11. Só pra manter tudo igual

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25/4/2019
15:42
Pedro Tófani's View


depois da reunião na minha casa, tenho arranjado um tempo todos os dias para composição de Essa eu fiz pro nosso amor, e acho que está pronta.

ao mesmo tempo que é uma música que fala sobre o bom do amor, fala sobre o lado ruim de amar, da paixão.

se apaixonar tem diversas percepções na visão de cada pessoa, e pusemos as nossas aqui.

posso ser muito pessimista, mas o meu verso dessa música, fala muito sobre o lado ruim.

reli ela duas vezes e sempre sorri bobo quando li ele falando sobre minha mãe.

ver ele relembrando esses momentos que tivemos juntos é reconfortante.

vou até a cozinha e encho minha garrafa de água, e me apoio no balcão, e meu telefone apita.

o pego em minhas mãos e vejo que é uma notificação de João.

Jajão 💕💕 :
oii

Você :
oi, eu acho que terminei
essa eu fiz pro nosso amor

Jajão 💕💕 :
jura? me manda a letra

mando a letra ao cacheado e ele reage muito bem, e elogia.

volto ao sofá com a garrafa em mãos, com o celular na outra, entrando nas redes sociais.

16:24

decido por um filme na televisão quando o meu telefone descarrega, e ponho-o para carregar na tomada ao lado do sofá.

lembro que não terminei de ver a triologia de Rua do medo, e ponho no filme onde parei.

faz um mês desde quando comecei a vê-lo, mas simplesmente esqueci.

como é impossível esquecer, lembro daquela noite com o João, e lembro que parei no segundo filme, e coloco-o.

faço caras e bocas conforme o filme passa, tomo muitos sustos e a garrafa de água se esvazia.

em um susto super bobo que tive, pausei o filme por reflexo e pus as duas mãos no rosto.

meu celular apita vezes seguidas, e presumo que seja Malu me enchendo por ter vindo aqui sem avisar, e não é algo tão diferente.

são mensagens de João, falando exatamente o que eu pensei que Malu falaria.

fico receoso por um tempo, mas logo me entrego e deixo ele entrar.

— Pedro! Tenho uma coisa pra te mostrar. — ele diz passando para dentro, pegando o celular em seu bolso.

— o que?

— uma música, queria tua aprovação. — ele diz quase em sussurro, mas eu ouço claramente mesmo assim.

— tá, deixa eu ver. — digo e basicamente arranco o celular da sua mão.

o nome da música é Você vai me destruir.

— se não me engano tem uns rascunhos dela no caderno, mas desde quando deixei o caderno contigo escrevi bastante dela. — ele explica e eu assinto, ainda lendo.

— é curta, mas em sí é ótima. — aprovo e ele sorri leve.

— por isso eu vim aqui. — fala e eu faço uma expressão confusa, e ele nota e volta a explicar. — quero tua ajuda na composição; as vezes você é meio lerdo, viu?

— ah tá, não vou ajudar só por você ter me chamado de lerdo. — ironizo e me viro de costas pra ele.

— é sério — ele diz fingindo uma voz chorosa e me vira pelo braço. — me ajuda, minha criatividade já sumiu.

— nossa, só deixando teu celular aqui também. — digo sarcástico e ele faz uma cara de sem graça, como se não tivesse pensado nisso.

— verdade, né? — ele fala baixinho. — eu te mando a foto e aí você põe uma linha dela antes do que você vai escrever.

— tá, manda agora. — murmuro. — por que eu posso ser lerdo, mas tu é mais.

ele forma sua boca em oval, como se disesse " que absurdo! ".

— eu desisto, não vou dizer mais nada. — ele diz e sai andando pela casa como se fosse dele.

a foto logo chega em meu celular e eu rio.

— onde você foi? — eu grito indo na direção que ele foi.

— mijar né, não sou de ferro. — ele diz de dentro do banheiro e eu gargalho alto.

— não acredito. — digo risonho.

— que eu não sou de ferro ou que eu tô mijando? — ele pergunta sarcástico.

— na sua cara de pau.

finjam q em 2019 toda a triologia de rua do medo ja tinha sido lançada, eu so citei na att 4 pq nao lembrava 😭

Aquele fevereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora