38: Decisão (1864k)

9 3 15
                                    



Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



A mulher mais baixa, por sua vez, sequer dormiu no início daquela noite, tamanha era a agitação que a dominava. Em vez disso, passava horas a revisar todos os diários antigos. Havia cinco no total, sendo o quinto o que ela usava durante seu tempo com os Vagalumes em Avalon e na viagem que fizeram, e ainda usava até então.

O primeiro caderno foi o que começou a manter aos quatorze anos quando chegou a Jackson pela primeira vez, na companhia de Joel. Nas páginas tinha comentários bobos sobre as mais diversas crianças do assentamento, e havia outros sobre Cat, que tinha acabado de conhecer e o seu posterior medo de contar a Miller que ela era lésbica e que estava em um relacionamento com Cat. Depois houve a ida ao museu com Joel e todos os desenhos de dinossauros. Havia coisas sobre Dina espalhadas generosamente por toda parte assim que o término com a primeira namorada ocorreu, como uma cápsula do tempo de ver a si mesma se apaixonar.

Ela havia se esquecido de quantos rabiscos tinha feito da morena ao longo dos anos. Mas o que Ellie mais notou foi toda a culpa e dor que sentiu ao tentar aceitar o fato de que sua imunidade não significava nada. Era evidente em cada palavra, cada rabisco. Mesmo com tudo de bom que veio por viver em Jackson, tamanha escuridão sempre esteve lá, presente dentro dela.

O próximo diário foi o período de dezesseis a dezessete anos em que procurava respostas sobre o ocorrido no hospital em Salt Lake City. Havia tantas dúvidas a respeito de Joel. Ela queria tanto acreditar que o homem dizia a verdade sobre aquele dia, mas sabia em seu coração que ele não estava. E então houve a situação conflituosa quando finalmente descobriu a verdade, e depois disso o diário se tornou escuro com sua raiva, tristeza, dor e traição sendo descritas nas páginas. A Ellie atual assistiu ao colapso de seu relacionamento com Miller nas linhas que grafou.

O próximo livro começou relativamente leve, com seus sentimentos por Dina a evoluir e crescer. E no tópico seguinte ela se viu querendo perdoar Joel e tentando encontrar um caminho para isso. Finalmente, ela encontrou as entradas da época do assassinato de Miller e viu com um solavanco a primeira menção do nome de Abby. 'Implorei para você parar de torturá-lo e de golpeá-lo', escreveu sob o esboço que fizera da roda gigante de Seattle. 'Você trouxe isso pra si mesma.' As entradas de Seattle eram maníacas, alegres em uma página e terrivelmente sombrias na próxima. Então, por um longo tempo, não havia nada além de escuridão. Até o quarto livro - repleto de esboços dos animais da fazenda, de Dina, de JJ, de Tommy e de seu rosto cheio de cicatrizes, de memórias de Jesse. E de Abby. Abby, Abby, Abby. Ainda assim, ela estava obcecada por essa mulher que a havia prejudicado tão profundamente.

A jovem viu o jeito que tentou enterrar tamanha escuridão no fundo do seu ser, mas como ela gradualmente se arrastou para a superfície até que... Santa Bárbara foi a próxima parada – e depois, não mais Abby. Só havia Joel, e como a visão dele a ajudou a não matá-la.

Fight The Fungus - The Last Of Us - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora