaria a Rosie em casa porque ela era uma garota legal, e ele nunca havia se esquecido do quão linda ela era.

-E você já viu alguém lá na gravadora? – Ela perguntou, enquanto eles caminhavam pela rua.

-Já vi um monte de gente.

-É? – Ela perguntou, assombrada. – Tipo o Ozzy?

-Não, o Ozzy nem grava mais – George riu. – Não vi ninguém assim, importante de verdade, sabe? Meu avô diz que esses meses são devagar, final de ano. Mas janeiro já tem gente marcada. Inclusive a minha tia Lily.

-Eu adoro a Lily. Li uma vez que ela toca uns mil instrumentos, além de ter aquela voz maravilhosa.

-A tia Lily é incrível – George concordou. – Tipo, ela toca alaúde. Quantas pessoas no mundo você conhece que tocam alaúde?

-Nenhuma. Não sei nem o que é um alaúde.

-É um instrumento da idade média. Meu avô sabe tudo de história, e um fã deu para ele uma vez. Minha tia viu, pensou "vou aprender, por que não?". Conclusão: é uma das melhores tocadoras de alaúde, ou sei lá como se chama isso, na Inglaterra. A Royal Academy of Music já deu o nome dela para tocar em comerciais, dublar filmes, essas coisas.

-Uau – Fez Rosie. – Deve ser muito bom ser de uma família com tanta música presente, ter avós e tios famosos...

-Eu não sei, para mim é só... a minha família. Sei que não é o tradicional, mas cresci assim.

Os dois pararam em frente a um prédio baixo, de cinco andares, e Rosie disse:

-É aqui que eu moro.

Mas, em lugar de se despedir, ela puxou assunto:

-Como está sendo tudo, George? Agora? Você está bem?

-Sim, estou ótimo – Ele falou, despreocupado. – Estou aprendendo a dirigir, trabalhando com meu avô... Tenho me mantido ocupado.

-Isso é importante, né?

-Acho que sim. Mês que vem vou aos Estados Unidos – Ele acrescentou, com um sorriso de quem mal podia esperar para que isso acontecesse.

-Sou louca para conhecer a Califórnia! – Ela disse. – Tira uma foto naquela praia famosa para mim?

-Venice Beach?

-Isso!

-Tiro.

Rosie sorriu e o assunto morreu. George pensou que poderia beijá-la. Gostava muito dela. E, ao mesmo tempo, em uma vida em que tudo estava incerto, não sabia se sua única certeza podia ser uma garota.

Sinead abriu a porta para a garota morena de cabelos na altura dos ombros, pequena, parecendo bastante tímida.

-Oi, você é a Monica? – Sinead estendeu a mão para ela.

-Sou eu – Ela respondeu, baixinho. – Obrigada por me receber em um sábado.

-Tranquilo, sábado também é melhor para mim. Eu... er... estudo.

Quando A Vida Acontece - Volume 6Onde histórias criam vida. Descubra agora