Idiosyncracy {Dazai x MCU}

Capítulo 35: Fuga da prisão!

Matt e Wade se unem para tirar Wade da prisão.

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Gloria Reyes não é novata em seu trabalho. Ela trabalha como terapeuta cognitivo-comportamental especializada em jovens há cerca de quinze anos. É um trabalho exaustivo e muitas vezes ingrato que a expõe a alguns dos indivíduos mais trágicos que já existiram. Mas nunca, nunca em seus quinze anos de trabalho ela passou por uma situação como essa.

Há algo visceralmente errado com Shuji Tsushima.

Ela sabe pouco sobre a situação, para ser honesta. A coisa toda foi mantida em segredo, o que não é exatamente incomum. No passado, ela coordenou com o CPS no passado sobre crianças colocadas em situações traumáticas. Pessoalmente, ela acha que o pior caso que já encontrou foi o de uma jovem que passou a maior parte de sua vida trancada em um armário, apenas para ser removida e abusada pelo pai e pela madrasta. A menina era totalmente incontinente e era muito mais jovem mentalmente do que fisicamente. Sua compreensão da língua inglesa era mínima, pois a família não se preocupou em ensiná-la — ou bem, interagir com ela em geral. 

Sua visão também estava terrivelmente desajustada por passar tanto tempo em um espaço escuro e confinado. No final, ela estava incrivelmente fora de seu alcance naquele caso, e eventualmente foi trocada por alguém mais adequado para cuidar de uma garota com seu tipo de dificuldade. Ainda assim, ela nunca se esquecerá daquela garotinha, que falava em grunhidos e suspiros agudos.

Shuji nunca foi trancado em um armário, nem abusado no grau que aquela garota tinha sido. 

Mas ele também era fundamentalmente diferente da maioria dos humanos, atrofiado à sua maneira. Ele é notavelmente socialmente consciente e manipulador a um grau que ela raramente vê. Talvez isso não seja verdade; Gloria vê pessoas que são tão manipuladoras quanto ele frequentemente, mas raramente tão talentosas.

A maioria das enfermeiras não percebeu que ele está puxando suas pernas. Elas não sabem que estão sendo fodidas. Shuji coloca a máscara de um garoto lamentável e abusado facilmente, assim como uma miríade de outras fantasias. Gloria não duvida que ele tenha sido maltratado no passado. Ela acredita quando ele fala de seu médico. Isso não significa que ela não se sinta desconfortável perto dele.

As pessoas parecem pensar que os terapeutas são menos críticos do que realmente são. Na realidade, seu trabalho meio que exige que ela faça julgamentos rápidos sobre os outros, para a segurança deles e também dos outros. Então, quando Gloria olha para Shuji Tsushima, ela vê alguém que representa uma ameaça significativa para si mesmo e para aqueles ao seu redor. O primeiro é facilmente confirmado, dado o estado de seu corpo, mas o outro? Nem tanto. A polícia entra e sai para falar com ele, especificamente com o detetive Mahoney, mas, mais uma vez, eles lhe disseram pouco ou nada. Tudo o que lhe foi dito diretamente é que ele foi vítima de um sequestro, e ainda é uma investigação aberta. Ela perguntaria a Shuji, mas ele é ainda mais mesquinho com os detalhes do que os policiais.

Com um suspiro, Gloria se levanta da cadeira da mesa e vai em direção à porta do escritório. É tarde da noite e, na verdade, ela precisa de uma xícara de café se espera que ela faça alguma coisa nas próximas horas.

Quando ela sai para o corredor e desliza a porta para fechá-la, mexendo com seu cordão para trancá-la atrás dela, um baque peculiar soa no corredor. A porta tranca com um clique audível quando ela gira a chave, e Gloria olha na direção de onde o som veio.

Outro baque. Não há razão para ela ter medo, mas mesmo assim ela está um pouco nervosa. Ela atribui isso ao manto de silêncio que caiu sobre o prédio, bem como à hora tardia.