IX

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A tensão entre James e eu começou a diminuir lentamente, mas estava longe de desaparecer completamente. Havia dias em que ele ainda era distante e irritante, mas havia outros em que ele parecia realmente tentar. Eu não sabia o que pensar, mas não podia negar que algo estava mudando.

Certa noite, após um longo dia no hospital com minha mãe, voltei para casa exausta, tanto física quanto emocionalmente. Quando entrei, a casa estava estranhamente silenciosa. Subi para o quarto, pronta para me jogar na cama e apagar, mas, ao abrir a porta, encontrei James lá, sentado na poltrona ao lado da janela, olhando para fora.

"Você está bem?" ele perguntou, sua voz baixa, quase hesitante.

"Estou," respondi, surpresa pela preocupação em seu tom. "Foi um dia difícil, mas estou bem."

Ele assentiu, levantando-se da poltrona e vindo em minha direção. Havia algo diferente em seus olhos, algo que eu não conseguia identificar. Antes que eu pudesse reagir, ele estendeu a mão e tocou meu rosto, seu polegar acariciando minha bochecha.

"Você tem sido tão forte, Isabela," ele murmurou, a proximidade entre nós fazendo meu coração acelerar. "Eu sei que isso não é fácil para você."

As palavras dele, tão sinceras, quebraram algo dentro de mim. Eu estava tão acostumada a ser forte, a segurar tudo dentro de mim, que aquela demonstração de carinho foi o suficiente para me fazer desabar. Antes que percebesse, eu estava chorando, lágrimas silenciosas que escorriam pelo meu rosto.

James não disse nada, mas me puxou para um abraço. Eu resisti por um segundo, mas então me deixei ser envolvida por ele. Aquele toque, que antes me parecia impossível, agora era reconfortante. O calor de seu corpo, o som constante de sua respiração, tudo me fez sentir menos sozinha.

"Você não precisa passar por isso sozinha," ele sussurrou em meu ouvido, suas palavras ecoando dentro de mim. "Estou aqui, Isabela. Não somos só um contrato. Somos mais do que isso."

Eu me afastei ligeiramente para olhar para ele, e o vi como nunca antes - vulnerável, honesto, e, de alguma forma, menos distante. Sem pensar, me inclinei e o beijei. Foi um beijo suave, hesitante, mas cheio de emoção. James correspondeu com a mesma intensidade, sua mão se entrelaçando em meus cabelos, puxando-me para mais perto.

Quando nos afastamos, ambos ofegantes, olhei em seus olhos e vi o mesmo turbilhão de emoções que eu sentia. Nada estava resolvido entre nós, mas havia algo ali, uma fagulha que antes não existia.

"Vamos devagar," eu disse, minha voz um sussurro.

Ele assentiu, um pequeno sorriso nos lábios. "Devagar."

Amor por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora