19 - Cigarro.

2 2 0
                                    

"Não é por que o céu está nublado que as estrelas morreram."

— Chico Buarque.

—————————————————————---------------------------------------------‐------------------

Domingo 7h30m da manhã.

Acordei com o despertador tocando próximo ao meu ouvido. Levantei-me e fui ao banheiro com calma. Decidi tomar um banho para relaxar o corpo e começar o dia bem. Peguei a toalha que Caleb havia separado na noite anterior e entrei no banheiro. Tirei minhas roupas, liguei o chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu corpo. Me ensaboei por completo, enxaguei e saí do banho, envolvendo-me na toalha antes de ir para o quarto.

Como as janelas estavam fechadas dessa vez, o quarto estava escuro, e quando fui acender a luz, vi algo no canto da porta. Fiquei tentando identificar o que era, mas não conseguia saber se era uma pessoa ou um cabide. Meio assustada, segurei firme a toalha, andei devagar até o interruptor, liguei a luz e vi um manequim.

S/n: De onde isso saiu? — Perguntei, olhando o objeto.

Suspirei aliviada e me vesti adequadamente. Peguei o manequim e levei-o para a sala, colocando-o em frente ao corredor. Olhei ao redor e percebi que o lugar estava vazio e silencioso; Caleb não estava no apartamento. Era só eu e esse treco que apareceu de repente.

S/n: De onde você saiu? — Sussurrei para o nada e fui para a varanda. O vento estava fresco e o apartamento, calmo. Peguei uma cadeira e me sentei de frente para o sol, deixando a calma do ambiente me dominar.

Sentindo o vento bater contra o rosto e a brisa passar pelo corpo, pude pensar um pouco. É isso que precisamos: nós, seres humanos, somos carregados de emoções fortes. Alguns sabem lidar com elas, outros não. Esse tipo de pessoa sempre encontra uma maneira de se esvaziar desses problemas. Às vezes, não conseguimos suportar as emoções, então precisamos esvaziar de alguma forma, seja desabafando, praticando alguma atividade, conversando sobre o que estamos sentindo ou até mesmo permitindo-nos chorar.

Chorar profundamente é algo que todos precisamos um pouco. Tirar o peso da nossa vida é um momento grandioso e glorioso de se experimentar. Às vezes fica mais fácil se temos alguém ao nosso lado, e isso é bom. Quando não temos, sempre podemos contar conosco mesmos e a velha tática de jogar tudo para o alto.

Abri os olhos ao ouvir a porta da frente bater devagarinho. Levantei-me e encontrei Caleb e a praga do Egito. Caleb parecia de mau humor; quando me viu, veio até mim e me abraçou, soltando um longo suspiro cansado. Senti os músculos dele um pouco tensos durante o abraço. Saímos do abraço e ele se jogou no sofá sem dizer uma palavra.

S/n: Você tá bem? — Perguntei um pouco preocupada.

Caleb: Sim. — Ele se sentou, deitando a cabeça no sofá.

Aidan: Boas notícias, gatinha. — Disse, encostando-se na parede. Eu me sentei e o encarei com as sobrancelhas arqueadas.

S/n: Não me chama de gatinha, otário. — Falei, vendo-o dar risada.

Aidan: Tá bom... gatinha. É o seguinte: você vai voltar para sua casa. — Ele falou, me olhando, e eu o encarei desconfiada.

S/n: Sério? Sem o Vinnie me perseguindo? — Perguntei, cruzando os braços. Ele confirmou com um aceno, e eu sorri, começando a pular de alívio e alegria.

S/n: Obrigada, obrigada! — Abracei Caleb e sentei novamente.

Aidan olhou aquilo com indignação e fechou a cara porque eu abracei Caleb. Ele achou que eu ia até ele?

The Demons of The NightOnde histórias criam vida. Descubra agora