14. Como se fosse a última

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28/5/2019
08:53
Pedro Tófani's View

acho que amar pode ser uma consequência, quando é um acidente

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acho que amar pode ser uma consequência, quando é um acidente.

é coerente a forma como gosto de João, e isso não é algo bom.

não queria pensar nele o dia todo, mas ele não sai da minha mente.

a forma como ele vem agido, tenho medo de ter feito algo que o machucou ou algo assim.

não devia estar sentindo falta.

não devia estar sentindo falta?

as duas servem, não sei se devia estar sentindo falta, mas sinto.

posso não saber o que ele sente, mas é aparente a forma como ele anda evitando todo mundo.

não sei por quê.

em poucos dias lançaremos Louquinho, e a forma como João mudou desde a gravação é surreal.

surreal no sentido ruim.

ele mudou para pior, parece que não quer nem olhar no meu rosto mais.

e eu me sinto mal só de cogitar pensar que a culpa é minha.

sei que nossa amizade não devia ter acontecido, mas acabou acontecendo, e se ele sabia que iria ser assim, por que se aproximou?

não deviamos ter passado de olhares, e nada devia ter acontecido.

pensar sobre isso aperta meu peito, e eu odeio me sentir dessa forma.

estamos em uma festa do pijama entre mim e malu, e nesse ponto a loira já descansa silenciosamente apoiada no meu ombro.

enquanto penso isso meus olhos relaxam, mas desperto com um barulho vindo da televisão, que transmitia um filme.

devagar tiro a cabeça de Marilu do meu ombro, pondo a delicadamente no recosto do sofá e desligo a TV, me direcionando ao meu quarto.

me sinto uma garotinha perdendo o primeiro crush.

eu amei João como nunca amei ninguém, ele foi meu primeiro namorado.

não meu primeiro namoro, mas foi minha primeira experiência com meninos.

amo lembrar dessa história, de como o " João e Pedro " virou " nós ", foi uma história tão tosca, mas que me conforta tanto.

ele sempre foi muito devagar com tudo, sabendo que era minha primeira vez sentindo isso.

isso no caso, seria paixão por alguém do mesmo gênero.

ele me fez tão bem, e agora tá me fazendo tão mal.

por que ele não vem e tira logo essa dúvida, da minha cabeça?

se a culpa é minha, se eu fiz algo, se ele quer se afastar.

ele não deu nem uma dica.

e isso é horrível.

— porra! — digo basicamente em murmuro quando meu dedo bate na porta do quarto com uma grande força.

abro a porta e vou em pulinhos até minha cama, deitando e pensando até dormir.

a culpa foi minha?

Aquele fevereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora