25/4/2019
18:26
João Vitor Romania Balbino's ViewPedro sempre foi um amigo ótimo para mim, e acima de tudo que nós fomos, éramos amigos.
— vou pedir iFood, quer alguma coisa? — a voz do Tófani se aproxima de mim, e ele logo senta ao meu lado no sofá.
— sei lá... — fico indeciso. — pede qualquer coisa que a gente possa dividir.
ele assente e vejo-o pegando o celular ao seu lado.
ignoro no momento e foco no meu caderno.
além de Você vai me destruir, também estou terminando a composição de Louquinho.
está basicamente pronta, e assim que vejo o moreno ao meu lado soltar o telefone, passo o caderno denovo a ele.
— olha essa. — o alerto e ele olha quase de imediato.
pega nas suas mãos e lê com atenção, se importando com cada detalhe da música.
enquanto ele está focado ali, presto atenção no que se passa na televisão.
assistimos basicamente tudo essa tarde, juntos.
e não faço a menor ideia de quando peguei meu caderno, e comecei a escrever, mas me peguei já o fazendo.
agora estamos no fim do último filme da triologia, e eu observo atento.
— tá perfeito, eu só mudei aqui. — ele aponta a uma das linhas, falando baixo.
depois disso um silêncio se instala e o único barulho presente é o do filme, e o de nossas respirações, e as vezes, uns carros e motos passando na rua.
focar na vida profissional foi algo que eu sempre soube lidar, e Pedro também.
ele sempre soube a diferença do Jão namorado, e do Jão cantor, e por isso nossa relação era calma.
nunca tivemos problemas com ciúmes da parte dele, ou proibições.
ciúmes era super raro, e sempre que acontecia, era do meu lado, ele nunca sequer demonstrou nada disso por mim.
tomo um susto com uma cena, e acabo pigarreando sem querer, e começo a tossir e me engasgar.
— puta merda. — falo pausadamente, ainda tossindo.
o outro, ria da minha cara, e depois de se recompor um pouco, batia nas minhas costas, ainda rindo baixinho.
finalmente me acalmo e o silêncio retorna.
o filme logo acaba e nós debatemos sobre, já que não esperávamos que esse fosse o final.
— sim! ele seria a última pessoa que eu desconfiaria! — ele diz quase em um grito, gesticulando com as mãos as vezes.
— e eu xingando a outra lá o filme todo. — reclamo e ele ri baixinho.
o telefone da casa toca, e Pedro corre para atender, pegando o objeto em seguida, atendendo a ligação.
— alô. — ele cumprimenta. — sim, já tô descendo. — desliga, vindo na direção da sala novamente e pegando as chaves no móvel. — vou atender, a pizza chegou. — ele me avisa e eu afirmo, e ele bate a porta.
mexo no celular enquanto isso, aguardando-o.
decido beber um copo de água e levanto para pegá-lo, e enquanto o encho, o Palhares retorna.
— eu conseguiria comer essa pizza toda sozinho se você não estivesse aqui, estou morto de fome! — ele anuncia, pondo a caixa apoiada no balcão.
bebo a água devagar, rindo contra o copo.
ele faz tudo muito rápido, pegando os pratos e cortando os pedaços por mais que de forma cuidadosa, agilmente.
termino de beber o líquido, e apoio o copo na pia, e vejo o outro já sentado no seu estofado, com seu prato na mão.
— o seu tá aí, denada! — me avisa e eu vejo mesmo ele ao lado da caixa de pizza.
rio baixinho e ofego, pegando o prato e levando até onde ele estava para que possamos comer.
ele põe um vídeo qualquer, e comemos assistindo-o.
é esse tipo de momento, fútil, que fica guardado na minha memória.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquele fevereiro
FanficOnde depois de um término conturbado, Pedro e Jão nem se seguem mais nas redes sociais, e nem se olham olho no olho. E o motivo foi a traição, traição de Vitor. Que traiu Pedro em uma festa, por mais que se explicasse pondo a culpa no álcool, faland...