16/3/2019
00:32
João Vitor Romania Balbino's View— Sai daqui, porra! — a voz de Pedro ecoa alto pelo quarto, enquanto seu rosto está franzido de raiva.
— amor... — tento entre lágrimas.
— amor é o caralho, João! Sai daqui! — ele suplica.
— por favor... só m-mais uma vez... meu amor... — digo chegando mais perto, tremendo e nervoso.
— João, eu não vou repetir. — diz sem expressão alguma, mas dava para ver em seus olhos, que brilhavam, e as lágrimas imploravam para sair.
olho em seu rosto, minha visão está um pouco borrada por conta das lágrimas que a dominam.
não sei se indentifico mais raiva, ou mais tristeza.
eu sou uma decepção.
por que fiz isso?
— okay... — me rendo, me afastando aos poucos. — mas, antes, quero que saiba — começo, sentindo um nó se formar em minha garganta — eu ainda te amo, Peu...
ele sorri ladino por um segundo, mas logo sua expressão séria volta; orgulhoso.
— por favor, sai daqui logo.
obedeço de cabeça baixa, e peço um Uber para casa.
não deveria ter bebido.
abro a porta com a cara inchada, vermelha e molhada, e os olhos super vermelhos, ainda cheios de lágrimas, e o motorista me lança um olhar preocupado pelo retrovisor, mas não chega a questionar nada.
— boa noite, moço... — sussurro quase inaudível.
— boa noite. João? — ele pergunta e eu assinto, adentrando o carro.
ficamos em silêncio durante todo o caminho, que não foi longo, quinze minutos, eu ainda chorava, mas já estava mais calmo, afinal, nem tinha mais o que sair de meus olhos.
saio e me despeço do motorista, e me embolo um pouco para achar as chaves de casa.
eu não tenho mais ele.
nunca mais terei.
por um erro, estúpido, meu.
penso sobre isso antes de finalmente conseguir abrir a porta.
Vicente mia do lado da porta, e Checória vem do corredor, se enrolando em minhas pernas.
— oi, meus amores... — digo e eles me olham, aqueles olhos vibrantes, mas que agora também demonstravam uma certa preocupação.
agacho e faço carinho nos dois.
logo levanto, mas não sei o que fazer.
se aquilo não tivesse acontecido, eu saberia exatamente o que fazer.
mas agora, eu não sei.
me sento novamente e fico contra a porta.
boto minhas mãos em meu rosto e me vejo sem rumo.
sem saídas, só me afundar na tristeza.
eu mereço.
eu mereço? é, talvez eu mereça.
eu quem errei.
e se eu não tivesse bebido tanto?
e se ele tivesse me perdoado?
e se eu voltasse pra lá e tentasse denovo?
e se eu mandasse mensagem?
é, e se eu mandasse mensagem?
pego meu celular com uma mínima esperança, e vou ao seu contato, e ligo, por voz.
— alô, quem é? — ele diz e percebo sua voz chorosa.
não tenho coragem para responder nada.
fico ouvindo sua voz do outro lado, sem ter soltado uma palavra.
— alôoooo? — ele tenta novamente, e dessa vez, consigo dizer algo.
— tá tudo bem? — murmuro quase inaudível, mas pelo visto, ele ouve.
— não. — diz e logo ouço a chamada se encerrar.
tudo por minha culpa.
bebi demais, surtei demais, me achei o dono do mundo.
e no final, quem se fodeu fui eu.
Você :
Peu, pfv, eu sei que vc
tmb n quer issmSem respostas, e meio bêbado, acabo escrevendo errado, então não corrijo.
Pepeu 💕
Me deixa em paz,
João Vitor.
Sinto um buraco em meu peito quando ele me chama pelo nome completo.Você :
Pwu, por fsvorJuntando o efeito da bebida, e minha visão borrada, escrevo pior.
Pepeu 💕
Não, João.Pepeu 💕
Para de insistir.
Você :
Mas eu tr ampPepeu 💕
se amasse, não
teria feito aquilo.
Ele é seco e eu me sinto um merda por ter feito isso.Eu realmente amo ele.
Mas isso não serve de nada quando eu acabei de traí-lo.
por que eu fiz isso?
por que eu bebi demais?
mesmo bêbado, eu não devia ter aceito aquilo.
por que eu aceitei?
por que eu fiz isso?
☆
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquele fevereiro
Hayran KurguOnde depois de um término conturbado, Pedro e Jão nem se seguem mais nas redes sociais, e nem se olham olho no olho. E o motivo foi a traição, traição de Vitor. Que traiu Pedro em uma festa, por mais que se explicasse pondo a culpa no álcool, faland...