4. Quem diria?

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23/3/2019
02:56
Pedro Tófani's View

Volto para o sofá com um copo de água

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Volto para o sofá com um copo de água.

sento ao lado de João, e parece que fazem anos que não olho seu rosto.

seu rosto está vermelho e seus olhos assim como na festa, marejados e tremem, e suas pernas não conseguem ficar paradas.

— o que foi? — pergunto e ponho minha mão livre na sua perna, uma tentativa de acalmá-la.

— não queria que ficasse esse vazio entre a gente, sabe? — responde e eu assinto. — eu sei, eu errei, mas... eu não... eu não queria fazer isso. — diz e eu o ouço com atenção enquanto bebo a água no copo. — eu sei que você nunca perdoaria, até por que você quer o seu orgulho, mas... eu só queria você. — seus olhos me olham com atenção e eu vejo as lágrimas implorando para sair.

levo a mão que estava em sua perna a seu rosto, passando a mão de forma suave, e ele se permite chorar.

— desculpa... — ele sussurra quase inaudível, se aproximando mais do meu corpo. — me desculpa... — ele chora mais e deita no meu peito.

— tudo bem, eu... — começo, mas não consigo concluir o raciocínio.

ponho minhas mãos suavemente em sua cabeça, acariciando seus cachos.

— quer água, ou algo assim? — murmuro baixinho, mas alto o suficiente para que ele possa ouvir.

— por favor... — ele diz entre as lágrimas, que escorriam repetidamente de seu rosto.

ver ele mal assim me faz querer chorar junto, sabendo que é por algo que eu fiz.

levanto do sofá e o apoio no recosto, indo pegar um copo de água para ele.

— obrigada por fazer tudo isso por mim, — ele começa quando volto e o entrego o copo — mesmo sabendo que eu errei. — diz quase inaudível.

— eu faria isso por qualquer pessoa. — falo de forma simples.

saber que estou mal por algo que ele quem fez, me faz me sentir um idiota.

amar ele, me faz me sentir um idiota.

— eu te amo muito, Pedro. — ele confessa depois de se acalmar, deixando o copo na mesa de centro.

não respondo por um tempo, apenas o observo.

sorrio simpático mas não chego a dizer de volta.

— acho que podemos ser amigos, João. — finalmente sugiro, sem conseguir olhá-lo nos olhos. — ah, você também tinha esquecido o... — pego o casaco que estava apoiado no braço do sofá. — seu moletom.

Aquele fevereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora