23/3/2019
09:53
Pedro Tófani's ViewAcordo no meu sofá, com minha TV parada na Netflix.
posso ter ficado bêbado pra caralho ontem, mas ainda me lembro.
" eu te amo muito, Pedro "
a voz de João bate na minha cabeça e eu ainda não havia aberto os olhos.
abro os olhos devagar e pisco algumas vezes, me acostumando com a luminosidade da janela no meu sofá e corpo.
tateio todo meu sofá, a procura de João, mas ele não está lá.
me resta um fio de esperança que ele esteja em outro cômodo do apartamento, então me espreguiço e sento, olhando em volta.
cozinha, nada, corredor, mesma coisa.
ele realmente foi?
me levanto e procuro pelo João em meu quarto, banheiro, cozinha, sacada.
ele não está em lugar algum aqui.
ele foi embora, e nem ao menos esperou que eu acordasse.
ponho as mãos em meu rosto, me arrependendo.
— porra... — murmuro sozinho.
vou ao meu banheiro novamente, e tomo um banho rápido, não dando atenção a tudo.
ponho uma camiseta branca e uma bermuda preta.
não dou a mínima atenção ao meu cabelo e mando mensagem para Malu.
Você :
pode vim aq?marilu 💋💞 :
posso amg, oq
aconteceu?Você :
te explico quando
vc chegarmarilu 💋💞 :
af ta to indoVocê :
ok, obrigada-
aprecio muito a minha melhor amiga por isso, sempre que ela pode, ela para tudo o que está fazendo para ajudar.
ela é muito compreensiva.
...
10:26Ouço duas batidas na porta e vou até a mesma, sabendo que era a minha loira favorita.
abro e ela me abraça em seguida.
— oi, ridículo — ela diz irônica ainda me abraçando.
— eai, oxigenada — retribuo o comprimento.
— que foi? — ela diz já se sentando no sofá. — que porra que aconteceu nesse sofá? tá todo molhado, Pedro. — a respondo com um olhar. — puta que pariu, explica direito.
— olha, lembra que eu bebi pra caralho? — começo e ela afirma com a cabeça. — aí eu acordei e ele tava aqui, e disse que eu quem chamei ele. — ela me lança um olhar " que merda que você fez? " — aí ele perguntou se eu queria que ele fosse embora... e eu disse que se ele quisesse ele podia ir, mas que por mim não tinha problema.
— puta que pariu, aí foi lá, começou um clima do nada e vocês... — ela levanta do sofá — transaram, nesse sofá?
— deixa eu terminar de explicar, porra! — digo — aí, eu botei uma triologia de filmes que eu tô vendo, não sei nem quando aconteceu, o filme era de terror então não tinha motivo algum. e, quando eu me toquei... tinha acontecido, ué.
— " tinha acontecido ", Pedro, sério isso? — ela fala e eu prevejo que vai vir uma puta lição de moral em seguida. — o que custava desde quando ele perguntou se queria que ele fosse embora você falasse que sim? o que vai ser de vocês agora? você não parou pra pensar nisso, não? — mexo a cabeça negativamente. — meu Deus, pior do que eu pensei. — murmura. — olha, ele acha que significou algo?
— não sei, ué — dou de ombros. — por mim, não. — minto.
ela põe as mãos na cintura, mordendo os lábios de raiva, com os olhos fechados.
— vocês trabalham juntos, aí já não está a melhor situação de vocês transarem. — ela diz alto. — mas vocês também são ex! Eu juro que vou matar vocês dois...
levanto os braços em rendição, e levanto do sofá e fico ao seu lado, frente a frente.
— eu vou te matar, Pedro! — ela passa por mim e bate no meu peito, indo em direção a cozinha.
ela volta com um copo de água e bebe com sua mão livre no pescoço.
até choraria como um bebê em seus braços, mas não consegui.
não sei por que.
— se acalmou, mô? — ironizo e pareço ter tacado lenha na fogueira.
— eu... olha, eu desisto.
— voltando ao assunto na qual eu te chamei aqui, — a alerto. — o que eu faço?
— reza. — ela diz após terminar de beber o que restava, voltando a cozinha e pondo na pia. — é o que eu recomendo, no caso.
— odiei a recomendação, se queria um feedback. — digo e faço beicinho.
— não queria um feedback, e isso não mudou merda nenhuma na minha vida.
— fodasse, já disse. — falo e ela volta a sala.
— eu ainda não superei que esse sofá tá gozado, sinceramente. — ela volta a esse assunto e meu rosto queima de vergonha.
— te chamar aqui foi a pior coisa que eu fiz, cara. — murmuro.
— eu jurando que seria algo importante, e é você tentando resolver casinho de ex. — ela confessa.
— não é qualquer ex, né? É o ex na qual eu trabalho junto, e se eu perdoar seria um puto corno manso.
ela dá de ombros.
— prefiro ser desempregada — ela diz e lança beijinhos pelo ar para mim.
— eu prefiro não morrer de fome.
preferia estar desempregado.
preferia morrer do que ir a próxima reunião da UFOS.
mas, morrer não é uma opção agora.
até amanhã, dá pra apagar tudo que aconteceu entre a gente durante cinco anos?
acho que não.
☆
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Aquele fevereiro
FanfictionOnde depois de um término conturbado, Pedro e Jão nem se seguem mais nas redes sociais, e nem se olham olho no olho. E o motivo foi a traição, traição de Vitor. Que traiu Pedro em uma festa, por mais que se explicasse pondo a culpa no álcool, faland...