7. Um copo de bebida, queimando na garganta

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2/4/2019
22:27
João Vitor Romania Balbino's View

Ando bebendo muito, como se isso fosse me sustentar

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Ando bebendo muito, como se isso fosse me sustentar.

Substituo qualquer comida por um copo de heineken, semanalmente.

E hoje foi um desses dias, além das garrafas vazias a minha frente, comi apenas um pacote de torradas; e vomitei boa parte depois.

mas é questão de tempo, para isso mudar.

eu espero.

fazem alguns dias que fui até uma reunião da UFOS, e Pedro sequer olhou na minha face.

depois da nossa última noite, a gente só se viu na festa.

no caso, ele.

eu vi ele na reunião o máximo que pude, e vi como ele ficou comovido com os rascunhos de enquanto me beija.

ando focando muito em Barcelona, pode ser um provável nome de álbum.

dou mais dois goles na bebida e o álcool entra, e a culpa vem de brinde.

culpa por muitos motivos; por ter traído o amor da minha vida, por provavelmente ter perdido a confiança da Malu, e por estar sendo um covarde com o Pedro.

estou sendo um covarde com o meu garoto, na minha última chance eu fui um idiota e acabei decepcionando-o novamente, um covarde pois mesmo sabendo que fui um puta desgraçado, eu só estou me importando comigo mesmo; não consigo imaginar como ele deve estar mal agora, mas mesmo assim queria que ele voltasse.

não consigo mais sair de casa, e meu telefone está descarregado, e a porta trancada sem ser aberta.

ouvi a voz de Renan, Giovana e de Zebu no outro lado, mas estava ocupado sendo um bêbado idiota.

estou sendo sustentado por bebidas e séries idiotas da netflix.

levanto, e vou — cambaleando um pouco — até o meu quarto, adentrando o banheiro em seguida.

não me reconheço mais; o que eu me tornei?

porra, eu não quero ser triste pra sempre; mas eu me nego a mudar, beber se fez parte da minha rotina desde quando tivemos a nossa última vez — menos na reunião da UFOS, não podia estar bêbado pra caralho ali. — e eu me sinto culpado demais por isso.

volto até meu quarto e vejo meu celular entre os lençóis enrolados.

finalmente pego-o e ponho para carregar na tomada próxima a mesa de cabeceira e apoio o telefone acima.

me jogo em cima da minha cama, que estava muito desarrumada, e Checória está deitada na sua cama no outro lado do quarto, Vicente ao meu lado, enquanto acaricio sua pelagem, e Santiago não está no meu campo de visão.

— oi bebê... — continuo fazendo carinho no que está comigo na cama, levando as minhas mãos até sua barriga, e ele mia em resposta.

fico deitado ali, pensando um pouco, mas logo em seguida levanto, me preocupando com Santiago.

— Santiago? — chamo-o baixinho e vejo o mesmo no sofá, deitado enrolado em sí próprio enquanto dorme.

suspiro aliviado e guardo a cerveja que estava bebendo antes na geladeira.

— meu Deus, como o Renan vai me matar... — murmuro parando para pensar sobre isso.

deito ao lado de Santiago e faço carinho suavemente em sua cabeça, inclinando um pouco minha cabeça para o gato, deixando um beijinho em seu corpo.

viro a cabeça bruscamente para o lado contrário e vejo que todos os potes de ração estavam vazios, meus olhos ficam esbugalhados instantaneamente e eu vou até o local onde deixo as rações e sachês.

pego a ração de cada gato e distribuo em seus devidos recipientes.

minha vida está um puro caos, talvez eu tenha que começar uma terapia.

doeu escrever o jaozinho assim :(

Aquele fevereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora