Capítulo 17

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Sophia resolveu trancar a faculdade com alegria e um tantinho de ansiedade. Ela havia sido a primeira a dizer para Allison que a amiga não devia se preocupar em se formar na graduação já que tinha um diploma do Le Cordon Bleu, mas, agora que estava em seu lugar, reconhecia que também tinha uma parte certinha que queria um diploma universitário. Além disso, foram alguns anos de estudo e sentiria dó se os perdesse, ainda que o conhecimento adquirido continuasse com ela.

Mas, enquanto não ia à faculdade trancar matrícula por causa do recesso, queria aproveitar uns dias preguiçosos com Will. O bom de ser estudante era ter férias de Natal e ficar vendo a vida passar com alguém como ele. Ainda não haviam definido um status de relacionamento, mas talvez nem fosse necessário. Sempre que isso acontecia, na sua experiência, o cara dava no pé em seguida.

Ela tocou a campainha do consultório, se perguntando se estava se impondo. Normalmente era o que ela fazia: Ia com sede demais ao pote, o que também resultava em homens correndo para as montanhas. Mas não conseguiu se controlar. Um segundo depois, a porta se abriu. Will, vestindo um jaleco branco, pareceu feliz, e não apavorado, ao vê-la.

-Oi! – Ele disse, com um sorriso confuso.

-Oi, eu posso entrar? Trouxe o seu almoço.

-Meu almoço?

Ela reparou que havia apenas uma divisória separando a pequena recepção da sala do dentista, que atendia alguém naquele momento.

-Me desculpe, eu vou embora – Ela cochichou.

-Não, espera – Ele cochichou de volta. – Quero ver o meu almoço.

-É só um sanduíche. Eu botei um pouco do molho do pernil do Natal. As pessoas costumam gostar – Ela disse.

-Eu tenho certeza de que vou adorar. Deixa comigo e...

Mas, naquele momento, Dan e um paciente de ar infeliz apareceram. Sophia, por algum motivo, escondeu a bolsa com o sanduíche atrás das costas, enquanto Will ficava sério e recebia o pagamento do paciente. Quando este foi embora, Dan sorriu para os dois e perguntou:

-É a sua namorada?

Will olhou para ela, confuso, mas acabou respondendo:

-É, sim. Dan, essa é a Sophia, Sophia, Dan.

-Muito prazer – Ela apertou a mão dele. – Desculpe, só vim trazer o almoço dele.

-Você cozinha, é? – Dan perguntou, simpático. – O que você trouxe?

-Só um sanduíche.

-Ela é chef, tem um buffet – Will falou.

-Olha só, que barato! Posso provar esse sanduíche?

-Claro, eu trouxe dois.

Sophia entregou um sanduíche para cada um. Eles provaram e, pelas expressões, aprovaram imediatamente.

-Caramba! O que é esse molho?

-Do pernil do Natal – Sophia disse, mais orgulhosa e relaxada.

-Menina, você tem um cartão para mim? Se eu tiver dinheiro, eu te contrato. Will, leve-a lá em casa, ao jantar que a sua mãe está marcando. Se ela é sua namorada, tem de conhecer a família.

Quando eles se encontraram mais tarde, para espanto de Sophia pois, ao contrário dos outros homens com quem já havia saído, Will ainda não sumira de vez, ele perguntou se ela queria mesmo ir ao jantar.

-Por que não ia querer? – Ela perguntou, espantada.

-Porque sei lá, a minha família é meio louca.

Quando A Vida Acontece - Volume 6Onde histórias criam vida. Descubra agora