As provocações

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Logo pela manhã, o hotel estava imerso em uma estranha calmaria, mas isso não duraria muito tempo. No andar de cima, Lúcifer estava furioso, andando de um lado para o outro no corredor, resmungando baixinho. Alastor, que estava saindo do quarto, quase esbarrou nele.

__ Você de novo? __ Lúcifer bufou, lançando um olhar irritado para o demônio de terno vermelho.

__ Bom dia para você também, Lúcifer! __ Alastor respondeu com um sorriso exagerado. __ Está com uma cara ótima para essa hora do dia, deve ser o brilho celestial que tanto esbanja!

Lúcifer estreitou os olhos. — Ah, claro, só você para começar o dia sendo sarcástico, não é mesmo? O que foi dessa vez? Que armadilha diabólica você planejou?

— Armadilha? — Alastor riu, fingindo inocência. — Meu caro, não sei do que está falando. Mas se quiser compartilhar seus temores, estou aqui para ouvir.

— Poupe-me da sua falsidade! — Lúcifer retrucou, cruzando os braços. — Você está por trás de algo ruim. Eu só preciso saber o que é.

— Meu querido Lúcifer, se estivesse por trás de algo, você nem saberia! — Alastor respondeu com um sorriso afiado. — A menos que eu quisesse que soubesse, é claro.

Lúcifer estava prestes a responder quando Charlie apareceu no corredor, segurando um buquê de flores. Ela olhou para os dois, percebendo a tensão no ar, mas decidiu ignorar.

— Bom dia, Alastor! — ela disse animada, entregando o buquê a ele. — Estas flores são para você. Vox pediu para eu entregar à Agatha na verdade, mas como você é ela...

Alastor pegou o buquê com um sorriso, mas assim que viu o nome de Vox mencionado, seu olhar se tornou mais sombrio. Ele olhou para as flores, e em um piscar de olhos, as pétalas começaram a murchar e apodrecer.

— Oh, que pena! — Alastor exclamou com uma falsa tristeza. — Parece que essas flores não estavam em seu melhor estado... Uma verdadeira vergonha pra mim receber algo assim.

Charlie olhou incrédula para o buquê arruinado. — Alastor! Por que você fez isso?

Antes que Alastor pudesse responder, Angel  apareceu na cena, trazendo consigo sua usual energia caótica.

— Uau, uau, uau! — Angel exclamou, colocando as mãos na cintura. — Parece que alguém aqui não gostou muito das flores, hein?

Cherri, que também estava por perto, começou a rir. — Alastor, você é um verdadeiro exterminador de flores, sabia?

Alastor deu de ombros, ainda com aquele sorriso irritante no rosto. — Algumas flores simplesmente não merecem o sol, minha cara.

— Isso foi profundo... — Cherri respondeu, ainda rindo.

Lúcifer, que tinha permanecido em silêncio, agora explodiu. — Por que, Alastor? Por que tem que transformar tudo em um desastre?

— Ora, Lúcifer, vamos lá! — Alastor respondeu, com um ar de falsa preocupação. — Só estou mantendo as aparências. Não posso deixar que qualquer coisa vinda de Vox seja associada ao hotel. Pense em nossa reputação!

Charlie suspirou, esfregando as têmporas. — Eu só queria entregar algumas flores...

— Olha o lado bom, Charlie! — Angel brincou, piscando para ela. — Pelo menos não eram rosas negras. Alastor poderia fazer um espetáculo ainda maior com essas!

Cherri cutucou Alastor de brincadeira. — Talvez da próxima vez, você devesse cultivar suas próprias flores, hein? Assim, a destruição pode começar direto da fonte!

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