28: Tabatinga (3571k)

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— Aí está você. Jesus, eu estive procurando por você por toda parte! — Iniciou o homem, sua voz ecoava no vestiário vazio.

— Owen, que porra é essa! — A loira riu de leve. — Você sabe muito bem que não pode estar aqui.

— São três da manhã, Abs. Você é a única pessoa louca o suficiente pra malhar a essa hora, o que significa que ninguém vai entrar aqui. — Os olhos dele se iluminaram. — Ei, quer transar no chuveiro? Tenho que admitir, isso meio que sempre foi uma fantasia minha, fazer isso no vestiário feminino.

— Não... estou toda suada. — Respondeu evasivamente.

— Ah, sim. Sei. Por isso, o chuveiro. Entendeu?

— Eu disse que não, tudo bem... — falou Abby, em uma tentativa de esconder o sorriso. — O que você quer?

— Você me diz. Manny me contou que você tava me procurando no jantar.

— Ah, sim — respondeu Anderson. Ela se virou e tirou um mapa de sua mochila, então o desdobrou e o pressionou contra os armários. — Então, nesse fim de semana eu estava pensando que poderíamos encontrar um caminhão e tentar essa área novamente. Eu sei que já procuramos aqui no mês passado, mas essa seção foi coberta por Leah e Jordan, e você sabe como as patrulhas deles são de má qualidade, por mais que sejam nossos amigos. — Pela primeira vez desde que pegou o mapa, ela olhou para Owen e notou a expressão vazia em seu rosto. — O quê?

— Era sobre isso que você queria falar comigo? — Ele perguntou categoricamente. — Isso? Sério?

— Bem... Sim — disse a loira lentamente. — Sobre o que mais eu gostaria de falar com você?

— Hum, como foi o meu dia? Se encontrei ou se matei alguns cicatrizes? Aqueles burritos nojentos que serviram no jantar? Vá se foder... qualquer outra coisa, Abby! — Ele gritou, inconformado. — Porra!

— Qual é a porra do seu problema, Owen?

Ele balançou a cabeça. — Nada. Deixa pra lá. Não acho que vá fazer diferença eu falar, de qualquer maneira.

— Não, por favor, me diga. Eu adoraria ouvir isso.

O homem suspirou, sentindo-se impotente para resolver a situação. — Desde que nós viemos pra Seattle, tudo que você fala é de treinamento, ou de Joel. E eu sei que você tá treinando apenas pra lutar com Joel e matá-lo pra se vingar. Toda a sua vida... é Joel. É como se você não tivesse mais espaço pra mim. — Reclamou o rapaz.

— Aquela dica que recebemos sobre Joel é a razão pela qual viemos pra Seattle em primeiro lugar! Claro que quero procurá-lo aqui primeiramente. E eu convidei você pra vir, não foi? — Perguntou Abby, ao apontar para o mapa. — Joel matou meu pai, Owen. Nunca vou poder descansar até que ele esteja morto.

— Olha... eu concordo que ele merece morrer pelo que fez. Eu realmente quero fazer isso. Mas não acho que vale a pena jogar a vida inteira fora. Você nem é mais você. Você não é... — Ele parou.

— Eu não sou o que, Owen? Apenas diga de uma vez, o que está em sua mente agora? — Indagou.

— Você não é a garota por quem eu me apaixonei, — ele terminou.

Atordoada, seus ouvidos zumbindo, Anderson disse: — E daí, você não me ama mais, então? O fato de eu ter perdido meu pai e de estar sozinha agora, não diz nada pra você, não é?

O homem olhou para ela com tristeza por um momento, então balançou a cabeça. — Contanto que essa seja a pessoa que você escolheu ser, não vejo como eu poderia te amar.

Fight The Fungus - The Last Of Us - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora