Amor por Contrato

XI

O jantar que James preparou para nós foi uma surpresa completa. Nunca imaginei que ele, que sempre delegava tudo aos empregados, se daria ao trabalho de cozinhar para mim. Os pratos eram simples, mas feitos com cuidado, o que fazia cada garfada ter um sabor especial. O ambiente era íntimo, iluminado apenas pelas velas na mesa. A chama suave refletia nos olhos de James, que me observava de uma maneira diferente, com algo que eu nunca tinha visto antes: vulnerabilidade.

Nós conversamos como nunca antes. James começou a abrir-se, contando sobre sua infância em meio ao luxo, mas também sobre a solidão que sentia. Falou sobre como sempre teve que ser o filho perfeito, o herdeiro que carregaria o nome dos Beaufort com orgulho, e como isso o levou a se rebelar de todas as maneiras possíveis. Por trás da fachada de arrogância e desprezo, existia um garoto perdido, tentando desesperadamente encontrar um caminho que fizesse sentido.

Enquanto ele falava, senti uma conexão crescente, algo que ia além do simples fato de estarmos casados. Eu comecei a ver James como ele realmente era, não apenas o homem que eu tinha sido forçada a odiar. Quando chegou a minha vez de falar, compartilhei com ele o peso que eu carregava desde que minha mãe ficou doente, a culpa por me casar apenas por dinheiro, e o medo constante de perdê-la. Falei sobre como esse casamento, que eu via como um sacrifício, começou a se transformar em algo que eu nunca esperei.

Quando terminamos de comer, ele se levantou, estendendo a mão para mim. Sem hesitar, aceitei, e juntos subimos as escadas até o quarto. O silêncio que nos envolvia era cheio de antecipação, mas também de uma nova compreensão. Quando entramos no quarto, James fechou a porta suavemente atrás de nós, criando uma barreira entre o mundo lá fora e o que estávamos prestes a experimentar.

Ele se aproximou devagar, seus olhos fixos nos meus, como se estivesse esperando algum sinal de que aquilo era o que eu queria. Minha respiração ficou pesada enquanto ele levantava a mão para tocar meu rosto. Seus dedos acariciaram minha bochecha com uma ternura que me desarmou completamente.

"Isabela," ele murmurou, seus olhos escurecidos pelo desejo, mas também por uma emoção que eu não conseguia identificar. "Eu quero fazer isso direito."

Minhas mãos tremiam enquanto começava a desabotoar sua camisa, meus dedos roçando contra sua pele quente. Cada botão que deslizava pelo tecido parecia derrubar mais uma barreira entre nós. Quando terminei, James deixou a camisa cair no chão e, num movimento suave, envolveu minha cintura com seus braços, puxando-me para mais perto. O contato do corpo dele contra o meu fez meu coração disparar.

Ele inclinou-se, e seus lábios roçaram meu pescoço, traçando uma linha de beijos que enviaram ondas de calor pelo meu corpo. Seus dedos correram pelo meu cabelo, puxando suavemente, enquanto sua outra mão deslizava pelas minhas costas, desatando o laço do meu vestido com uma facilidade que me fez arrepiar. Quando o tecido escorregou pelo meu corpo, caindo ao chão, James se afastou ligeiramente para me observar, seu olhar intenso percorrendo cada centímetro de mim.

"Você é linda," ele disse, sua voz rouca, carregada de emoção.

Eu me aproximei dele novamente, puxando-o para a cama. Deitamos juntos, nossos corpos se encontrando de forma natural, como se finalmente estivéssemos onde deveríamos estar. Os beijos que se seguiram eram mais intensos, mais profundos. Havia uma mistura de urgência e ternura, como se ambos estivéssemos cientes do quão especial aquele momento era.

As mãos de James exploravam minha pele com uma delicadeza que me fazia sentir segura e desejada ao mesmo tempo. Cada carícia, cada toque, parecia cuidadosamente calculado para me fazer sentir amada, não apenas desejada. Eu retribuí na mesma medida, deslizando minhas mãos pelo corpo dele, sentindo a tensão e a força de seus músculos sob minha pele.

Quando finalmente nos entregamos um ao outro, foi uma experiência avassaladora. Não era apenas sobre o prazer físico; era sobre a conexão emocional que havíamos construído, a confiança mútua que surgira inesperadamente entre nós. Nossos corpos se moviam em sintonia, cada movimento carregado de significado, cada suspiro cheio de uma emoção que não precisava de palavras.

No ápice do momento, senti todas as minhas reservas desmoronarem. Era como se, por um breve instante, todas as incertezas e medos tivessem desaparecido, substituídos por uma onda de pura emoção e conexão. Quando finalmente nos acalmamos, ficamos deitados lado a lado, nossas respirações ofegantes, nossos corpos ainda entrelaçados.

James me puxou para mais perto, envolveu-me com seus braços e eu descansei a cabeça em seu peito, ouvindo os batimentos regulares de seu coração. Foi um som reconfortante, um lembrete de que, apesar de tudo, eu não estava sozinha.

"Eu não sei o que o futuro reserva para nós," ele murmurou, sua voz baixa e carregada de sinceridade. "Mas quero tentar, Isabela. Quero ser o homem que você merece."

Aquelas palavras fizeram meu coração bater mais forte. Havia tanto que eu ainda não sabia, tanto que ainda precisávamos descobrir sobre nós mesmos e sobre esse casamento, mas naquele momento, eu queria acreditar que poderíamos fazer isso funcionar.

"Vamos descobrir juntos," sussurrei, minha voz entrecortada pela emoção.

Adormecemos assim, abraçados, sem a preocupação do amanhã. Naquele instante, havia apenas a paz de saber que, finalmente, estávamos no mesmo caminho. E, pela primeira vez desde que tudo começou, eu me permiti sonhar que, talvez, houvesse algo mais para nós do que apenas um contrato.