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Pov Flavia

- Sinceramente, estou tentando entender como me deixei levar por você e pela sua ideia de tomarmos um café da manhã "tradicional francês", sendo que vamos pagar por algo que certamente não é tão bom quanto nosso café da manhã no Brasil! - disse Lorrane, começando a se arrepender de ter acompanhado a amiga em suas aventuras em Paris.

- Mas eu quero tirar algumas fotos antes de voltarmos para o Brasil! Além disso, quero ser uma turista e me sentir uma verdadeira cidadã francesa saboreando um café em uma cafeteria bem "instagramável". Vai que eu encontre o amor da minha vida por acaso? - Flavia disse isso como se fosse a coisa mais lógica do mundo. Para Lorrane, a ideia não era tão clara, mas para Flavia, fazia total sentido.

-Tá bom, vamos logo então! - Lorrane tomou a dianteira e entrou na cafeteria, seguida por Flavia, que sorriu amplamente. O local era decorado de forma ampla e bem decorada, com mesas e cadeiras de madeira e paredes de tijolos, transmitindo uma atmosfera rústica e tradicional. Lustres no teto adicionavam um toque de elegância, iluminando e decorando o ambiente. Sentaram-se em uma mesa em frente a uma grande janela, que trazia luz natural para dentro, tornando o ambiente ainda mais bonito.

- Será que existem muitas opções igual no Brasil? Eu nunca acreditei muito quando diziam que os pães aqui na França eram tão sem graça quanto mostram nos vídeos de turistas.
- Essa brincadeira pode sair bem cara, isso sim... - Lorrane balança a cabeça em negativo e começa a observar o cardápio do lugar para decidir o que vai pedir.

- Não, você é quem está tentando estragar minha diversão. Me diz qual você vai querer que eu vou lá pedir. - Ela se levanta e fica ao lado da amiga, pronta para fazer os pedidos.

— Eu quero um chocolate quente e um croissant, e traz aquelas geleias que eles fazem. Para eles pode parecer uma ofensa comer croissant com algo, mas eu gosto de colocar alguma coisa no meu. - Assim que Lorrane concluiu seu pedido, Flavia se dirigiu ao caixa para fazer o dela, deixando seus objetos sobre a mesa que elas dividiam, e logo seu celular começou a apitar e quando leu a notificação e viu quem era não pensou duas vezes antes de abrir o chat e responder como se fosse Flavia

— Oi, o que você está fuçando no meu celular, mulher!? - Flavia interrompeu sua conversa por mensagem, mas logo percebeu o sorriso travesso no rosto de Lorrane. Sem precisar de mais palavras, puxou a cadeira para sentar-se ao lado da amiga. — E aí, qual é a fofoca? - perguntou, já animada com o potencial de entretenimento logo pela manhã, arrancando uma risada genuína de Lorrane, que em seguida começou a explicar a situação.

— A Rebeca está precisando da nossa ajuda com alguma coisa, e eu quase tenho certeza de que envolve uma jogadora da seleção de vôlei. Ela quer que a gente encontre com ela, não sei para quê. Eu disse que a gente vai lá depois do café. - Enquanto falava, Lorrane pegou seu croissant, chocolate e geleia da bandeja que Flavia trouxera, e Flavia começou a ler as mensagens que haviam sido trocadas em seu celular.

— Você comentou que vamos lá, mas antes preciso das minhas fotos, quero postar algumas no meu feed e aproveitar um pouco, então vamos demorar um tempinho para chegar. Na verdade, é bem possível que cheguemos lá mais ou menos na hora do almoço. — disse, dando de ombros enquanto provava seu chocolate quente.
— E se a gente pedir para outra pessoa ajudar? — Lorrane levantou uma sobrancelha, parecendo não ter entendido a ideia de imediato. 

— Amiga, e se a gente enviar a Gabi para ajudar?
— Ah, ela vai nos matar, isso é certo. — Ou talvez ela nos agradeça bastante, ainda mais porque está completamente rendida pela Gabriela — disse, parecendo segura; qualquer um que escutasse aquela conversa ficaria convencido pelas palavras de Flavia.

— Vou mandar uma mensagem para a Gabi dizendo que a Rebeca não tomou café ainda porque está se sentindo um pouco enjoada e não quer falar sobre isso com mais ninguém além de nós, já que é tímida.

— Mas a Rebeca não é tão tímida assim; ela é como aquelas pessoas que sempre conhecem alguém onde quer que vão. Se não fosse atleta olímpica, com certeza seria uma ótima candidata a vereadora — finalizou ela.
— Isso é verdade, mas talvez a Gabi ainda não tenha percebido isso. Não custa nada tentar, certo? – A sua sugestão faz mais sentido do que a que eu tinha em mente.

— E se a gente disser que a Rebeca precisou de ajuda com alguma coisa? Mas que, como não estamos por perto, e pelo jeito que ela se expressou, parecia algo sério, resolvemos mandar uma mensagem para a Gabi, pois ela talvez esteja mais disponível, ainda mais para Rebeca. – Lorrane sorri e então faz um sinal com a cabeça para Flavia, que imediatamente se volta para o celular e começa a digitar rapidamente.

— Gostou dos pães que você escolheu, amiga ? - perguntou Lorrane, como quem não quer nada, já sabendo a resposta de sua amiga.

— Horrível... mas pelo menos os franceses desse local estão mais incomodados com você cortando o Croissant deles e colocando geleia do que com a minha cara de quem comeu e não gostou...

— Você tem um bom ponto... Vamos pagar a comida e sair daqui, esses olhares estão me incomodando, eu hein, gente amargurada.

Meia noite em Paris | REBIOnde histórias criam vida. Descubra agora