Capítulo 5: A Liberdade Conquistada

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Uriel estava cansado das lutas intermináveis, das noites geladas e dos olhares famintos da multidão que assistia ao coliseu. A sensação de abandono ainda queimava em seu peito, mas ele estava decidido a conquistar sua liberdade com honra e dignidade, mesmo que isso significasse enfrentar desafios impossíveis.

Ele sabia que escapar furtivamente não seria uma opção. Uriel queria sair pela porta da frente, de cabeça erguida, com a certeza de que ninguém ousaria desafiá-lo novamente.

Naquela noite, após mais uma vitória brutal na arena, Uriel foi conduzido de volta à sua cela. Mas em vez pra descansar, ele começou a planejar seu próximo passo. Ele sabia que o próximo torneio reuniria os mais poderosos lutadores do coliseu, uma oportunidade perfeita para mostrar sua força e exigir sua liberdade diante de todos.

Na manhã seguinte, Uriel procurou o administrador do coliseu, um homem de coração duro e interesse pelo lucro. O administrador o recebeu com um sorriso cínico, já imaginando que Uriel desejava negociar algum privilégio.

“Quero minha liberdade,” Uriel declarou com firmeza, seu olhar fixo no do administrador.

O homem riu, incrédulo. “Liberdade? Você é a joia da nossa arena, demônio. As pessoas pagam fortunas para vê-lo lutar. Por que eu lhe daria isso?”

“Porque vou conquistar minha liberdade com minha força e honra,” respondeu Uriel, sua voz fria. “No próximo torneio, lutarei contra todos que você colocar diante de mim. Se eu vencer, você me dará minha liberdade, sem hesitações. Se perder, você pode fazer o que quiser comigo.”

O administrador considerou a proposta. Ele sabia que Uriel era poderoso, mas a ideia de um grande espetáculo, onde o demônio enfrentaria os melhores guerreiros do coliseu, era tentadora demais para ser recusada. Com um sorriso ganancioso, ele concordou.

“O torneio acontecerá em três dias. Prepare-se, demônio, porque você enfrentará adversários como nunca antes.”

Uriel passou os dias seguintes em silêncio, concentrado, acumulando sua energia para o confronto decisivo. Ele não podia se dar ao luxo de falhar; sua liberdade e a busca pelo dragão estavam em jogo.

No dia do torneio, o coliseu estava lotado, repleto de espectadores que haviam vindo de todas as partes para assistir à batalha. Uriel entrou na arena, seu corpo coberto de cicatrizes de lutas anteriores, mas com um brilho feroz nos olhos. Ele estava pronto.

Os primeiros oponentes eram fortes, mas Uriel os derrotou com precisão e eficiência, sem perder tempo ou energia desnecessária. A multidão rugia em aprovação, mas Uriel mal os ouvia. Seu foco estava apenas na vitória.

Quando o último adversário entrou na arena, um guerreiro colossal conhecido por nunca ter sido derrotado, o silêncio tomou conta do coliseu. Este era o teste final, o que decidiria o destino de Uriel.

A luta foi brutal e longa, com ambos os guerreiros trocando golpes devastadores. Uriel estava no limite de sua resistência, mas a determinação em seus olhos nunca vacilou. Ele sabia que precisava vencer, não apenas por sua liberdade, mas para provar a si mesmo que ainda era digno de enfrentar o dragão que tanto buscava.

Em um movimento final, Uriel canalizou toda a sua força e lançou um golpe devastador que derrubou o oponente ao chão, sem chance de recuperação. O coliseu explodiu em aplausos, mas Uriel não se importava com isso. Ele havia vencido, e isso era tudo que importava.

Ele se virou para o administrador, que estava branco de choque e medo, sabendo que teria que cumprir sua promessa. Sem dizer uma palavra, o administrador acenou, concedendo a Uriel a liberdade que ele tanto desejava.

“Se alguém tentar me deter, estará assinado sua própria sentença de morte,” Uriel declarou com frieza, enquanto caminhava para fora do coliseu, deixando claro que ninguém deveria tentar detê-lo.

Ninguém ousou desafiá-lo. Uriel saiu do coliseu pela porta principal, sua honra intacta e sua liberdade conquistada. Ele sabia que o caminho à frente seria difícil, mas estava preparado. Agora, livre e determinado, ele estava mais próximo do que nunca de encontrar o dragão que acreditava ser Kael'thar e desvendar o mistério que o atormentava.

O mundo era vasto, e Uriel estava pronto para enfrentá-lo de frente. O dragão o aguardava em algum lugar, e Uriel não descansaria até encontrá-lo.

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