Capítulo 33: O opróbrio de Hirotsu

12 2 0
                                    

Hirotsu e Kouyou se encontram com Wilson Fisk, e um presente importante é dado.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O trabalho de Hirotsu é um ponto de grande orgulho e vergonha para ele.

Ele não finge saber o que o chefe está pensando; muito pelo contrário, na verdade. Ele sabe o quão pouco ele sabe, e está contente em viver sua vida assim. Ele confia em Mori Ougai, confia nele com o futuro de Yokohama porque se ele sabe de uma coisa, é que ele não permitirá que seus planos fracassem.

Hirotsu pensa em Dazai como uma extensão de Mori — não da maneira como Elise é, mas porque eles são muito parecidos. Eles andam em seu próprio comprimento de onda, dois do mesmo tipo. Ele não tem certeza se pode ir tão longe a ponto de dizer que eles sabem o que o outro está pensando; ele acha que nem eles conseguem se entender completamente. Hirotsu duvida que haja uma única pessoa no mundo que os entenda.

Hirotsu conhece Dazai desde que ele era apenas o pequeno Shuji, filho de Gennemon Tsushima e herdeiro da Máfia do Porto. Tantos anos se passaram desde então, e Dazai mudou muito, e muito pouco. Ele está maior, mais alto, mais inteligente, mas ainda é o mesmo garotinho que conheceu todos esses anos. O garoto que Gennemon manteve isolado nos limites de sua suíte, cujo único contato humano veio de tutores, médicos e guardas.

Ele diria que o isolamento precoce atrofiou seu crescimento, mas é difícil dizer. Ele interage tão facilmente com os outros, misturando-se perfeitamente à multidão. Essa é uma característica que Dazai e Mori compartilham, essa maneira estranha e maleável de ser.

Quem é o verdadeiro Dazai Osamu? O garoto que pega no pé de Chuuya, provocando-o alegremente e agindo como o adolescente que deveria ser? É o oportunista frio e manipulador, que está sempre uma dúzia de passos à sua frente, pronto para ter sucesso por qualquer meio necessário? Ou é o garoto de olhos vazios, sem personalidade, que não consegue nem decidir qual sabor de doce é seu favorito? Uma criatura que molda sua personalidade em torno daqueles que o cercam, em vez de ser algo concreto e honesto?

Hirotsu não sabe. Ninguém lá fora sabe, incluindo Dazai. Apesar de toda a confiança fria e autoconfiante que ele carrega, ele sabe com certeza que Dazai não é nem de longe tão desenvolvido emocionalmente quanto deveria ser.

"Ah, vovô!" Dazai grita, batendo palmas entusiasticamente. Hirotsu já o viu despido de sua armadura de algodão antes, acomodado em uma mesa enquanto Mori cuida diligentemente de ferimentos, então sua aparência não o assusta.

"Dazai-san", Hirotsu cumprimenta, curvando-se abruptamente. "Peço desculpas pela espera. Tenho certeza de que não foi agradável."

O garoto está sentado em um sofá de couro gasto, um livro acomodado em sua coxa, quase na metade do caminho. As roupas que ele veste parecem confortáveis, calças escuras compridas e uma camisa de manga comprida cor creme. É muito diferente, Hirotsu provavelmente só consegue pensar em algumas vezes em que viu o garoto vestido tão casualmente.

Dazai acena com desdém, derretendo-se de volta no sofá, a cabeça erguida em direção ao teto.

"Isso é tudo culpa do Mori-sensei, não é sua culpa que ele seja tão mesquinho com informações."

Hirotsu franze os lábios, então enfia a mão no bolso do casaco, pegando um envelope. Uma enfermeira de meia-idade e cabelos castanhos sorri para ele enquanto passa, mas, de outra forma, parece despreocupada com a troca. Hirotsu o entrega a Dazai, que o agarra ansiosamente, rasgando o papel ao redor do selo e arranca o bilhete em si.

Idiosyncracy {Dazai x MCU}Onde histórias criam vida. Descubra agora