Capítulo 12 - Morte em pequenas doses homeopáticas

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Neil já tinha perdido as contas de quantas vezes já tinha passado por aeroportos.

Ele poderia dizer que foram ao menos 15 vezes, e ainda assim, teria certeza de que chutou baixo.

Ele fitava seus documentos — seu passaporte e de seu irmão, junto às suas identidades — quase desacreditado no quanto pareciam reais, e mesmo nunca tendo tido problemas em situações como essa, seu coração não pôde deixar de gelar um pouco.

Ronnie segurava sua mão, como se fosse para o dar força, e ele agradeceu o irmão, que ainda parecia muito alheio a tudo o que poderia acontecer caso seguissem em frente.

Neil pegou seu irmão mais novo no colo, afim de agilizar o processo, fez o check— in, avisou que não teriam malas e sentou com seu irmão ao seu lado dentro do avião, tinham ficado com os assentos da janela e meio, um ao lado do outro, e Neil se considerou sortudo, pois ninguém sentou ao lado deles naquele vôo, e assim pôde se sentir minimamente mais seguro naquela situação.

Mesmo Ronnie ficara desapontado com o trajeto, era tão rápido, que nem deu tempo para que o pequeno Sunny conseguisse cochilar 1 hora completa.

— Neil, manda eles subirem vôo de novo. — Ele resmungava mal humorado, por ter sido desperto. — Só dormi pouquinho, eu devia poder dormir mais.

— Nem vem, Sunny. — Ele negou com a cabeça, e levantou seu irmão do assento, pedindo para que o mesmo se arrumasse.

— Você é um estraga-prazeres, um bobão, um policial, você é um ser mal — Ele reclamava com todas as palavras de seu vocabulário — um pouco maior que o esperado para um garoto de sua idade, por ter o hábito de ler com frequência.

— Aham, é claro Ronnie. — Neil revirou os olhos. — Sossegue, está bem? Precisamos encontrar quem vai vir nos buscar, não quero que puxe muito assunto com ninguém, ok?

Ronnie apenas assentiu sonolento, pedindo que ele desse a sorte do seu irmão tropeçar enquanto andava, para pagar por seu pecado de ter acordado o menor.

E Neil voltou a se concentrar em olhar ao redor do aeroporto, que parecia vazio demais, e ao mesmo tempo, vulnerável demais. Ele fitou as pessoas ao seu redor, esperando alguma das Raposas conhecidas por ele.

Mas soube quem era, quando sentiu seu irmão menor correr violentamente no aeroporto enquanto puxava sua mão, quase fazendo com que Neil caísse.

Um dos gêmeos Minyard estava encarregado de buscá— los, e Ronnie estava com o maior sorriso que Neil já tinha visto no rosto de seu irmão.

Por um segundo pensou se seu irmão não era obcecado, mas então pensou em si mesmo sobre Kevin, e então mudou de ideia.

Só podia ser normal.

Ele suspirou.

Qual dos dois seria?

Ele estava usando preto da cabeça aos pés, com mangas compridas e tinha um olhar sério, não parecia ser Andrew, e sim Aaron, o que foi um alívio para Neil.

Aaron Minyard muitas vezes é conhecido como o gêmeo "normal" dos dois.

— Oi, tiu! — Ronnie deu um sorriso cheio de muitos dentes, e Neil quase não resistiu ao ímpeto de esmagar a mão do irmão, se contendo e dando apenas um leve aperto.

— Neil e...criança? — Aaron disse ao invés de os cumprimentar, parecendo desinteressado. — Vamos buscar suas malas.

— Só temos isso. — Neil respondeu, meio desconfiado e Ronnie mostrou sua mochila, empolgado, ao estar na presença de um de seus "ídolos", e Neil se perguntou como seria quando os gêmeos estivessem juntos e frente a frente a Ronnie, que parecia se contorcer para não encher Aaron de perguntas inúteis, como se eles conversavam por telepatia, se um sentia a dor do outro ou até mesmo sobre o crime que Andrew cometera, ou melhor, Ronnie faria a biografia dos dois numa única tarde.

Príncipio das Raposas - Livro 1 (Os Irmãos Josten)Onde histórias criam vida. Descubra agora